quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Maria, a Mãe de Jesus.

Maria, a Mãe de Jesus.
Maria, a mãe de Deus, é a obra-prima da missão do Filho e do Espírito.  Pela primeira vez no plano de salvação, porque o seu Espírito a preparou, o Pai encontra a Morada em que seu Filho e seu Espírito podem habitar entre os homens.  
Em Maria, o Espírito realiza o desígnio benevolente do Pai e começa a pôr os homens em comunhão com Cristo.  É pelo Espírito Santo que a Virgem concebe e dá à luz o Filho de Deus.  Sua virgindade transforma-se em fecundidade única pelo poder do Espírito e da fé.

1)      Maria na Bíblia
Maria tem na Bíblia um lugar modesto. Quando aparece é sempre em função de Cristo, e não por si mesma. Sua importância consiste justamente na intimidade das ligações com Jesus.
Na Sagrada Escritura, vemos que Maria é santa, virgem e Mãe do Salvador. Entre todas as criaturas, somente ela esteve presente nos momentos fundamentais da História da Salvação. Sua presença é discreta e, no mais das vezes, silenciosa: sempre pronta a acolher os desígnios de Deus.
            Ela assume a tarefa semelhante à de Eva e à de Abraão, tornando-se, com seu sim, acolhedora da Palavra que gerou a vida e mãe de um grande povo.

2)  Maria, Mãe de Deus 
            O Concílio de Éfeso (431) declarou que Maria é a Theotókos (Mãe de Deus). Assim, designa-se unicamente a maternidade em relação à pessoa do Filho: ela não é genitora da divindade, mas sim geradora do Verbo Encarnado.
            Reconhecer que Maria como Mãe de Deus significa professar que Jesus, o carpinteiro de Nazaré, o crucificado, é Filho de Deus e Deus ele mesmo. Ele é ao mesmo tempo humano e divino. Em sua pessoa, é Deus mesmo que vive e age em carne humana. Assumindo a nossa natureza, Deus nos mostrou a importância que tem o nosso corpo dentro de seu plano. O rosto de Deus Encarnado foi formado da carne de uma mulher, conferindo uma dignidade imensa a cada ser humano.
            O Reino de Deus “já está no meio nós(Lc 17,21; Mt 4,17). Deus já está dentro da história e é um dos nossos, tendo assumido tudo, menos o pecado. Maria é aquela que, em nosso nome, colaborou para que isso acontecesse.

3) Imaculada Conceição

            A Imaculada Conceição de Nossa Senhora (ou seja, concepção sem mácula, sem mancha) refere-se ao privilégio que ela recebeu: foi preservada do pecado original desde o primeiro momento de sua existência. Por isso, foi livre também da inclinação ao pecado pessoal, desde o início de sua existência e ao longo de toda a sua vida.
            A razão dessa graça excepcional reside na vocação que recebeu – a mais sublime das vocações: ser Mãe do Filho de Deus. Seu privilégio não reside, pois, em seus próprios méritos, mas nos merecimentos que Jesus Cristo adquiriria para a humanidade.
Duas passagens bíblicas estão no fundamento dessa verdade de fé:
-Gn 3,15: “Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. Cristo e Maria são inimigos do demônio. Como poderia a Mãe do Filho de Deus ficar sob o seu domínio, mesmo que por um breve momento? Como poderia Jesus ter nascido de uma mulher sujeita ao pecado?
            - Lc 1,28:Entrando, o anjo disse-lhe: ‘Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo”. Maria está repleta da graça de Deus. Estando totalmente possuída por Deus, não havia, em seu coração, espaço para o pecado.
Não há na Bíblia uma afirmação explícita que Maria tenha sido concebida sem pecado original. Trata-se de uma verdade que foi ganhando corpo na vida da Igreja ao longo da história.
A doutrina da Imaculada Conceição não foi aceita por todos, nem em todos os tempos. Houve quem dissesse que Maria, uma vez fazendo parte da humanidade, teria ela também o pecado original, do qual ficou livre depois da Redenção de Cristo.
Coube ao teólogo Duns Scoto (+ 1308) dar a resposta que passaria a orientar a teologia: Maria foi preservada do pecado original em previsão dos méritos de Cristo. Isto é, não fosse essa graça especial, também ela teria tido o pecado original: “Convinha que Deus fizesse a exceção; podia fazê-la; portanto a fez!”. Convinha: como ficaria sujeita ao pecado aquela que veio para gerar Jesus Cristo, o libertador do pecado? Podia: “Nada é impossível para Deus!” Ele sabia que seu Filho derramaria o seu sangue para a salvação de todos. Podia, pois, aplicar nela, antecipadamente, os merecimentos ele obteria para a humanidade. E o fez: Maria foi preservada de todo o pecado (A definição oficial, dogmática, feita por Pio IX, em 8/12/1854 – cf. DS 2803-2804).
Assim como Cristo é chamado de “Novo Adão”, ela também é designada como a “Nova Eva”. Eva, criada na perfeição, sem pecado original, ainda assim disse não a Deus, utilizando mal a sua liberdade. Maria, no entanto, confia no Senhor e coloca a sua liberdade à disposição dos Seus desígnios: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a Vossa Palavra”.
            Em relação a Maria, os cristãos não devem somente devotar admiração: ela é, principalmente, um modelo a imitar. É fonte de santidade para a Igreja: também nós, à medida em que crescemos na santidade, santificamos a Igreja.
            Assim como Maria, precisamos que Cristo nos salve. Por meio de dela o Pai nos deu o Salvador. Se Deus pôde realizar nela seu projeto, também poderá realizá-lo em nós, desde que colaboremos com a sua graça, como ela o fez. Maria é a criatura humana em seu estado melhor.

4) Virgindade Perpétua
            A Igreja reconhece a virgindade como permanente, ou seja, mantida ao longo de toda a sua vida. Podemos verificar em que se fundamenta esta fé:
·        Virgindade antes do parto: Desde os primeiros tempos da Igreja, a afirmação da concepção virginal de Jesus é encontrado em todas as sínteses de fé (credos, símbolos dos apóstolos). Essa fé se baseia no testemunho das escrituras:
Ø      (Is 7, 14) “Eis que a Virgem conceberá e dará a luz a um filho que se chamará Emanuel”. Emanuel significa Deus conosco.
Ø      (Mt 1,25) “E, sem que ele (José) a tivesse conhecido, ela deu à luz o seu filho, que recebeu o nome de Jesus”.
Ø      Lc 1,26-35 “... o anjo Gabriel foi enviado por Deus (...) a uma virgem desposada com um homem que se chamava José (...). “Eis que conceberás e darás a luz a um filho (...). Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo (...); e o seu reino não terá fim”. Maria perguntou ao anjo: “Como se fará isso, pois não conheço homem?” Respondeu-lhe o anjo: “O Espírito Santo descerá sobre ti e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso, o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus”.
·        Virgindade depois do parto: Maria, depois do nascimento de Jesus, não teve outros filhos, nem consumou seu matrimônio com José. Os chamados “irmãos de Jesus” (cf Mc 3,31; Jo 2,12; At 1,14; 1Cor 9,5; Gl 1,19) são, na verdade, seus primos ou parentes próximos. A Escritura não somente designa com o nome de Irmãos aqueles que são filhos do mesmo pai ou da mesma mãe, mas também aqueles que são parentes próximos, como tios e primos.
         A Escritura está cheia destes exemplos: Abraão chama de Irmão a Lot, seu sobrinho (Gen 11, 27; 13-8); a própria escritura diz que Lot era filho do irão de Abraão (Gen 12, 4-5). Labão também chama Jacó de irmão (Gen 29-15), quando este era seu sobrinho.

Crer na virgindade perpétua de Maria só tem sentido para aqueles que, antes, acreditam na encarnação de Deus e na realidade humano-divina de Jesus. Mas porque que Deus, para o nascimento de seu Filho, escolheu o caminho da virgindade de Maria? 

1o) Jesus não é fruto de um esforço humano, mas dom de Deus. Deus toma a iniciativa e introduz o começo de uma nova humanidade, libertada do mal. Maria pertence à humanidade, mas Jesus não é prolongamento natural da criação; é ruptura: ele vem do alto.

2o) A virgindade após o parto não nasce de um menosprezo à vida matrimonial e sexual, como muitos afirmam. Maria e José colocaram-se totalmente a serviço da missão de Jesus: não viviam para si mesmos, mas para Deus. Ambos se encontram num mistério maior do que o do encontro amoroso entre o homem e a mulher.

3o) Por meio da virgindade, Maria e José mostram total disponibilidade ao desígnio de Deus. Sua existência é integralmente centrada no serviço do Messias, vivendo isso não só no espírito, mas também no seu corpo. Com essa atitude, tornam-se exemplo para multidões que, após eles, consagrarão suas vidas ao Senhor na virgindade, imitando radicalmente a forma de vida de Cristo. Renunciarão ao matrimônio e à família, não porque os consideram negativos, mas porque querem viver totalmente para Deus e para os irmãos. Maria é também modelo para aquela que deve ser a atitude básica de cada homem e de cada mulher diante de Deus: total disponibilidade e acolhida ao seu nome. 

5) Assunção de Maria

Em seguida um grande sinal apareceu no céu: uma mulher revestida de Sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas.” (Apo 12,1)
A humilde jovem de Nazaré, escolhida e preparada desde toda a eternidade por Deus para ser a Mãe de seu Filho Jesus, foi elevada em corpo e alma à glória do céu. Se hoje está “vestida de sol”, não se deve a um mérito seu ou a um resultado dos seus esforços, mas à escolha de Deus.
O conteúdo do dogma da Assunção não é novidade: esteve presente na fé do povo cristão já nos primeiros séculos, e começou a ser defendido de forma sistemática no século IV.
Em 1946, Pio XII consultou os bispos do mundo inteiro. Após estudos aprofundados e muita oração, decidiu-se sobre a da certeza sobre o Assunção. Também concluíram que seria conveniente uma declaração oficial nesse sentido: a Assunção deveria ser uma verdade revelada.
Não foi definido se Maria morreu ou não, somente que foi assunta.
E a assunção de Maria é absolutamente coerente: afinal, a corrupção espiritual e física do homem se deve ao pecado original. Sendo que Maria foi preservada do pecado original, não faria sentido que somente o seu espírito fosse livre das conseqüências do pecado, mas sim toda a sua pessoa. Ou seja, seu corpo e alma foram preservados do mal.
            A Assunção mostra o valor do corpo humano, templo do Espírito Santo. O corpo não nos é dado para ser instrumento do pecado, para a busca do prazer pelo prazer, mas para a glória de Deus.
O dogma da Assunção nos dá uma certeza: Maria foi o primeiro ser humano a alcançar a realização final. É um sinal para cada pessoa que, olhando pra ela, crê com renovada convicção no cumprimento das promessas de Deus. Como ela, somos chamados a estar, desde já, unidos à Santíssima Trindade, com coração simples e obediente.

Quem pode "alterar" algo na liturgia?

Quem pode "alterar" algo na liturgia?
A ordenação da sagrada Liturgia é da competência exclusiva da autoridade eclesiástica; esta reside na Sé apostólica e, na medida que determine a lei, no Bispo» (Redemptionis Sacramentum, nº 14)
[...]para que  nunca seja considerada a liturgia como «propriedade privada, nem do celebrante, nem da comunidade em que se celebram os Mistérios».(Redemptionis Sacramentum nº 38)
O Papa Paulo VI já dizia, em 1972 sobre essas alterações na liturgia, e referia-se a elas como a "Fumaça de Satanás na Igreja", recomendo a leitura do artigo completo sobre isso (Cardeal Noé explica a Fumaça de Satanás na Igreja).
Também recomendo a leitura de um outro artigo (O povo de Deus tem o direito de que a liturgia seja celebrada como a Igreja quer". (Francis Cardinal Arinze))
Enfim, creio que tenha ficado claro que essa "mudança" na liturgia, assim como qualquer outra mudança (por menor que seja) não é lícita e trata-se de uma forma clara de desobediência ao sacramento.
Quanto a entender porque se celebram "missas de cura" em vários lugares do país, sejam paróquias, sejam os "rincões" da nossa pátria amada, recomendo a leitura de um artigo do Padre Paulo Ricardo, explicando sobre a atual Doença da Igreja no Brasil.
Do mais, além de saber que essas modificações (não autorizadas, e, portanto ilícitas) são conseqüências de uma crise que a Igreja hoje sofre, explicar o motivo pessoal que leva uma determinada pessoa  a desobedecer a Igreja e fazer essas missas, assim como as "missas afro", "missa da macumba", "missa dançante", "missa com consagração de chimarrão e biscoito" ou qualquer outra aberração que acontece Brasil afora, é algo vago que foge à nossa análise, e qualquer juízo a respeito de um caso concreto não passaria de juízo temerário.
 Eu, particularmente, sempre que presencio alguma modificação no Rito da Santa Missa, imagino que o sacerdote não sabe que está fazendo errado, e nem do mal que causa aos fiéis celebrando indignamente; pois, se assim for, o mal é menor, já que não há desrespeito a Cristo presente na Eucaristia, mas apenas uma conseqüência inevitável da má formação do sacerdote, o qual, nesses casos, é isento de culpa e portanto, isento de pecado.

LEITURA PARA REFLEXÃO.

ALGUNS PONTOS SOBRE A MISSA.
LEITURA PARA REFLEXÃO.

CIC-§1324: A Eucaristia é "fonte e ápice de toda a vida cristã”. "Os demais sacramentos, assim como todos os ministérios eclesiásticos e tarefas apostólicas, se ligam à sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Pois a santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa."
De fato, sabemos que se entende por "missa de cura e libertação" algumas missas onde são introduzidos gestos e orações que não são previstos no Missal (Livro onde está todo o ritual da Santa Missa)
Precisamos então analisar e entender se é permitido essa alteração ou esse acréscimo, e para isso não usarei de minhas palavras, nem palavras de alguma outra pessoa falível, mas sim as Palavras da Santa Igreja Católica à qual todos nós (leigos, padres e bispos) devemos obediência total:
 Então o Concílio adiciona a advertência: "Por isso, ninguém mais, mesmo que seja sacerdote, ouse, por sua iniciativa, acrescentar, suprimir ou mudar seja o que for em matéria litúrgica". (Sacrosanctum Concilium nº 22)"
"A liturgia nunca é propriedade privada de alguém, nem do celebrante, nem da comunidade onde são celebrados os santos mistérios. O apóstolo Paulo teve de dirigir palavras ásperas à comunidade de Corinto pelas falhas graves na sua celebração eucarística, que tinham dado origem a divisões e à formação de facções (cf. 1 Cor 11, 17-34). Actualmente também deveria ser redescoberta e valorizada a obediência às normas litúrgicas como reflexo e testemunho da Igreja, una e universal, que se torna presente em cada celebração da Eucaristia. O sacerdote, que celebra fielmente a Missa segundo as normas litúrgicas, e a comunidade, que às mesmas adere, demonstram de modo silencioso mas expressivo o seu amor à Igreja. (Ecclesia de Eucharistia, nº 52)"
Caso isso não baste para entender que nada, nem sequer uma vírgula, pode ser alterado no rito da Santa Missa, cito ainda um outro documento mais recente (2004) denominado Redemptionis Sacramentum, escrito para a exclusiva finalidade de corrigir erros litúrgicos que aconteciam nas celebrações, não apenas no Brasil, mas em vários outros lugares do mundo.



RESUMINDO

RESUMINDO
"A consciência é o núcleo secretíssimo e o sacrário do homem, onde ele está sozinho com Deus e onde ressoa sua voz."
A consciência moral é um julgamento da razão pelo qual a pessoa humana reconhece a qualidade moral de um ato concreto.
Para o homem que cometeu o mal, o veredicto de sua consciência permanece um penhor de conversão e de esperança.
Uma consciência bem formada é reta e verídica. Formula seus julgamentos seguindo a razão, de acordo com o bem verdadeiro querido pela sabedoria do Criador. Cada qual deve usar os meios adequados para formar sua consciência.
Colocada diante de uma escolha moral, a consciência pode emitir um julgamento correto de acordo com a razão e a lei divina ou, ao contrário, um julgamento errôneo, que se afasta da razão e da lei divina.
O ser humano deve obedecer sempre ao julgamento certo de sua consciência.
A consciência moral pode estar na ignorância ou fazer julgamentos errôneos. Essa ignorância e esses erros nem sempre são isentos de culpa.
A Palavra de Deus é luz para nossos passos. É preciso que a assimilemos na fé e na oração e a coloquemos em pratica. Assim se forma a consciência moral.

O Juízo Errôneo

O Juízo Errôneo
O ser humano deve sempre obedecer ao juízo certo de sua consciência. Se agisse deliberadamente contra este último, estaria condenando a si mesmo. Mas pode acontecer que a consciência moral esteja na ignorância e faça juízos errôneos sobre atos a praticar ou já praticados.
Muitas vezes esta ignorância pode ser imputada à responsabilidade pessoal. É o que acontece "quando o homem não se preocupa suficientemente com a procura da verdade e do bem, e a consciência pouco a pouco, pelo hábito do pecado, se torna quase obcecada". Neste caso, a pessoa é culpável pelo mal que comete.
A ignorância de Cristo e de seu Evangelho, os maus exemplos de outros, o servilismo às paixões, a pretensão de uma mal-entendida autonomia da consciência, a recusa da autoridade da Igreja e de seus ensinamentos, a falta de conversão ou de caridade podem estar na origem dos desvios do julgamento na conduta moral.
Se - ao contrário - a ignorância for invencível ou o julgamento errôneo não for da responsabilidade do sujeito moral, o mal cometido pela pessoa não lhe poderá ser imputado. Mas nem por isso deixa de ser um mal, uma privação, uma desordem. É preciso trabalhar, pois, para corrigir a consciência moral de seus erros.
A consciência boa e pura é esclarecida pela fé verdadeira, pois a caridade procede ao mesmo tempo "de um coração puro de uma boa consciência e de uma fé sem hipocrisia" (l Tm 1,5).
"Quanto mais prevalece a consciência reta, tanto mais as pessoas e os grupos se afastam de um arbítrio cego e se esforçam por conformar-se às normas objetivas da moralidade"

Escolher Segundo a Consciência

            Escolher Segundo a Consciência
Posta diante de uma escolha moral, a consciência pode emitir um julgamento correto, de acordo com a razão e a lei divina, ou, ao contrário, um julgamento errôneo, que se afasta da razão e da lei divina.
Às vezes o homem depara com situações que tornam o juízo moral menos seguro e a decisão difícil. Mas ele deverá sempre procurar o que é justo e bom e discernir a vontade de Deus expressa na lei divina.
Para tanto, o homem deve se esforçar por interpretar os dados da experiência e os sinais dos tempos graças à virtude da prudência, aos conselhos de pessoas avisadas e à ajuda do Espírito Santo e de seus dons.
Algumas regras se aplicam a todos os casos:
- Nunca é permitido praticar um mal para que daí resulte um bem.
- A "regra de ouro": "Tudo aquilo que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles".
- A caridade respeita sempre o próximo e sua consciência: "Pecando contra vossos irmãos e ferindo sua consciência... pecais contra Cristo" (1 Cor 8,12). "E bom se abster... de tudo o que seja causa de tropeço, de queda ou enfraquecimento para teu irmão" (Rm 14,21).

A Formação da Consciência

A Formação da Consciência
A consciência deve ser educada e os juízos morais, esclarecidos. Uma consciência bem formada é reta e verídica. Formula seus julgamentos seguindo a razão, de acordo com o bem verdadeiro querido pela sabedoria do Criador. A educação da consciência e indispensável aos seres humanos submetidos a influências negativas e tentados pelo pecado a preferir seu julgamento próprio e a recusar os ensinamentos autorizados.
A educação da consciência é uma tarefa de toda a vida. Desde o primeiro ano, alerta a criança para o conhecimento e a prática da lei interior reconhecida pela consciência moral. Uma educação prudente ensina a virtude, preserva ou cura do medo, do egoísmo e do orgulho, dos sentimentos de culpabilidade e dos movimentos de complacência, nascidos da fraqueza e das faltas humanas. A educação da consciência garante a liberdade e gera a paz do coração.
Na formação da consciência, a Palavra de Deus é a luz de nosso caminho; é preciso que a assimilemos na fé e na oração e a ponhamos em prática. É preciso ainda que examinemos nossa consciência, confrontando-nos com a Cruz do Senhor. Somos assistidos pelos dons do Espírito Santo, ajudados pelo testemunho e conselhos dos outros e guiados pelo ensinamento autorizado da Igreja.
A CONSCIÊNCIA MORAL

"Na intimidade da consciência, o homem descobre uma lei. Ele não a dá a si mesmo. Mas a ela deve obedecer. Chamando-o sempre a amar e fazer o bem e a evitar o mal, no momento oportuno a voz desta lei ressoa no íntimo de seu coração... É uma lei inscrita por Deus no coração do homem.. A consciência é o núcleo secretíssimo e o sacrário do homem, onde ele está sozinho com Deus e onde ressoa sua voz. "
I. O Juízo da Consciência
Presente no coração da pessoa, a consciência moral lhe impõe, no momento oportuno, fazer o bem e evitar o mal. Julga, portanto, as escolhas concretas, aprovando as boas e denunciando as más. Atesta a autoridade da verdade referente ao Bem supremo, de quem à pessoa humana recebe a atração e acolhe os mandamentos. Quando escuta a consciência moral, o homem prudente pode ouvir a Deus, que fala.
A consciência moral é um julgamento da razão pelo qual a pessoa humana reconhece a qualidade moral de um ato concreto que vai planejar, que está a ponto de executar ou que já praticou. Em tudo o que diz e faz, o homem é obrigado a seguir fielmente o que sabe ser justo e correto. E pelo julgamento de sua consciência que o homem percebe e reconhece as prescrições da lei divina.
A consciência é uma lei de nosso espírito que ultrapassa nosso espírito, nos faz imposições, significa responsabilidade e dever, temor e esperança... E a mensageira daquele que, no mundo da natureza bem como no mundo da graça, nos fala através de um véu, nos instrui e nos governa. A consciência é o primeiro de todos os vigários de Cristo.
É importante que cada qual esteja bastante presente a si mesmo para ouvir e seguir a voz de sua consciência. Esta exigência de interioridade é muito necessária, pelo fato de a vida nos deixar freqüentemente em situações que nos afastam:
Volta à tua consciência, interroga-a... Voltai, irmãos, ao interior e em tudo o que fizerdes atentai para a testemunha, Deus.
A dignidade da pessoa humana implica e exige a retidão da consciência moral.
A consciência moral compreende a percepção dos princípios da moralidade, sua aplicação a circunstâncias determinadas por um discernimento prático das razões e dos bens e, finalmente, o juízo feito sobre atos concretos a praticar ou já praticados.
A verdade sobre o bem moral, declarada na lei da razão, é reconhecida prática e concretamente pelo juízo prudente da consciência. Chamamos de prudente o homem que faz suas opções de acordo com este juízo.
A consciência permite assumir a responsabilidade dos atos praticados. Se o homem comete o mal, o julgamento justo da consciência pode continuar nele como testemunho da verdade universal do bem e ao mesmo tempo da malícia de sua escolha singular. O veredicto do juízo de consciência continua sendo um penhor de esperança e misericórdia. Atestando a falta cometida lembra a necessidade de pedir perdão, de praticar novamente o bem e de cultivar sem cessar a virtude com a graça de Deus.
Diante dele tranqüilizaremos nosso coração, se nosso coração nos acusa, porque Deus é maior que nosso coração e conhece todas as coisas (1 Jo 3,19-20).
O homem tem o direito de agir com consciência e liberdade, a fim de tomar pessoalmente as decisões morais. "O homem não pode ser forçado a agir contra a própria consciência. Mas também não há de ser impedido de proceder segundo a consciência, sobretudo em matéria religiosa”