quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Avaliação na Educação Infantil -- legislação, pesquisas e práticas

Meu filho está gaguejando. O que fazer?

Meu filho está gaguejando ( continuação)
Meu filho está gaguejando. O que fazer?
Seu filho tropica para falar uma palavra, gagueja. Os pais, no intuito de ajudar a criança a tirar esse "nó", geralmente soltam as seguintes frases: "Pare e respire", "Fale devagar", "Respire fundo", "Repita comigo" ou "Pense antes de falar".
Sabia que essa "ajuda" dos pais pode simplesmente piorar o caso? Pois é. Crianças de até quatro anos podem "gaguejar" sem que isso seja uma alteração na fala. Essas recomendações dos pais podem soar como broncas, pressionando o pequeno, podendo deixar ainda mais aflito, motivo que dificultará ainda mais no processamento harmônico da palavra.
"Quando a criança está no processo de desenvolvimento da fala a linguagem pode acontecer a disfluência fisiológica, isto é, a gagueira que é natural nesse período" explica os fonoaudiólogos. Acontece normalmente por volta dos três ou quatro anos e pode durar até oito meses, desaparecendo naturalmente. Os sistemas neurológico, respiratório, fonatório e articulatório da criança ainda estão imaturos, não funcionando harmoniosamente, podendo ocasionar as disfluências (gagueiras). Apresenta-se em graus variados nas crianças e pode ser agravada a outros fatores.
Pesquisadores contam que o nervosismo e a ansiedade são fatores que podem aumentar a disfluência.
"Todos já gaguejamos quando tivemos que falar em público, ao falar uma palavra desconhecida e difícil, quando temos que falar com algum superior. Nas crianças, o nervosismo pode aparecer com o nascimento do irmãozinho, separação dos pais ou início na escolinha", acrescenta à profissional.
Gagueira "hereditária" - A disfluência fisiológica pode se tornar patológica dependendo de fatores hereditários, genéticos e ambientais. Uma criança que tem história na família de gagueira tem maiores riscos de apresentar uma disfluência patológica.
Exagero dos pais - Quando a família exige um perfeccionismo em tudo o que a criança fala, se cria um nível de tensão. Isso pode desencadear uma disfluência. Neste caso, a criança tem a percepção de que não fala bem e ao tentar falar "direito" como os pais (falando devagar e pensando no que vai falar), o pequeno fica tenso e nervoso, agravando sua disfluência.
Claro que cada caso é um caso e uma avaliação fonoaudiológica deve ser realizada para verificar se ocorre realmente uma disfluência fisiológica ou patológica, mas algumas orientações são importantes.
Dicas
Não dizer para a criança falar devagar ou respirar fundo. Isso é um começo para que a criança não se sinta um mal falante e fique tensa na hora de falar.
 Não termine a frase pela criança. Se a mamãe ou papai já sabem o que a criança quer, para quê que ela vai continuar falando?
Escute com muita paciência e sem demonstrar impaciência com a fala do seu filho que apresenta disfluência (gagueira).
Faça da hora da comunicação um período de prazer. Cante, conte histórias e brinque com a criança.
Valorize o que a criança tem a dizer e não o como ela diz. A criança se sente "fortalecida" quando consegue passar sua idéia, não necessariamente construindo perfeitamente a frase. Ela se sentirá estimulada.

SEU FILHO ESTÁ GAGUEJANDO?

SEU FILHO ESTÁ GAGUEJANDO?

Caso seu filho tenha dificuldade para falar e costuma hesitar ou repetir determinadas sílabas, palavras ou frases, ele pode ter uma disfluências ou uma gagueira. Contudo, ele também pode estar atravessando um período de disfluência normal, período este que muitas crianças enfrentam quando estão aprendendo a falar. Este informativo vai ajudá-lo a entender a diferença entre gagueira e o desenvolvimento normal da linguagem.

A disfluência normal das crianças

1. A criança dentro do seu desenvolvimento normal pode ser disfluente, ocasionalmente, repetindo uma ou duas vezes sílabas ou palavras, por exemplo: pa-pa-pato. As disfluências também podem incluir as hesitações e as interjeições como: "ha", "e", "hum".


2. As disfluências ocorrem com mais freqüência entre um ano e meio e cinco anos de idade, costumam ir e vir.

Normalmente, essas disfluências são sinais de que a criança está aprendendo a usar a linguagem de maneira nova. Se as disfluências desaparecerem durante várias semanas e depois voltarem, a criança pode estar atravessando uma nova fase de aprendizagem.


A criança com gagueira leve

1. A criança com gagueira leve repete sons mais de duas vezes, pa-pa-pa-pa pato por exemplo. A presença de tensão pode ser evidente nos músculos faciais, especialmente ao redor da boca.


2. A intensidade de voz pode aumentar com as repetições e, ocasionalmente, a criança terá "bloqueios" -ausência de ar e voz por alguns segundos.


3. Tente falar mais lenta e relaxadamente quando conversar com seu filho. Encoraje outros membros da família para fazerem o mesmo. Não fale tão devagar de modo que sua fala pareça estranha, mas mantenha-a lenta e faça várias pausas.


4. A fala lenta e relaxada pode ser mais eficaz quando a criança tiver um tempo do dia com a atenção de seus pais só para ela, sem ter que competir com outros. Alguns minutos do seu dia podem ser reservados para a criança, é um tempo em que se vai apenas ouvir o que a criança tem para falar.


5. Quando seu filho falar ou perguntar algo, tente parar um segundo ou mais antes de responder. Isso vai fazer com que sua fala fique mais lenta e relaxada.


6. Tente não ficar chateado ou nervoso quando a gagueira aumentar. Seu filho está fazendo o melhor que pode para aprender muitas regras novas de linguagem (todas ao mesmo tempo). Sua atitude de aceitação e paciência vai ajudá-lo muito.


7. Repetições sem esforço e prolongamentos de sons são as maneiras mais saudáveis de se gaguejar. Qualquer coisa que ajude seu filho a gaguejar desta maneira ao invés de com tensão e evitando palavras deve ser feito.


8. Se seu filho fica frustrado ou triste quando a gagueira está pior, dê a ele segurança. Algumas crianças se sentem melhor quando ouvem "Eu sei que às vezes é difícil falar... mas muitas pessoas empacam em algumas palavras... não tem importância". Algumas crianças se sentem mais confiantes ao serem tocadas ou abraçadas quando se sentem frustradas.


9. As disfluências vão e vêm, mas estão mais presentes do que ausentes.


A criança com gagueira severa


1. Se seu filho gagueja em mais de 10% da sua fala, apresenta esforço e tensão para falar, evita palavras (muda a palavra) e/ou usa vários sons para começar a falar, ele precisa de terapia. Os bloqueios de fala são mais comuns do que as repetições e os prolongamentos. As disfluências estão presentes na maioria das situações de comunicação.


2. As sugestões dadas para os pais das crianças com gagueira leve também servem para as crianças com gagueira severa. Tente lembrar que lentificar e relaxar sua própria fala trazem muito mais benefícios para a criança do que falar para seu filho relaxar, respirar, pensar, falar mais devagar, etc.


3. Encoraje seu filho a falar com você sobre a gagueira. Mostre paciência e aceitação enquanto conversar sobre o assunto. Superar a gagueira é mais uma questão de perder o medo de gaguejar do que esforçar-se para falar melhor.


DICAS IMPORTANTES...


- FALE LENTA E RELAXADAMENTE, MAS NÃO PERCA A NATURALIDADE


- PRESTE MAIS ATENÇÃO AO CONTEÚDO DA MENSAGEM E NÃO NO QUANTO A CRIANÇA ESTÁ GAGUEJANDO


- MOSTRE QUE VOCÊ ESTÁ PRESTANDO ATENÇÃO AO QUE A CRIANÇA FALA: ACENE COM A CABEÇA, SORRIA, FAÇA SONS DE APROVAÇÃO, ETC


- MANTENHA CONTATO DE OLHO COM A CRIANÇA ENQUANTO ELA ESTIVER FALANDO


- NÃO APRESSE A CRIANÇA A FALAR. NÃO TERMINE AS PALAVRAS PARA ELA


- NÃO PERMITA QUE OUTRAS PESSOAS CAÇOEM DE SUA CRIANÇA

FONTE: Associação Brasileira de Gagueira - ABRA GAGUEIRA

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Definições sobre Aprendizagem:

Definições sobre Aprendizagem:
1) Aprendizagem é a aquisição de conhecimento ou especialização; faz-nos ignorar todo processo oculto existente no ato de aprender;
2) Mudança permanente de comportamento, resultado de exposição a condições do meio ambiente;
3) Um processo evolutivo e constante, que implica uma seqüência de modificações observáveis e reais no comportamento do indivíduo, de forma global (físico e biológico), e do meio que o rodeia, onde esse processo se traduz pelo aparecimento de formas realmente novas compromissadas com o comportamento.
Tanto na visão neurológica como em diversas correntes psicológicas, a aprendizagem, apresenta pontos comuns e com significados intrínsecos, que convergem para o fato de que tudo aquilo que se sabe, o homem deve aprendê-lo, porém, é na escola que há um vínculo integrativo da sociedade, cuja principal forma de ação é sobre o indivíduo em seu desenvolvimento global, direta e abrangentemente, visando à maior possibilidade de renovação e liberdade.
O aprendiz é concebido como um manipulador inteligente e flexível que busca a informação e trata de organizá-la, integrá-la, armazená-la e recuperá-la, de forma ativa e ajustada às estruturas cognitivas de que dispõe internamente.
Prestar atenção, compreender, aceitar, reter, transferir e agir são alguns dos componentes principais da aprendizagem. Todavia, se isso não ocorrer, com o aprendiz, implica que há nessa criança um Distúrbio de Aprendizagem.
Mas o que é Distúrbio de Aprendizagem?
Designam-se crianças que apresentam dificuldades de aquisição de matéria teórica, embora apresentem inteligência normal, e não demonstrem desfavorecimento físico, emocional ou social.
Segundo essa definição, as crianças portadoras de distúrbio de aprendizagem não são incapazes de aprender, pois os distúrbios não é uma deficiência irreversível, mas uma forma de imaturidade que requer atenção e métodos de ensino apropriados.
Os distúrbios de aprendizagem não devem ser confundidos com deficiência mental. 
 Considera-se que uma criança tenha distúrbio de aprendizagem quando:
 a) Não apresenta um desempenho compatível com sua idade quando lhe são fornecidas experiências de aprendizagem apropriadas;
b) Apresenta discrepância entre seu desempenho e sua habilidade intelectual em uma ou mais das seguintes áreas; expressão oral e escrita, compreensão de ordens orais, habilidades de leitura e compreensão e cálculo e raciocínio matemático.
Além disso, costuma-se considerar quatro critérios adicionais no diagnóstico de distúrbios de aprendizagem. Para que a criança possa ser incluída neste grupo, ela deverá:
 a) Apresentar problemas de aprendizagem em uma ou mais áreas;
 b) Apresentar uma discrepância significativa entre seu potencial e seu desempenho real;
 c) Apresentar um desempenho irregular, isto é, a criança tem desempenho satisfatório e insatisfatório alternadamente, no mesmo tipo de tarefa; 
d) O problema de aprendizagem não é devido a deficiências visuais, auditivas, nem a carências ambientais ou culturais, nem problemas emocionais.
Principais distúrbios de aprendizagem:
1-                         Dislexia
Refere-se à falha no processamento da habilidade da leitura e da escrita durante o desenvolvimento, é um atraso no desenvolvimento ou a diminuição em traduzir sons em símbolos gráficos e compreender qualquer material escrito. São de três tipos: visual, mediada pelo lóbulo occipital fonológica, ediada pelo lóbulo temporal; e mista, com mediação das áreas frontal, occipital, temporal e pré-frontal.
2-                         Disgrafia
Falha na aquisição da escrita implicando uma inabilidade ou diminuição no desenvolvimento da escrita.
3-                         Discalculia
Falha na aquisição da capacidade e na habilidade de lidar com conceitos e símbolos matemáticos.

Diagnósticos de distúrbios de aprendizagem
O processo de diagnosticar é como levantar hipóteses. Uma boa hipótese ou teoria explica uma grande quantidade de dados observáveis que são originados de diferentes níveis de análise. 
O diagnosticador apresenta vantagens importantes que compensam. Uma delas é que ele possui muito mais dados sobre um sujeito do que geralmente um pesquisador tem sobre todo o grupo de sujeitos.
Para diagnosticar deve haver:
·                     Sintomas apresentados;
·                     O histórico inicial do desenvolvimento;
·                     Histórico escolar;
·                     O comportamento durante os testes;
·                     Os resultados dos testes;
Como diagnosticadores e terapeutas, é importante ter um bom domínio de quais características caem em qual categoria (algumas são típicas da espécie e outras são únicas do indivíduo).
Embora um bom clínico deva estar consciente e fazer uso dos atributos únicos de um paciente, o processo científico na compreensão e no tratamento dos distúrbios mentais dependem de como eles apresentam variação “moderada”, diferenciando características de grupos dentro de nossa espécie. Se assim, não for, o trabalho com saúde mental se reduz apenas a tratar os problemas que cada um enfrenta na vida ou a recriar o campo para cada indivíduo único.
Outra crítica pressupõe um único modelo de causalidade física para todos os distúrbios comportamentais. A maioria dos diagnósticos não fornece uma explicação para todos os aspectos do paciente. Eles permitem tratamento e identificação eficiente, e a pesquisa sobre um dado diagnóstico pode levar a identificação precoce ou a prevenção. Podem contribuir para pesquisa básica em desenvolvimento humano.
Finalmente, o diagnóstico em si pode ser terapêutico para pais e pacientes, porque um diagnóstico acurado fornece uma explicação para os sintomas que perturbam o paciente e um foco para os esforços que os pais e a criança já estão fazendo para aliviar os sintomas. 
Diagnóstico diferencial
Os diagnósticos são um emaranhado de situações associadas, que dependem de algumas poucas restrições de peso e de muitas restrições mais leves. Nem todos os pacientes com determinados distúrbios apresentam os sintomas característicos. Ex: Nem sempre um autismo tem estereotipias motoras ou aversão à fixação do olhar, embora sejam sintomas freqüentes do autismo. Estes sintomas oferecem evidências para este diagnóstico, mas sua ausência não viola uma restrição de peso. A tomada de decisão diagnóstica envolve a ponderação da adequação de diferentes diagnósticos competitivos às restrições de peso e às leves, fornecidas pelos dados.
Outro componente importante no processo de diagnóstico é o reconhecimento de que isto é um processo e de que as decisões diagnósticas não são possíveis até que haja dados suficientes. 
Como há poucas restrições de peso em diagnósticos, diagnósticos duplos (ou triplos) são possíveis e mesmo desejáveis. Crianças com distúrbios de aprendizagem têm freqüentemente um segundo diagnóstico psiquiátricos co-morbido, que pode ou não estar etiologicamente separado dos distúrbios de aprendizagem.
No modelo o “espaço diagnóstico” é definido por duas dimensões, uma para distúrbios de aprendizagem e a outra para distúrbios psiquiátricos. A finalidade do diagnóstico é encontrar o ponto neste espaço bidimensional que melhor se ajuste ao funcionamento cognitivo e emocional presente do paciente.
Não se supõe que os dois eixos tenham diferentes implicações etiológicas, com os distúrbios de aprendizagem sendo mais orgânico e os distúrbios emocionais mais “ambientais”. Ao contrário, todos os diagnósticos em cada eixo são conceitualizados como resultado do funcionamento alterado do sistema nervoso central (SNC), sendo estas alterações causadas por certa mistura de influências genéticas e ambientais, em que influências ambientais se referem a fatores de riscos tanto neuro-evolutivos, como ferimento na cabeça, quanto à história de aprendizagem social da criança.
Uma parte importante e às vezes negligenciada da avaliação da criança com distúrbios de aprendizagem é o fornecimento de um feedback ou retorno aos pais, a profissionais e à criança que é o paciente. 
Aspectos psicopedagógicos
As causas mais freqüentes para as dificuldades de aprendizagem:
1- Escola
Além da instituição escola, estão incluídos nestes item os fatores intra-escolares como inadequação de currículos, de programas, de sistemas de avaliação, de métodos de ensino, e relacionamento professor - aluno. Vale salientar a necessidade de diferenciar com uma especial atenção, as crianças com dificuldades de aprendizagem das crianças com dificuldades escolares. Para elas essas últimas revelam a incompetência da instituição educacional no desempenho de seu papel social e não podem ser consideradas como problemas dos alunos.
É comum vermos professores usando material de ensino desestimulante, desatualizado, totalmente desprovido de significado para muitas crianças, sem levar em consideração suas diferenças individuais. O aluno não se envolve no processo de ensino-aprendizagem e fica mais difícil a assimilação de conhecimentos.
2- Fatores intelectuais ou cognitivos.
3- Déficits físicos e ou sensoriais.
4- Desenvolvimento da linguagem.
5- Fatores afetivos-emocionais.
6- Fatores ambientais (nutrição e saúde).
7- Diferenças culturais e ou sociais.
8- Dislexia.
9- Deficiência não verbais.
Numa criança com DA o desenvolvimento se processa mais lentamente do que em outra criança, especialmente na área da atenção seletiva. Não considere essas crianças defeituosas, deficientes ou permanentemente inaptas. Podem aprender!
Procure uma forma de ensino. Não procure algo que esteja errado na criança. É provável que seu método de ensino e a forma de aprendizagem pela criança estejam em defasagem. Nem a criança nem o professor devem ser responsabilizados por isso, mas o professor pode ser responsável se não tentar algo mais.

Conclusões e considerações finais 
Ao nos depararmos com quadros de crianças com distúrbios de aprendizagem, nos surge a preocupação em que nós professores podemos contribuir para que esse aluno, mesmo diante de suas dificuldades possa aprender? A esse questionamento refletimos sobre o papel da escola e a inter-relação com a família.
Consideremos que o papel da escola deveria ser o de desenvolver o potencial de cada um, respeitando as características individuais do aluno e sempre procurando reforçar os pontos fracos e auxiliando na superação dos pontos fracos, evitando dessa forma que as dificuldades que as crianças possuem na sejam motivos para serem excluídas no processo de aprendizagem e muito menos possam ser rotuladas ou discriminadas.
Outro fator que muito colabora no papel da escola, é a família, pois permite a troca de experiência entre pais e professores. É muito importante que haja uma integração entre os ambientes (escola e família) para se compor o quadro de uma forma real e objetiva. Tanto os pais quanto os professores precisam entender que as dificuldades que a criança possua não é culpa de ninguém, e que se tiver um trabalho em conjunto todos serão beneficiados, principalmente a criança.
Temos que ter em mente que não há criança que não aprenda o que ocorre é que algumas aprendem de modo mais rápido, outras não, mas sem sombras de dúvida, chega-se a conclusão que independentemente da via neurológica utilizada, o sucesso escolar de crianças com distúrbios de aprendizagem possa ser uma associação de fatores que envolvam ambiente adequado + estímulo+ motivação + organismo, possibilitando que o professor na sua árdua tarefa de lidar com as mais diferentes adversidades saiba que antes de tudo, ser necessário saber avaliar distinguir e principalmente querer mudar, respeitando cada criança em seu estado de desenvolvimento.
Referências Bibliográficas
·                     CIASCA, S.M. & ROSSINI, S.D.R.: Distúrbio de aprendizagem: mudanças ou não? Correlação de uma década de atendimento. Temas sobre desenvolvimento, 8(48): 11-16, 2000.
·                     FONSECA, V. Introdução às dificuldades de aprendizagem. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
·                     LEFRÈVE, AB. ( Coord. ) Disfunção Cerebral Mínima. São Paulo: Editora Sarvier, 1975.
·                     CIASCA, Sylvia M. Distúrbio de Aprendizagem: Proposta de Avaliação Interdisciplinar. S.P: Casa do Psicólogo, 2003. Pp 19 – 29.
·                     LERNER, J. Learning disabilities: theories, diagnosis and teaching strategies. Boston: Houghton Mifflin Comp., 1989.
·                     PENNINGTON, Bruce F. Diagnóstico de Distúrbios de Aprendizagem. S.P: Pioneira, 1997. Pp 34 – 40. Cap.3, Parte I.


E PARA ONDE VAI A EDUCAÇÃO?

E PARA ONDE VAI A EDUCAÇÃO?
Esta é uma pergunta insinuante e com varias possibilidades de resposta. Mas que, se analisada no contexto de algumas instituições sociais, como a família e a escola, acaba convergindo para observações que, parecem bem óbvias: a sociedade evoluiu, a educação evoluiu, com grande instrumentalização tecnológica da sala de aula. Houve um aumento significativo de cursos de graduação na área de educação, mas, com isso ocorreu uma banalização da profissão de ensinar e uma depreciação da qualidade do ensino. Essa banalização do oficio tem levado à sala de aula, aprovados nos concursos públicos. Os profissionais mecânicos em que efetivamente não conseguem estimular a aquisição do conhecimento em seus alunos. Aí, a escola passou a ser considerada um ambiente sem atrativos.
Para começo de conversa, podemos  destacar como um dos principais elementos causadores do desinteresse e da antipatia dos alunos para com escola. Uma das principais causas do baixo aprendizado, a falta de um bom relacionamento professor/aluno, causado pela idéia de falta de suporte intelectual que a maioria dos alunos vê em seus professores. Nesse aspecto, a escola, como ambiente contextualizado e diretamente relacionado á figura do professor, se torna "desinteressante" e o aluno/adolescente contemporâneo, pra piorar a situação, se acha muito importante e com conhecimento superior ao que é repassado na escola. Essa "falta de importância" é agravada pela grande disposição de material informativo ao acesso dos alunos. Para o aluno, não existem muitas informações ditas, novas, naquelas que o professor repassa a ele, dentro dos seus conteúdos programáticos, e isso faz com que a aula fique enfadonha. Essa informação adquirida via internet, ou outras mídias, não são devidamente manipuladas e/ou filtradas por eles. Isso acaba, a meu ver, se tornando, ao invés de uma vantagem, uma desvantagem, porque ao entrar em contato com uma informação, grosso modo, o aluno/adolescente, imagina que tem aquela informação à mão e domina seu conteúdo. Como essa informação, para o aluno, geralmente não dispõe de elementos de contextualização, onde ele possa situar-se e fazer as inferências necessárias à verdadeira assimilação desse conhecimento, há uma apropriação falsa do conhecimento. Isto é, sem um critério de mensuração, essas informações acabam se dissipando no universo tão múltiplo e abrangente de mídia que o adolescente/aluno tem contato diariamente. Mesmo assim, o pouco ganho advindo do contato com as mídias transmite uma idéia de aquisição para o aluno.
Ele imagina que ser um detentor do conhecimento e, portanto, um competidor à altura do professor/mediador em sala de aula. Nesse conflito individual de cada aluno/adolescente surgem os elementos alimentadores da pouca importância da escola.
E aí deve entrar em cena um profissional de educação com sabedoria o suficiente para fazê-lo entender a falsidade desse conhecimento ao qual ele teve contato, mesmo sem desprezá-lo, ou descartá-lo totalmente. A interferência desse profissional de educação qualificado irá estimular o aluno/adolescente a fazer uma filtragem nas informações e se questionar quanto às idéias transmitidas implicitamente na mensagem. Mas, isso só se dará se o tal profissional de educação tiver o perfil de um mestre. Porque um mestre? Porque há no conjunto dos elementos formadores de um mestre, princípios elementares e bem fundados de humildade, consciência, respeito, sabedoria e etc.. Esse profissional, que se propõe à humildade de estar em constante aprendizado com seus alunos, acabará por angariar o respeito e a admiração destes sem os tão freqüentes conflitos criados em sala de aula por delimitação de espaço, onde um professor que tem mania de grandeza ou sem um preparo adequado, onde se digladia com alunos com falso conhecimento e querendo se afirmar frente a uma sociedade da qual ele nem faz parte. Um professor que consegue sobreviver, com resultados positivos, às "pedradas" desses alunos, será promovido ao posto de mestre, porque será visto como um que gosta e sabe ensinar pelos exemplos do dia a dia.
Para dar respostas às mínimas ansiedades de seus alunos, mesmo aquelas mais banais do cotidiano, o professor e a própria educação como instituição, precisam ter conceitos que extrapolem os domínios de sua disciplina; até porque, com exceção de alguns ramos científicos que surgiram com o desenvolvimento tecnológico, a base da maioria das ciências não tem mudado muito ao longo do tempo, ou seja, mesmo frente a tantas mudanças ocorridas no mundo, as respostas para a maioria das perguntas da ciência continuam as mesmas. Diferente das respostas para os anseios do ser humano, que mudam a todo instante e que precisam ser lidas nas entrelinhas, por aquele que quer ser chamados de mestre. O professor tem que ter algo a mais, ele tem que conhecer e amar o habitat às vezes hostil, de sua clientela. Se assim for, com sabedoria ele submete e conquista. Para que o mestre não seja, apenas, só mais um trabalhador intelectual do pensamento, tem que dar resposta às múltiplas ansiedades de seus discípulos. O mestre deve ser a referencia do discípulo. Saber dominar, e dinamizar o ambiente são uma maneira prática de conquistar o respeito. Os discípulos manifestados em sala de aula na figura de alunos são pessoa sedenta por referencias.
Eles estão cansados de idealizar modelos dos videogames, das revistas em quadrinho e dos filmes de heróis. Eles querem algo que esteja ao alcance de sua contestação e sabendo, satisfatoriamente, contra argumentar, até para poder questionar.
Eles querem um herói de carne e osso que possam demonstrar-se falhos, mas, que na maioria das vezes possa demonstrar domínio sobre o terreno hostil do intelecto de seus alunos/discípulo. Se o mestre demonstra fraqueza, ou incapacidade de solucionar questões elementares postas, o discípulo tende a desviar sua atenção para as mais banais situações. É o que ocorre, freqüentemente, em salas de aula onde os alunos não atendem aos insistentes e repetitivos chamados de atenção dos professores. Se a verdadeira dama não precisa gritar que o é, o verdadeiro mestre também não precisa dizer que é o professor, para que seja reconhecido como tal. Se assim for: se precisar bradar que é ele quem manda, jamais terá o respeito de seus alunos e não passará de um intelectual se apresentando como um estivador. E ainda mais, esses alunos jamais o verão como referencia, ou como o mestre que precisa ser aceito, no máximo serão obrigados, frente a seus grupos, a o referenciar como mais um indivíduo que ganha à vida fazendo de conta que ensina.