quinta-feira, 30 de setembro de 2010

PERMANECER EM SI MESMO

PERMANECER EM SI MESMO

Não há homem maduro que não tenha tido a coragem de suportar-se a si mesmo e de encontrar-se com sua própria verdade.
Esta é uma narrativa de três pessoas que muito se estimavam, acabaram se tornando pessoas cristãs.
O primeiro contou que queria converter os lutadores a uma situação de paz, guiando-se para tal fim, pela palavra da sagrada escritura que diz: ’Bem-aventurados os pacíficos’.
O segundo pretendia visitar os doentes.
O terceiro, por sua vez, foi para o deserto no intuito de viver ali em serenidade.
Pois bem, note que o primeiro que se empenhou com os lutadores, não podia de forma alguma, curar a todos e se casou. E vencido pelo desalento, foi ao encontro do segundo, o qual servia aos doentes, e encontrou-o também em estado de depressão.
Também este não conseguia completar plenamente seu propósito; e por sua vez concordaram então em ir visitar o terceiro que havia ido para deserto e contaram-lhe suas aflições e pediram que lhes contassem com sinceridade o que havia alcançado.
Ao escutar tudo que os outros passaram, ele calou-se por uns instantes, derramou água num vaso e disse que olhassem para dentro dela.
A água, porém, ainda se encontrava completamente em movimento, depois de certo tempo mandou que olhassem novamente para dentro do vaso e disse: ‘Observem agora como a água se aquietou’; e eles, olhando novamente para dentro do vaso puderam ver seus próprios semblantes refletidos na água como se estivessem a olhar para um espelho.
Diante disso, o outro continuou: ‘Assim acontece àquele que se encontra entre os homens; pois é por causa de sua inquietação e confusão que não consegue ver seus pecados.
Entretanto, aquele que se mantém em silêncio e, principalmente, aquele que se mantém na solidão, este não tardará em ver suas próprias falhas’.
Amados irmãos em cristo, não se condena aqui o amor ao próximo, mostra-se antes, o perigo que pode esconder-se no querer ajudar o outro; pensamos que podemos ajudar todo mundo, entretanto por trás disto esconde-se frequentemente um sentimento de onipotência; pois em tudo o que fazemos necessitamos sempre de novo ser capazes de suportar a nós mesmos, e manter-se em silêncio.
E é através desta atitude que a água em nosso vaso se acalmará, de modo que possamos nela reconhecer nossa própria verdade.
É necessário que cada um de nós possa nos concentrar nosso entendimento longe de todo tipo de preocupações deste mundo, sem vagabundear por aí atrás de vaidade, é necessário que estejamos direcionados para única meta, que é, orientar sempre de novo seu pensamento unicamente para Deus, e não dispersar-se de modo a permitir que entre em seu coração algum tipo de dispersão mundana, nem mesmo pensamentos carnais, nem preocupações com os pais ou consolo de sua família.
Mas é necessário irmão que se mantenha seu espírito e todo seu sentido voltado para a presença de Deus, para realizar assim a palavra do apóstolo que diz: ’que a virgem possa estar bem perto do senhor e completamente livre da dispersão’(1Cor7, 35). Amém.

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