quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Santissima Trindade

SANTISSIMA TRINDADE

Se Deus não tivesse revelado os mistérios não chegaríamos a conhecê-lo; há contudo mistérios absolutos, os quais nem depois de revelados não entendemos.
A nossa inteligência não consiste em compreender a natureza íntima dos mistérios, mas entender que não há neles contradição e que podemos aceita-los; trata-se de uma verdade apresentada por Deus que não se engana nem nos engana, aliás, a natureza está cheia de mistérios, nos aceitamos muita coisa que não entendemos como: energia elétrica, o nascimento a natureza da vida etc.
As três pessoas da santíssima trindade existem eternamente, não tiveram principio nem terão fim; o filho é como o pai por isso se chama verbo porque revela quem é o pai.
O espírito santo é como o reflexo da vontade do pai, por isso é chamado o Amor do pai e do filho; nenhuma das três pessoas existe separadamente, as três tem a mesma natureza, por isso são um só Deus; uma está na outra  mas uma não é a outra, por isso são três pessoas, como disse Jesus : Eu e o pai somos uma só pessoa... eu estou no pai e o pai está em mim(  Jo14,10).
Somente a fé discerne a presença do filho no pai e o pai no filho, (Jo10,30) pelo contexto essa afirmação visa em primeira lugar o poder comum de Jesus e do pai, mas propositalmente indeterminada, ela deixa entrever um mistério de unidade mais vasto e mais profundo.

A criação-obra da santíssima trindade (Mt28, 19)
As três pessoas da santíssima trindade são: o pai, o filho, e o espírito santo; para o cristão não há nenhuma dúvida a respeito da existência de Deus pai, a bíblia toda fala de Deus como pai (Gn1, 1).
Três coisas são firmadas nestas primeiras palavras da escritura: o Deus eterno pôs um começo em tudo o que existe fora dele, só ele é o criador( do verbo criar) tudo o existe depende daquele que lhe dá o ser.
O novo testamento revela que Deus criou tudo através do verbo eterno, seu filho bem amado, foi nele que foram criadas todas as coisas, nos céus e na terra .tudo foi criado por ele e para ele (Jo1,1-3).
Ele é antes de tudo e tudo nele subsiste (Cl1, 16,17); a fé da igreja afirma a ação criadora do espírito santo: ele é o “doador de vida”, “o espírito criador”(“veni,creator spiritus”), a “fonte de todo bem”.
O antigo testamento, revelada na nova aliança, a ação criadora do filho e do espírito, inseparavelmente uma a do pai, é claramente afirmada pela regra da fé da igreja: “só existe um Deus.. ele é o pai, é Deus, é criador, é o autor, é o ordenador (Sl33, 6;104,30;Gn1,2-3).
A criação é obra comum da santíssima trindade.

A primeira pessoa: o Pai
Não sabeis que devo ocupar-me das coisas de meu pai?(Lc2, 49); e ao morrer disse Jesus:Pai, na tua mão entrego meu espírito (Lc23,46).
Em Israel, Deus é chamado de pai enquanto criador do mundo( cf. Dt32,6;Ml2,10),Deus é pai, mais ainda em razão da aliança e do dom da lei a Israel, seu “filho primogênito”(Ex4,22), é também chamado de pai do rei de Israel (cf. 2Sm7,14), ele é o “pai dos pobres”, do órfão e da viúva que estão sob sua proteção de amor (cf. Sl68,6).
Ao designar a Deus com o nome de “pai”, a linguagem da fé indica principalmente dois aspectos:
a)                  Que Deus é origem primeira de tudo e autoridade transcendente;
b)                 E que ao mesmo tempo é bondade e solicitude de amor para todos os seus filhos.
Esta ternura paterna de Deus pode também ser expressa pela imagem da maternidade (cf. Is66,13;Sl13,2) que indica mais a imanência entre Deus e sua criatura.
A linguagem da fé inspira-se assim na experiência humana dos pais (genitores), que são certos modos os primeiros representantes de Deus para o homem; mas esta experiência humana ensina também que os pais humanos são falíveis e que podem desfigurar o rosto da paternidade e da maternidade.
Convém lembrar que Deus transcende a distinção humana dos sexos, ela não é nem homem nem mulher, é Deus; transcende também a paternidade e a maternidade humana (cf. Sl 27,10) embora seja a sua origem e a medida (cf. Ef 3,14; Is49,15),ninguém é pai como Deus o é.

A segunda pessoa: o filho
O mistério de um Deus que fez homem é tão estupendo, que muitos o rejeitam, afirmando ser cristo um grande profeta, mas não o filho de Deus, o próprio Deus feito homem; Jesus é o Deus visível que se fez homem, nascido de uma mulher; Jesus que dizer: Javé é salvação.
Cristo não é propriamente um nome, mas titulo de fé; Cristo quer dizer: Ungido, Messia  consagrado.
As provas de que Jesus é Deus são muitas, basta lembrar de seus milagres que ultrapassam as capacidades humanas, mas alem disso temos as provas dadas pelo próprio cristo sobre sua divindade; ele disse: Eu e o pai somos uma só coisa( Jo10,30.38); e no interrogatório do sinédrio, os escribas lhe perguntaram: (cf. Lc22,67-70;Mt11,27).
É por isso que os apostolo confessam Jesus como “o verbo” que no inicio estava junto de Deus e que “é Deus” (Jo1,1), como “como a imagem do Deus invisível” (Cl 1,15), como “o resplendor de sua glória e a expressão do seu ser” (cf. Hb1,3).
Seguindo a tradição apostólica, a igreja no ano de 325, no primeiro concilio ecumênico de Nicéia, confessou que o filho é “consubstancial” ao pai, isto é, um só Deus com ele.
No segundo concilio ecumênico em Constantinopla em conservou esta expressão na sua formulação do credo de Nicéia e confessou “ o filho único de Deus, gerado do pai antes de todos os séculos, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não criado, consubstancial ao pai”.

            A terceira pessoa: O Espírito Santo
No antigo testamento o senhor revelou-se como Deus único, mas não como Deus trino; o motivo é fácil de entender, o povo judeu rodeado de povos politeísta era facilmente atraído à adoração de vários deuses.
Os profetas tinham a tarefa principal de dizer ao povo para que permanecesse na adoração do Deus único e verdadeiro.
Embora não se falava especialmente em pai, filho e espírito santo, já existiam manifestações extraordinárias do espírito no antigo testamento:
a)                  Os profetas pregavam impelidos pelo espírito;
b)                 Os escritores da bíblia recebiam a iluminação do espírito;
c)                  Os juizes condutores do povo eram guiados pelo espírito.

Em resumo eram pessoas escolhidas que recebiam dons especiais para o bem da comunidade.
No novo testamento antes da sua páscoa, Jesus anuncia o envio de um “outro paráclito”( defensor), o espírito santo; em ação desde a criação (cf.Gn1,2), depois de ter “falado pelos profetas”, ele estará agora junto dos discípulos e neles (cf. Jo14,17), a fim de ensina-los (Jo14,26) e conduzi-los a “verdade inteira” (Jo16,13).
O espírito santo é assim revelado como uma outra pessoa divina em relação a Jesus e ao pai; o envio do espírito santo após a glorificação de Jesus (Jo7, 39), revela em plenitude o mistério da santíssima trindade.
O espírito santo aparece claramente na anunciação do anjo a Maria: (cf.Lc1,35;Jo14,16-27), como se nota, são três pessoas: uma a que pede (Jesus), outra a quem se pede (o pai), e outra a que será enviado ( o espírito santo).
A fé apostólica no tocante ao espírito foi confessado pelo segundo concilio ecumênico em 381, em Constantinopla: “cremos no espírito santo  que é o senhor e que dá a vida, ele procede do pai”.
Com isso a igreja reconhece o pai como “a fonte e origem de toda a dinvidade”( VI con. de Toledo em 638: DS490); mas a origem eterna do espírito santo não deixa de estar vinculada a do filho: o espírito santo que é a terceira pessoa da trindade, é Deus, uno e igual ao pai e ao filho, da mesma substância e também da mesma natureza...contudo, não se diz que ele é somente o espírito pai, mas ao mesmo tempo o espírito do pai e do filho (XI Con.de Toledo em 675:DS 527).
O credo da igreja, do concilio de Constantinopla, confessa: ”com o pai e o filho ele recebe a mesma adoração e a mesma gloria”.
A tradição latina do credo confessa que o espírito “procede do pai e do filho (filioque)”.
O concilio de Florença, em 1438 explica:
“O espírito santo tem sua essência e seu ser subsistente ao mesmo tempo do pai e do filho e procede eternamente de ambos, como de um só principio e por uma única expiração... e uma vez que tudo é do pai, o pai mesmo o deu ao filho único ao gerá-lo,excetuado a seu ser de pai, esta própria processão  do espírito santo a partir do filho, ele a tem eternamente de seu pai que o gerou eternamente”.
O espírito santo é a personificação do amor de Deus  é pouco o que podemos falar sobre esse sublime mistério, porque sua profundidade excede a nossa inteligência.
Na trindade o pai gera um pensamento eterno, este pensamento, este verbo é tão total, tão fecundo em Deus que se concretiza numa pessoa: o filho. O filho é portanto, o pensamento do pai.
Em Deus, o pai ama o seu pensamento que é o filho, e o filho, por sua vez, retribui com a mesma intensidade neste amor de ao pai que o gerou; deste amor recíproco entre pai e filho procede o espírito santo, o espírito santo é a personificação do amor do pai e do filho.
Nossa capacidade de viver, de pensar, de amar é a manifestação da trindade que vive em nós e da qual somos imagens.



REFENCIAS:
A Bíblia de Jerusalém.

Catecismo da Igreja Católica – Editora. vozes 1993 / Edições Loyola-SP

MACCARI, Natália: Cristão Hoje:catecismo para adulto-3ª ed.-SP
Ed. Paulinas, 1976
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CECHINATO, Pe.Luiz: A quem iremos senhor? 13ª ed. -Explicação do credo      para adulto -            Ed.vozes-1980, RJ.



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