quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A Realidade e a Missão da Catequese

A Realidade e a Missão da Catequese

A Igreja, que é ao mesmo tempo humana e divina, está inserida no contexto social, econômico, político, cultural e religioso de cada época, por isso, são muito importante que se considere a realidade local, pois é nessa realidade que a igreja catequiza e evangeliza seu povo.
Em função de sua inserção no mundo, a catequese sempre enfrentou desafios, desde os tempos mais remotos até os dias atuais, não podemos desanimar diante deles, mas é preciso disposição, coragem e força para enfrentá-los, esta força está no companheirismo e no trabalho em grupo.
 É a vivência comunitária da qual se fala tantas vezes. O próprio Cristo formou sua equipe com os doze apóstolos; preferiu contar com eles, valorizando assim à pessoa do outro.
Nos dias atuais, um grande desafio é a pressão exercida pelos conflitos sociais e econômicos, o que motiva a opção preferencial pelos pobres. Como viver isso na catequese? Como fazê-lo em comunhão com as outras pastorais. Que conceito temos de pobre? Outro desafio é a catequese com adultos e envolvimento dos pais no processo de formação religiosa dos filhos. É necessária a participação efetiva da família junto à catequese, é preciso resgatar a importância, o valor, a responsabilidade e o compromisso da família na sociedade atual.
A Igreja precisa também evangelizar a si mesma, trabalhar a unidade pastoral em busca dos mesmos objetivos. Outro desafio da catequese numa sociedade pluralista é ajudar o católico a firmar sua identidade religiosa e ao mesmo tempo dialogar com os que pensam diferente.
           Para enfrentar estes grandes desafios, o catequista deve ser apaixonado por sua missão, usar de toda criatividade, indo ao encontro do diferente, enfrentando as situações conflitantes com coragem, tendo sempre suas motivações arraigadas numa fé sólida e numa vida de oração e serviço, vivendo em comunidade.
 O catequista deve, permanentemente, ir em busca daqueles que ainda se encontram distantes, levando-os a vivenciar a Palavra de Deus. Deve também estar atento às mudanças, ser aberto ao diálogo e ao novo, disposto a viver um processo contínuo de atualização, ele deve se espelhar em Jesus Cristo, buscando uma experiência pessoal e comunitária de Deus e não apenas a transmissão de uma doutrina a ser seguida.
            Uma catequese organizada, capaz de atuar no mundo moderno, deve ter catequistas preparados, vivendo o Evangelho de forma concreta, preservando os valores cristãos: justiça, paz, partilha, amor e perdão.
Nossa ação catequética não pode estar baseada apenas em teorias, encontros e leituras frias e vazias, mas sim em atitudes de alegria, de dedicação e de compromisso no trabalho. Os catequistas precisam estar inteirados dos movimentos pastorais da comunidade paroquial para que haja unidade no trabalho e para que aconteça a interação entre fé e vida, são estas as formas de vencermos o abismo entre teoria e prática.
           A catequese tem como tarefa específica promover a iniciação da pessoa na vida de fé. Evangelizar, preparar o ambiente, conhecer a realidade, lançar as bases, erguer a construção e dar o acabamento.
 Na iniciação à fé, é importante uma boa preparação para o Batismo, Eucaristia e Crisma, lembrando, é claro, que catequese é processo permanente e não pode ser sacramentalista.
Devemos refletir mais sobre a Palavra de Deus para sermos capazes de enfrentar os problemas próprios da vida. Precisamos ser como os primeiros cristãos, em comunhão com o Espírito Santo, para vencermos os obstáculos; ser cristão é uma opção de vida, de dedicação, perseverança e coragem para implantar em todos os tempos e lugares o Reino de fraternidade, paz e justiça.
          O catequista deve mostrar o verdadeiro rosto de Deus: um Deus-Amor, misericordioso, bondoso e compassivo que quer nossa felicidade e que nos criou para o bem.
Deve aprender com os apóstolos que eram homens corajosos, destemidos, dinâmicos e criativos, só unidos em nome de Jesus e por causa dele os catequistas são capazes de dar testemunho de fé e coerência de vida.
Como organizar a catequese
Todos reconhecem que a catequese é um ministério porque é uma missão confiada por Deus para ajudar na caminhada de fé da comunidade, quando Deus chama para servir em seu nome, tornamos ministros dele, agimos, falamos em nome de Deus e em íntima comunhão com ele.
Grandes são os desafios na escolha de pessoas que vão exercer este ministério, pois há falta de responsabilidade, de compromisso e de interesse pela formação, com isso, os catequistas ficam sem bagagem, sem a devida preparação. Pouco a pouco, as pessoas envolvidas vão se conscientizando da responsabilidade desta missão, alguns  fraquejam, outros vão desistindo pelo caminho.
É preciso que haja maior motivação.
A paróquia tem a responsabilidade de proporcionar momentos de formação e mais recursos como manuais, revistas, vídeo etc. Os catequistas, por sua vez, precisam de muita criatividade, fazendo uso de músicas, dinâmicas, brincadeiras e encenações para atrair os catequizando.
            Para melhorar a organização da catequese na paróquia e nas capelas, será necessária uma maior conscientização dos paroquianos e integração das diversas pastorais com a catequese, pois esta precisa do apoio da Pastoral Familiar, da equipe de Liturgia, da Pastoral do Dízimo etc.
É de grande dificuldade a presença dos pais no envolvimento das atividades da catequese, ás vezes, nem o Conselho de Pastoral reconhece a importância que há no trabalho dos catequistas.
            Também o pároco precisa ser motivado a priorizar a catequese no projeto paroquial de evangelização e ação pastoral, é importante que ele incentive os catequistas, e acompanhem a formação e as atividades dos catequistas, indiquem e adquirem subsídios, repassem as orientações diocesanas, zelem pela espiritualidade dos catequistas, acompanhem de perto os coordenadores paroquiais, cobrando a participação dos catequistas na formação.
           Para uma justa divisão de responsabilidades, falta consciência do papel de cada um, planejamento comum e compromisso com o que é decidido por toda faltam também unidade e comunhão de idéias entre as paróquias com as capelas, algumas não falam a mesma linguagem, nem todas comungam do projeto que são elaborados.
Outra idéia também pode ajudar: esclarecer em todas as instâncias o que é a catequese e o seu real objetivo; formar os coordenadores para um maior compromisso dentro de sua pastoral, buscando a pastoral de conjunto; valorizar o ministério da catequese, com provisão específica, depois de uma formação básica.
           Quanto aos catequistas, muitos desafios precisam ser vencidos: receio de assumir o compromisso diante de realidades difíceis; o pouco interesse pela formação permanente e pela espiritualidade e a falta de mística.
 Fazer deslocamento dos catequistas das comunidades até a matriz, para um momento de formação que não dificulte a sua participação, em comunidades pequenas quase tudo cabe à catequese decidir, pela ausência de outras pastorais.
 A semente foi lançada e trouxe muita abertura, motivação para melhorar, revisão de conceitos, procedimentos, condutas e divisão de responsabilidades na organização geral da catequese, inclusive mostrando a tarefa de cada membro da coordenação.
Alguns investimentos são importantes: formar pequena biblioteca, videoteca, adquirir material para consulta, apoio dos conselhos quanto ao espaço físico e horário, formar formadores.
           A idéia do Plano Arquidiocesano de Catequese foi muito bem aceita e indica o crescimento e fortalecimento das estruturas catequéticas.
Alguns passos são importantes: que todos os párocos apóiem e coordenem o plano em sua paróquia; que seja criada, em comunhão com a arquidiocese, uma Escola Catequética; que se pense numa catequese para todos os agentes pastorais, através de uma formação continuada; que se valorize a catequese familiar.











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