terça-feira, 28 de junho de 2016

A Igreja Católica discrimina os homossexuais?



A Igreja Católica discrimina os homossexuais?
Muitas pessoas se perguntam se a Igreja Católica não discrimina os seus filhos com tendências homossexuais. Se ela defende os negros da discriminação racial, por que, então, não age da mesma forma com relação aos homossexuais?
A verdade é que a Igreja não discrimina essas pessoas. É que a sexualidade se trata de algo sagrado, assim como a raça. As raças negra, branca, parda, amarela, mestiça e mulata são desejadas por Deus, não devem ser tocadas. Quando o falecido cantor Michael Jackson foi acusado de querer mudar a sua raça – por uma série de cirurgias plásticas e processos de despigmentação da pele –, por exemplo, ele se defendeu, dizendo que, na verdade, sofria de vitiligo. Fê-lo porque a sociedade condena terminantemente qualquer tentativa de alterar a raça, tida como algo sagrado.
Do mesmo modo acontece com o sexo: a complementaridade entre homem e mulher foi querida e criada por Deus – basta abrir as primeiras páginas do livro do Gênesis para constatá-lo. Também ela, pois, não deve ser tocada. Trata-se, igualmente, de uma realidade sagrada. Por isso, a Igreja diz aos homossexuais que mudem sua conduta e comportamento. Este, porém, é um apelo que ela dirige a todos os seus filhos. A sexualidade humana, ferida pelo pecado original, tem várias tendências destruidoras, como o adultério, a pornografia, a masturbação etc. Todos os cristãos são chamados a conter a sua pulsão sexual e canalizá-la de forma produtiva no amor. Este, por sua vez, se expressa seja no celibato, seja no matrimônio aberto à vida.
Por isso, a Igreja não discrimina os homossexuais. O que ela prega a eles é o que ensina a todos os católicos, indiscriminadamente: que o exercício da sexualidade só é possível dentro do matrimônio aberto à fecundidade e à procriação, porque este é o projeto original de Deus, desde o princípio da Criação. Alguém pode argumentar que esta é uma posição intolerante ou retrógrada. Afinal, não foi o próprio Papa Francisco quem disse, no voo de volta de sua viagem ao Brasil: "Quem sou eu para julgar?"? Antes de alardear essa fala do Papa, porém, importa colocá-la em seu devido contexto.
O Papa pergunta, de fato: "Se uma pessoa é gay e procura o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para a julgar?" Mas, depois, continua: "O Catecismo da Igreja Católica explica isso muito bem". E o que diz o Catecismo da Igreja Católica? Que:
"Os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados. São contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados."
"Um número não negligenciável de pessoas apresenta tendências homossexuais profundamente enraizadas. (...) Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta."
Remata, por fim, a Igreja: "As pessoas homossexuais são chamadas à castidade". Quem tem tendência homossexual deve, pois, seguir o ensinamento de Cristo a todos: "Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz, cada dia, e siga-me" (Lc 9, 23). Só abraçando a Cruz e entregando-se por amor a Cristo, é possível caminhar para a ressurreição.

Referências:

1.                  Papa Francisco, Encontro com os jornalistas durante o voo de regresso do Brasil, 28 de julho de 2013
2.                  Catecismo da Igreja Católica, § 2357-2358
3.                  Ibidem, § 2359

A Igreja Católica discrimina os homossexuais?

quarta-feira, 8 de junho de 2016

COMO REZAR COM A BÍBLIA?

COMO REZAR COM A BÍBLIA?
Frei Patrício Sciadini, OCD, aponta 3 atitudes fundamentais que precisamos ter dentro de nós quando nos aproximamos da Sagrada Escritura: "ela deve ser lida: lenta, atenta e amorosamente". Ele explica cada uma delas:
1. Lentamente: não somos acostumados a ler lentamente. Hoje temos quase uma "voracidade compulsiva" em ler muito. Há, poderíamos dizer, um "engordamento artificial" de idéias que não conseguimos digerir. É muito importante na oração evitar essa fome de palavra, ter mais cuidado na escolha do que lemos e ler mais lentamente, quase saboreando palavra por palavra, repartindo as palavras como se fossem uma fruta que queremos saborear e não apenas engolir;
2. Atentamente: prestar atenção ao que se diz ou se lê. Para Santa Teresa, este é o segredo da verdadeira meditação. É preciso, diz ela, saber o que diz e para quem diz, para que seja verdadeira oração. A mesma pedagogia devemos usar quando queremos compreender o que estamos lendo para poder penetrar no seu sentido. Três perguntas podem ser úteis aqui: "O que diz a Palavra? Para quem é dirigida? O que diz para mim hoje?". Essa releitura da Palavra é fundamental para, diante dela, não nos portar como espectadores ou visitantes de um museu, mas atualizá-la para a nossa vida.
3. Amorosamente: ler com amor, como se a Palavra ou texto fosse dirigido tão somente a nós. Essa personalização da Palavra é fundamental para que possamos ser "tocados" pelo espírito do autor que, quando escreveu, tinha uma finalidade: sermos gerados pela Palavra ouvida e meditada. Quando lemos algo com amor, isso produz mais fruto dentro de nós.
Alguns passos simples para ler e meditar um texto bíblico poderiam ser os 4 passos da Lectio Divina. Busque um lugar tranqüilo, onde você possa criar um ambiente calmo e recolhido, com silêncio ou música de fundo, como for melhor, assim feito siga:
1. Leitura: Nesse passo você deve ler, reler, confrontar passagens paralelas; interpretar símbolos, ver personagens; quem fala, como fala, a quem fala, quando fala, onde fala, como agem e reagem as personagens. Nesse passo você deve procurar responder: Que diz o texto?
2. Meditação: Que valores profundos me evoca o texto? Que sinto ou experimento, como reajo ao ler este texto? Com que relaciono o texto? Existem duas fases, na meditação, a primeira de recolher, juntar, reservar sem preguiça; a segunda de ruminar, digerir tudo o que se recolhe; deixar que as palavras se liguem entre si; criar clima, atenção, calor; preocupar-se para que nada te roube a Palavra... Discernir, confrontar e deixar que as palavras que recolheste, guardaste e observaste, se clarifiquem umas às outras. Feito isto, a Palavra faz o resto. Nesse passo você deve procurar responder: Que me diz o Senhor neste texto?
3. Oração: Em silêncio, pela palavra, pelo canto, pelo gesto, que digo ao Senhor? Que palavras, canto, silêncio ou gesto me provoca a Palavra que acabei de ler e meditar? Para esse passo busco responder: Que digo eu ao Senhor que me fala neste texto?
4. Contemplação: Agora é o momento de observar os efeitos dessa palavra sobre você, sobre a sua vida. Responda aqui: Que sinto em mim? Que experiência me é dada viver agora?
Você pode estar se perguntando: mas por onde devo começar a leitura? que livro ler primeiro? devo ler o Antigo ou o Novo Testamento? Bem, há muitos livros católicos com sugestões de leituras, mas uma opção bem eficaz e tradicional é a Liturgia Diária, ela traz as leituras que em cada dia a Igreja medita na Liturgia Eucarística.



COMO DEVE SER LIDA A BÍBLIA.

COMO DEVE SER LIDA?
A Bíblia é a Palavra Viva de Deus. Precisamos ter a consciência de que "toda Escritura é inspirada por Deus" (2Timoteo 3, 16), "que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal" (2Pedro 1, 20) e também de que "nelas há algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam, para a sua própria ruína, como o fazem também com as demais Escrituras" (2Pedro 3, 16b). No Concílio Ecumênico Vaticano II lemos que: "...para bem captar o sentido dos textos sagrados, deve-se atender com não menor diligência ao conteúdo e à unidade de toda a Escritura, levada em conta a Tradição viva da Igreja toda e a analogia da fé" (Dei Verbum 12).
Com isso vemos que não devemos ler a bíblia como se estivéssemos lendo um livro qualquer, mas sua leitura exige respeito, humildade e prudência.
Por isso é muito importante buscarmos participar de Círculo bíblico, cursos de bíblia, etc, que facilmente podemos encontrar em nossas comunidades, paróquias e dioceses.

QUAL É ORIGEM DA BÍBLIA?

QUAL É ORIGEM DA BÍBLIA?
Ela é a história de um povo com o seu Deus; não de qualquer povo, mas do povo de Deus, escolhido por Ele, para ser exemplo para todos os povos. Ela nasceu no meio do povo hebreu, no tempo de Abraão, na terra de Canaã, que em seguida chamou-se terra de Israel e bem mais tarde Palestina.
A palavra Bíblia provém do grego biblos e significa livros, o que bem demonstra não ser a Bíblia um único livro. Assim, quando usamos hoje a palavra "Bíblia" nos referimos a um conjunto de livros. Nela estão agrupados 73 livros, é uma verdadeira mini-biblioteca que destaca e a aliança e plano de salvação de Deus para com a humanidade. E justamente por não ser um livro, mas um conjunto de livros, a bíblia levou bem mais de mil anos para ser escrita e tomar a forma de hoje., podemos identificar em sua gestação, que ela passou por 3 fases:
Os acontecimentos: antes de se tornar um livro, a Bíblia foi uma realidade vivida e experimentada pelo homem. A essência da Sagrada Escritura não está nas palavras que ela traz, mas nos acontecimentos, nos fatos concretos e acontecimentos salvíficos.
Logo depois dos Acontecimentos, entra em cena a Tradição Oral. Eles eram contados pelos pais e mães aos filhos, de geração em geração. Esse período durou cerca de 900 anos. Desta forma, o povo mantinha forte em sua lembrança as fortes experiências vividas com Deus. "Lembra-te dos dias antigos, considera os anos das gerações passadas. Interroga teu pai e ele te contará; teus anciãos e eles te dirão" (Deuteronômio 32, 7). "Assim, pois, irmãos, ficai firmes e conservai os ensinamentos que de nós aprendestes, seja por palavras, seja por carta nossa" (2Tessalonicensess 2, 15);
Tradição Escrita: quando possível, devido às condições políticas, sociais e culturais da época, algumas pessoas começaram a colocar por escrito as ricas e vastas experiências do povo eleito de Deus. Graças a homens inspirados pelo Espírito de Santo, também chamados de hagiógrafos, a Bíblia começou a ser escrita.
Vemos, assim, que a Bíblia, ou melhor, os livros que a compõem foram escritos por homens, mas inspirados por Deus, de forma a prevenir erros. O homem foi o instrumento de Deus e foi movido e dirigido por Ele. No entanto, cabe aqui uma importante observação: o fato de Deus ter inspirado homens a escreverem os livros que compõem a bíblia, não significa que tenha anulado a inteligência e a liberdade deles, veja o que nos diz o Magistério da Igreja a respeito disso:

"Na redação dos livros sagrados, Deus escolheu homens,
dos quais se serviu fazendo-os usar suas próprias faculdades
e capacidades a fim de que, agindo Ele próprio neles e por eles,
escrevessem, como verdadeiros autores,
tudo e só aquilo que Ele próprio quisesse" (Dei Verbum, 11).


NOVÍSSIMO

NOVÍSSIMO

 Na doutrina católica, os últimos acontecimentos que afetarão cada indivíduo no fim de sua jornada terrestre são chamados de "Novíssimos". São eles: morte, juízo, purgatório, inferno e paraíso.

Ó Cristão que isto lês, olha que existe um Deus!
... uma alma! ... uma eternidade! ...

LEMBRA-TE
de teus novíssimos:
MORTE... JUÍZO... INFERNO... PARAÍSO...
e nunca pecarás.

1. — Lembra-te ... que foste criado somente para amares e servires o teu Deus nesta vida e o possuíres depois eternamente na outra . . .
2. — Lembra-te ... que a morte vem chegando a largos passos e, talvez, já está mais próxima do que pensas...
3. — Lembra-te ... que brevemente deves prestar conta a Deus de todo o bem que podias fazer e não fizeste, como de todo o mal que devias deixar e
não deixaste .. .
4. — Lembra-te ... que todo aquele que morrer em pecado mortal vai logo com a alma para o fogo do Inferno, e depois, no fim do mundo, para lá deverá ir também com o corpo ...
5. — Lembra-te ... que tens só uma alma: salva esta, tudo estará salvo eternamente; perdida esta, tudo estará eternamente perdido ...
6. — Lembra-te... que o caminho mais largo é o que leva a perdição, quem quer salvar-se, deve fazer violência a si mesmo e carregar a sua cruz...
7. — Lembra-te ... que Deus merece sumo respeito em qualquer tempo e em qualquer lugar; em toda a parte está ele presente e somente dele é que depende todo o teu bem temporal e espiritual...
8. — Lembra-te ... que o tempo passa e não volta mais; quanto mais vives tanto  menos para viver te resta: quem vive mal, morre mal .. .
9. — Lembra-te ... que deves amar a teu próximo como a ti mesmo. Ai de ti se estiver excitando rixas e desavenças...
10. — Lembra-te ... que o Inferno está cheio de pecadores que queriam converter-se, mas que nunca se converteram devéras...
11. — Lembra-te ... que quem quer evitar o pecado, deve fugir da ocasião; — as conversações perigosas são redes do demônio...
12. — Lembra-te ... finalmente que Jesus te está esperando para dar-te o perdão de tuas culpas. — Quem sabe não sejas este o último aviso? ...

REFLITA E PENSA A MIÚDO QUE:

1. — As três portas maiores do Inferno são:
a desonestidade, o escândalo, o furto.

2. — As três portas principais do Paraíso são: a oração, a sinceridade na Confissão, a freqüência dos Sacramentos e da palavra de Deus.

3. — As três coisas principais de que devemos fugir são: as ocasiões perigosas, as más companhias, os olhares e as palavras indecentes.

4. — Os três pensamentos mais salutares são: Deus me vê... Devo morrer!... O prêmio do Paraíso e o castigo do Inferno... são eternos.

5. — Os três nomes que se devem invocar com freqüência são: Jesus, Maria, José.

Estou certo que hei de morrer... mas quando?... não sei... Logo devo estar preparado... Apenas houver acabado de expirar, Deus me julgará acerca de toda a minha vida, e a sentença será: ou feliz para sempre no Paraíso, ou infeliz para sempre no Inferno ...
De que serve ganhar, ainda que seja todo o mundo, si depois vier a perder-me ?...
O pecado é o único e verdadeiro mal que pode haver no mundo!... portanto devo fugir dele.



A importância da Igreja em nossas vidas.

A importância da Igreja em nossas vidas.
Não sei se você sabe a importância fundamental da Igreja que Jesus instituiu. Ela é a união de todos os cristãos com Cristo pelo Batismo; é a “família de Deus”,  o povo de Deus, a Noiva de Cristo.
É através da Igreja que a humanidade vai voltar para Deus. Ela é o Corpo místico de Cristo. É dever de todo católico amar a Igreja profundamente. Ela é o meio que Deus Pai escolheu para salvar-nos, depois que o pecado entrou em nossa História.
O Concílio Vaticano II nos ensina que: “Ela é o instrumento da Redenção de todos os homens” (LG,9), “sacramento universal da salvação” (LG, 48), pelo qual Cristo “manifesta e atualiza o amor de Deus pelos homens” (LG,45).
“Ela é o projeto visível do amor de Deus pela humanidade”, disse o Papa Paulo VI. “Pela Igreja, ensina o Catecismo, Deus quer transformar o gênero humano no único povo de Deus, consagrado no único templo do Espírito Santo” (CIC §776).
Para mostrar-nos toda a sua importância, o Catecismo da Igreja diz que ela é: “a reação de Deus ao caos provocado pelo pecado”(CIC,761). Coloco aqui todas essas passagens para que você, entenda que a Igreja é essencial na sua vida religiosa e fundamental para a sua salvação.
Igreja é a nossa Mãe;  é através dela que re-nascemos para Deus, através do Batismo; por isso, deve ser conhecida, amada, respeitada, obedecida e defendida.
Ela é o prolongamento de Cristo em nossa história. Jesus continua a nos tocar pela Igreja, através dos Sacramentos. Sem os Sacramentos não podemos nos salvar, e sem a Igreja não há Sacramentos. É através dela que Cristo perdoa os seus pecados. É ela, e, somente ela, que nos dá o Corpo e o Sangue do Senhor na Sagrada Eucaristia, para remédio e sustento de nossas forças.
É ela que nos dá o Espírito Santo pela Crisma.
É ela que transforma em sacramento e benção a nossa união conjugal.
É ela, e somente ela, que nos dá os sacerdotes; é ela que, enfim, nos unge no leito da dor e da morte. É ela que nos levará ao céu; e é por ela que viveremos a eternidade em Deus. 
Quem a rejeita, conscientemente, rejeita a própria salvação e o próprio Deus que a instituiu, diz o Catecismo: “Apoiado na Sagrada Escritura e na Tradição, [o Concílio] ensina que esta Igreja peregrina é necessária para a salvação. O único mediador e caminho da salvação é Cristo, que se nos torna presente no seu Corpo, que é a Igreja.
Ele,  porém, confirmou a necessidade da Igreja, na qual os homens entram pelo batismo, como que por uma porta. Por isso não podem salvar-se aqueles que, sabendo que a Igreja católica foi fundada por Deus através de Jesus Cristo como instituição necessária, apesar disso não quiserem entrar nela, ou então perseverar ( LG 14)”, (CIC §846).
São João Roberts, uma das vítimas de Henrique VIII, após este se tornar o “Chefe” da Igreja na Inglaterra, antes de morrer na forca, pôde gritar para todos ouvirem, aquela frase que os Santos Padres repetiam nos primeiros séculos:
“Fora  da Igreja não há salvação” (Um Santo Para Cada Dia, Ed. Paulinas, SP, 1983, pag 396). Cristo e a Igreja são uma só realidade.
São Paulo diz: “Cristo é a Cabeça do Corpo que é a Igreja” (Cl 1,18).
“Vós sois o Corpo de Cristo e cada um, de sua parte é um dos seus membros” (1Cor 12,27).
Santo Agostinho a chamava de “Cristo total” (“Christus totus”). E dizia: “Alegremo-nos, portanto, e demos graças por nos termos  tornado não somente cristãos, mas o próprio Cristo… Admirai e rejubilai, nós nos tornamos Cristo” (CIC, n° 795).
Por isso tudo, declarou certa vez o Papa  Paulo VI: “Quem não ama a Igreja, não ama  Jesus Cristo”. E amá-la implica em conhecê-la, respeitá-la, obedecê-la,  servi-la, e dar a vida por ela.
São Bernardo mostra  todo o seu amor à Igreja nessas palavras memoráveis: “Permaneceremos na fé e combateremos até à morte, se for necessário, pela Igreja, nossa Mãe, com as armas que nos são permitidas: não com escudos e espadas, mas com as orações e as lágrimas a Deus” (Epist. 221, 3; Migne, P.L.; CLXXXII, 36,387). 
Todos os santos e santas amaram a Igreja com um amor imenso, dedicando a ela toda a sua vida. Santa Tereza de Ávila, no seu Caminho de Perfeição, diz:
“Procurai a limpeza de consciência e humildade, desprezo de todas as coisas do mundo e fé inabalável no que ensina a santa Madre Igreja.”
 Ela é a nossa garantia de paz, verdade e salvação. Infelizmente essa boa Mãe é tantas vezes mau amada por muitos dos seus filhos. Muitos não a conhecem, e por isso não a amam. A desprezam, a criticam, a ofendem, sem perceber que estão ofendendo e magoando “o próprio Jesus”.
A Igreja é divina e humana, por isso é santa, embora formada por pecadores; mas invencível e infalível quando ensina a fé e a moral, pois tem a assistência do próprio Senhor que nela vive continuamente.
“Eis que estarei convosco todos os dias…”  (Mt 28,20)
Desde Pedro a Igreja  já teve 265 Papas, enfrentou até aqui 2000 anos de perseguições, heresias e outros tantos perigos que somente uma instituição divina poderia  resistir.
Esta é a maior prova de a Igreja é divina. Se nem os pecados dos seus filhos: leigos, padres, bispos e papas, a destruíram, é porque, de fato, ela é divina.
Monsenhor Ignatius Ong Pin-Mei, Bispo de Shangai, na China comunista, no dia seguinte de sua libertação, depois de passar trinta longos anos nos cárceres, por amor a Cristo e à Igreja Católica, disse: “Eu fiquei fiel à Igreja Católica Romana. Trinta anos de prisão não me mudaram. Eu guardei a fé. Eu estou pronto amanhã a voltar novamente à prisão para defender minha fé” (PR).


A Encarnação do verbo eterno de Deus ( Continuação)

No Novo Testamento
Os escritores do Novo Testamento, em particular João, Paulo e o autor de Hebreus, não falam em parte alguma ou tratam das questões metafísicas do modo da encarnação ou de questões psicológicas do estado de encarnado, isto só veio surgir de forma proeminente no século IV nas discussões cristológicas, em especial no Concílio de Calcedônia, no ano de 451. Eles estavam preocupados em demonstrar a pessoa de Jesus, exibição de sua obra e principalmente na vindicação da posição central no propósito redentor de Deus.
O único sentido que os escritores tentam explicar a encarnação é mostrando como isso que aplica no plano que Deus traçou para redimir a humanidade.
(Romanos 8,3; João 1,18; Hebreus 1,1-3; Hebreus 7,15-17) Interessante observar que os escritores do Novo Testamento não discutem a respeito do nascimento virginal de Jesus como testemunho da conjunção entre a deidade e a humanidade da sua pessoa.
Essa linha tem sido explorada somente na teologia recente. Entretanto, os escritores não ignoram esse fato, mas eles focam no propósito da salvação proposta por Deus. Os dois escritores que narram o nascimento virginal (Mateus e Lucas) colocam ênfase não no mistério do nascimento, mas sim que Deus começou a cumprir a sua intenção de que visitaria e redimiria o seu povo. O ponto de vista é apenas soteriológico (.O tema da soteriologia  trata da doutrina da salvação humana).
Os escritores percebem que tanto a deidade como a humanidade de Jesus são elementos fundamentais em sua obra salvadora. Da mesma forma que a divina filiação de Jesus garante a interminável duração, a perfeição impecável e a eficácia sem limites de sua obra sumo-sacerdotal (Hebreus 7,3, assim também a sua deidade foi capaz de derrotar o diabo "valente" que mantinha os pecadores num estado de impotente cativeiro. (Hebreus 2,14-ss; Apocalipse 20,1-ss)
Semelhantemente os escritores percebem que era necessário que o Filho de Deus fosse feito carne, pois somente assim poderia tomar o lugar como segundo homem , através de quem Deus trata a raça humana. (I Coríntios 15,21) Somente dessa maneira poderia ser o mediador entre Deus e os homens (I Timóteo 2,5), e somente assim poderia morrer em favor dos pecadores, pois somente tendo carne é que poderia morrer. O pensamento da encarnação no Novo Testamento está de tal modo ligado que não se aplica esse termo à humanidade de Jesus em seu estado glorificado e incorruptível. Os "dias da suas carne" Hebreus 5,7significam o tempo que ele passou no mundo até o dia da cruz.
João se preocupa em deixar clara a questão de Jesus verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus, combatendo, então o posicionamento contrário como sendo um espírito do anticristo, uma linha cristológicas do cética de Cerinto, que negava a realidade da carne e, portanto, negava a encarnação e conseqüentemente a morte física, portanto negando o Pai assim como o Filho. Essa ênfase de João além de ser observada nas suas duas primeiras epístolas é notada no evangelho, quando mostra a realidade da experiência da fraqueza humana de Jesus: cansaço (João 4,6); sede (João 4,7, João 19,28); lágrimas (João 11,33) tinham a clara intenção de combater o ensino docético(Docetismo , "para parecer") é o nome dado a uma doutrina cristã do século II, considerada herética pela Igreja primitiva).
A Irmandade polonesa do século 17 interpretou a encarnação da palavra como a encarnação do plano de Deus em um descendente de Abraão, e não como a encarnação literal de uma pessoa que já existia antes de seu nascimento no céu.
Obs: O Concílio de Calcedónia : Este concílio foi convocado pelo imperador bizantino Marciano e contou com a participação de 350 bispos (algumas fontes fazem referência a 520 bispos), e tornou-se a assembleia mais importante ocorrida até então na história doCristianismo.
Ele fora convocado para discutir sobre as duas naturezas de Jesus Cristo e para corrigir os erros e abusos do Concílio de Éfeso (449).
Tudo havia começado com o Patriarca de Constantinopla Nestório (428-431), que, influenciado pelo seu mestre, Teodoro de Mopsuéstia, havia proposto a separação ou existência de duas naturezas em Cristo, uma natureza humana e a outra divina. Esta doutrina, fortemente refutada por Cirilo de Alexandria, que insistia com Nestório sobre a unidade da pessoa de Cristo. Para dirimir a questão, suscitada por Nestório, foi instaurado em junho de 431, o Primeiro Concílio de Éfeso, convocado por Teodósio II e conhecido como Terceiro Concílio Ecumênico.
O concílio não levou a um entendimento único sobre a questão, entre os bispos alexandrinos e os bispos antioquenos, entretanto Nestório foi deposto, a doutrina pregada por ele refutada e Eutiques, condenado.
Em 433, aconteceu um encontro entre as duas partes, chamado a fórmula da unidade onde os antioquenos aceitaram a doutrina de Maria como mãe de Deus (Theotokos) e os alexandrinos aceitaram as duas naturezas em Cristo.