sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Jovens violentos – Porque eles estão cada vez mais agressivos?
Em cada dia os casos de violência gratuita praticada pelos jovens se tornam mais comuns. Mas, por que eles agem assim? De quem é a culpa?.  A psicologia pontua o que os pais devem observar nos filhos e se o comportamento deles pode denunciar se serão violentos no futuro.
Por que os jovens estão cada vez mais agressivos?
Podemos pensar em algumas possibilidades:
1- O adolescente ainda não possui uma mente formada e, portanto, ele é inseguro. Agredir o outro é uma maneira de se auto afirmar e de sentir-se superior perante aquele que ele agride, seja verbal ou até mesmo fisicamente.
2- Os adolescentes sentem uma necessidade enorme de se exibir para os colegas e uma maneira muito comum é zombando de outros.
3- O adolescente precisa exercer diversos papéis para se encontrar e descobrir quem ele é. E ser “malvado” faz parte do script. Assim, ele, falsamente, sente-se corajoso e forte.
4- Por não ter uma mente formada e idéias próprias, se o grupo de amigos resolve ser agressivo, o jovem adere sem pensar nas conseqüências.  Mas, o fator predominante mesmo é que a família tem um peso fundamental na conduta dos jovens. Muitos pais fecham os olhos na hora de educar um filho, não impõem limites e o resultado disso é o que vemos em nossa sociedade.
Os pais estão muito permissivos?
Ser pai e mãe é uma das tarefas mais difíceis que existe porque exige um alto nível de bom senso. Dependendo do que se trata, os pais precisam ser rígidos, tolerantes, flexíveis, e por aí vai. O caminho das pedras para ser bons pais de adolescentes é desenvolver a capacidade de escutar. Uma escuta ativa na qual os pais possam demonstrar que entendem o que o filho diz. Que possa até mesmo se identificar com o filho lembrando-se da época em que eram jovens. Validar os sentimentos dos filhos e não fazer pouco caso destes. Porém devem lembrar de que legitimar os sentimentos dos filhos não significa concordar com suas idéias, significa que os pais levam seus filhos a sério, mas estes ainda precisam ser orientados. Uma vez que os filhos se sentem impelidos a conversar com seus pais, porque estes os escutam e os levam a sério, o caminho inverso também acontecerá, ou seja, os filhos estarão abertos para escutar os pais e levá-los a sério também. 
A partir de quando a família tem que estabelecer limite para os filhos?
Desde sempre. Com amor e cautela. Os limites devem ser dados de forma que a criança sinta que esta medida é para sua proteção, educação e feita com amor. Não adianta o pai querer dar amor ou educar o filho quando ele estiver grande ou repassar esse papel para outro. Isso é feito dia a dia e desde que o filho é pequeno.
Quais os sinais que os filhos dão de que podem tornar-se violentos nas ruas ou escola?
Quando são muito violentos em casa. Se isto acontece é porque os pais são agressivos ou porque nunca deram limites aos filhos, chegando ao ponto de serem negligentes e os filhos estão pedindo tais limites por meio de seu comportamento violento.  Expressar violência contra amigos e familiares e agir sem sentir-se culpado são fortes indícios de que haverá problemas futuros.
Para quem já registrou atitudes suspeitas, como proceder?
Procurar um profissional capacitado para compreender o que se passa no mundo interno da criança ou do jovem agressivo e ajudá-lo a encontrar meios de escoar esta agressividade de uma maneira possível como esportes e conversas, por exemplo.
Normalmente, a sociedade diz que cabe à escola educar o filho. Qual a sua visão sobre isso? Não seriam os pais, os primeiros a darem exemplo?
Que fique bem claro: a escola é responsável pelo aprendizado e os pais a educação. E lembrem-se, os pais são exemplos para os filhos, afinal, a fruta nunca cai muito longe da árvore! Portanto, o filho primeiro convive com os pais e é com eles e neles que primeiramente eles se espelham. Cabe aos pais o papel de educar os filhos. Colocar a culpa na escola, nos outros é se eximir de qualquer responsabilidade.
Algo a acrescentar?

A maneira com que os jovens foram criados será o registro para criar a própria família. A agressividade ou o amor e respeito em família é algo que passa de geração em geração. Uma família que transmite amor por meio de levar a sério os filhos, compreendê-los e lhes proporcionar boas experiências, não desenvolverá nos jovens o ódio e a agressividade. Num ambiente familiar em que o amor predomina, os filhos desenvolvem o sentimento de respeito, consideração e gratidão à vida. E, são mais satisfeitos e felizes.
Catequese do Papa: Igreja, Corpo de Cristo 

CATEQUESE
Praça São Pedro
Quarta-feira, 19 de junho de 2013
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje concentro-me sobre outra expressão com a qual o Concílio Vaticano II indica a natureza da Igreja: aquela do corpo; o Concílio diz que a Igreja é o Corpo de Cristo (cfr Lumen gentium, 7).
Gostaria de partir de um texto dos Atos dos Apóstolos que conhecemos bem: a conversão de Saulo, que se chamará depois Paulo, um dos maiores evangelizadores (cfr At 9, 4-5). Saulo é um perseguidor dos cristãos, mas enquanto está percorrendo o caminho que leva à cidade de Damasco, de repente uma luz o envolve, cai no chão e ele ouve uma voz que o diz: “Saulo, por que me persegues?”. Ele pergunta: “Quem és, Senhor?”, e aquela voz responde: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues” (v. 3-5). Esta experiência de São Paulo nos diz quanto é profunda a união entre nós cristãos e o próprio Cristo. Quando Jesus subiu ao céu, não nos deixou órfãos, mas com o dom do Espírito Santo a união com Ele transformou-se ainda mais intensa. O Concílio Vaticano II afirma que Jesus “comunicando o seu Espírito, constitui misticamente como seu corpo os seus irmãos, chamados de todos os povos” (Const. Dogm. Lumen Gentium, 7).
A imagem do corpo ajuda-nos a entender esta profunda ligação Igreja-Cristo, que São Paulo desenvolveu de modo particular na Primeira Carta aos Coríntios (cfr cap. 12). Antes de tudo, o corpo nos chama para uma realidade viva. A Igreja não é uma associação assistencial, cultural ou política, mas é um corpo vivo, que caminha e age na história. E este corpo tem uma cabeça, que é Jesus, que o guia, nutre-o e sustenta-o. Este é um ponto que gostaria de destacar: se separa-se a cabeça do restante do corpo, toda a pessoa não pode sobreviver. Assim é na Igreja: devemos permanecer ligados de modo sempre mais intenso a Jesus. Mas não somente isso: como em um corpo é importante que passe a seiva vital para que viva, assim devemos permitir que Jesus opere em nós, que a sua Palavra nos guie, que a sua presença eucarística nos alimente, nos anime, que o seu amor dê força ao nosso amar o próximo. E isto sempre! Sempre, sempre! Queridos irmãos e irmãs, permaneçamos unidos a Cristo, confiemos Nele, orientemos a nossa vida segundo o seu Evangelho, alimentando-nos com a oração cotidiana, a escuta da Palavra de Deus, a participação nos Sacramentos.
 E aqui aparece um segundo aspecto da Igreja como Corpo de Cristo. São Paulo afirma que como os membros do corpo humano, embora diferentes e numerosos, formam um só corpo, assim todos fomos batizados mediante um só Espírito em um só corpo (cfr 1 Cor 12, 12-13). Na Igreja, portanto, há uma variedade, uma diversidade de tarefas e de funções; não há a plena uniformidade, mas a riqueza dos dons que distribui o Espírito Santo. Porém, há a comunhão e a unidade: todos estão em relação uns com os outros e todos combinam para formar um único corpo vital, profundamente ligado a Cristo. Recordemos bem: ser parte da Igreja quer dizer estar unido a Cristo e receber Dele a vida divina que nos faz viver como cristãos, quer dizer permanecer unido ao Papa e aos Bispos, que são instrumentos de unidade e de comunhão, e quer dizer também aprender a superar personalismos e divisões, a compreender-se mais, a harmonizar as variedades e as riquezas de cada um; em uma palavra, a querer sempre bem a Deus e às pessoas que estão ao nosso lado, na família, na paróquia, nas associações. Corpo e membros para viver devem estar unidos! A unidade é superior aos conflitos, sempre! Os conflitos se não se dissolvem bem, separam-nos entre nós, separam-nos de Deus. O conflito pode ajudar-nos a crescer, mas também pode dividir-nos. Não caminhemos na estrada das divisões, das lutas entre nós! Todos unidos, todos unidos com as nossas diferenças, mas unidos, sempre: este é o caminho de Jesus. A unidade é superior aos conflitos. A unidade é uma graça que devemos pedir ao Senhor para que nos liberte das tentações das divisões, das lutas entre nós, dos egoísmos, das fofocas. Quanto mal fazem as fofocas, quanto mal! Nunca fofocar sobre os outros, nunca! Quantos danos causam à Igreja as divisões entre os cristãos, o partidarismo, os interesses mesquinhos!
As divisões entre nós, mas também as divisões entre as comunidades: cristãos evangélicos, cristãos ortodoxos, cristãos católicos, mas por que divisão? Devemos procurar levar a unidade. Vou contar para vocês uma coisa: hoje, antes de sair de casa, estive quarenta minutos, mais ou menos, meia hora, com um Pastor evangélico e rezamos juntos, e buscamos a unidade. Mas devemos rezar entre nós católicos e também com os outros cristãos, rezar para que o Senhor nos doe a unidade, unidade entre nós. Mas como teremos a unidade entre os cristãos se não somos capazes de tê-la entre nós católicos? De tê-la na família? Quantas famílias lutam e se dividem! Busquem a unidade, a unidade que faz a Igreja. A unidade vem de Jesus Cristo. Ele nos envia o Espírito Santo para fazer a unidade.
Queridos irmãos e irmãs, peçamos a Deus: ajude-nos a sermos membros do Corpo da Igreja sempre profundamente unidos a Cristo; ajude-nos a não fazer sofrer o Corpo da Igreja com os nossos conflitos, as nossas divisões, os nossos egoísmos; ajude-nos a sermos membros vivos ligados uns aos outros por uma única força, aquela do amor, que o Espírito Santo derrama nos nossos corações (cfr. Rm 5, 5).