quinta-feira, 30 de setembro de 2010

RELAÇOES INICIAIS ENTRE CRISTIANISMO E FILOSOFIA

RELAÇOES INICIAIS ENTRE CRISTIANISMO E FILOSOFIA

A mensagem cristã, transmitida oralmente por Cristo, posteriormente, foi fixada em alguns escritos: os evangelhos, que se tornaram a base da verdade cristã.
Os Evangelhos, mais quarenta e seis livros da tradição judaica (Antigo testamento), vinte e uma epistolas escritas pelos apóstolos, um livro que conta os feitos dos apóstolos (Atos dos Apóstolos) e um livro profético (Apocalipse) compõem a Bíblia sagrada.
Inicialmente, o cristianismo encontrou muita resistência pelos lugares por onde se difundiu.
Perseguição e martírios tornaram-se um fato comum, principalmente em Roma.
Durante os quatros primeiros séculos de sua existência, alem da perseguição física, o cristianismo sofreu também oposição no âmbito doutrinário, como no caso do imperador Juliano, que empregou o pensamento de um filosofo chamado Plotino para combatê-lo.
Observação sobre o pensamento de plotino: O sistema plotiniano é uma representação de toda a realidade, fazendo-a depender do Uno e tender por um retorno a Ele.
Enquanto em Sócrates, Platão, Aristóteles e outros filósofos, Deus é, sobretudo, mais um elemento na concepção geral do universo, em Plotino, se for retirada à idéia do Uno, retira-se toda a consciência de seu pensamento: o Uno (entendido, por aproximação, como Deus) é a idéia central de toda a sua filosofia e teologia.
Segundo Plotino ele não chama o Uno de Deus; refere-se a ele como se este fosse um Hyperthèos, um Superdeus.
Contudo, se por um lado, houve uma reação contrária e práticas cristãs, de outro, também não é muito agradável o tratamento que os primeiros pregadores do cristianismo deram a filosofia grego-romana.
No primeiro século da cristandade, grosso modo, há um “veto” à filosofia por parte dos Padres da Igreja.
Ela era vista simplesmente como “contrária” à mensagem cristã.A mensagem cristã é revelada por Deus, a filosofia é produção exclusivamente humana.
A filosofia é perigosa, pois afasta o homem do verdadeiro Deus.(Na Epistola aos Colossences 2, 8-10; At 17, 18)Paulo diz. Abramos a Bíblia.
Também os chamados Padres apostólicos – Os padres do século I - tiveram reação parecida, eles não lhe deram importância ou viram a filosofia como perigosa.
A aproximação entre o cristianismo e a filosofia começou a ocorrer no século II; ela se deu, sobretudo, devido às dificuldades que os evangelizadores encontraram em responder aos ataques que a doutrina cristã sofria, principalmente de filósofos.
Nesta época, em muitos lugares do império romano, existiam escolas filosóficas das mais variadas vertentes: céticos, estóicos, epicuristas, etc. Elas estavam por toda parte.
Para poder sustentar a polemica comestes filósofos alguns cristãos perceberam a necessidade de conhecer a filosofia; inicialmente começou com Justino (100-163) e, depois, muitos outros não só viram a necessidade do estudo da filosofia para argumentar com os pagãos, como também perceberam que a filosofia pode ser útil para  fundamentar ou esclarecer  as verdade da fé.
Esta acabou sendo a maneira como, em geral, a Igreja cristã encarou o papel da filosofia durante todo o período medieval.
Sem exageros, pode-se dizer que ainda hoje este é o modo de ser perceber a filosofia no meio cristã.
A união entre os elementos doutrinários do cristianismo e a filosofia recebeu a denominação de filosofia cristã (Cf. Encíclica Fides et Ratio 1998).


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