segunda-feira, 1 de novembro de 2010

FAMÍLIA E A ESCOLA

A FAMÍLIA E A ESCOLA EM DESTAQUE:RELAÇÕES POSSÍVEIS OU NECESSÁRIAS?

 
         A família e a escola são instituições fundamentais para a socialização da criança. Sendo que a família é a primeira moderadora em relação com o mundo. A criança cresce e estabelece suas raiz desenvolvendo sua identidade, e isto inclui todos os padrões do seu comportamento que mais tarde irá constituir o que chamamos de socialização primária.
       Já o dever da escola é introduzir a criança em setores do mundo que ela jamais viu e apresentar as diversidades culturais. O que chamamos de socialização secundária, embora esta relação ainda não exista no nosso país, é uma tradição de estudo das interações entre família e escola reconhecendo que unidas obteremos um desenvolvimento de aprendizagem da criança.
      A escola deixou de ser o templo do saber. Buscou maneiras de serem mais eficazes na transmissão do saber sistematizado universal redefinindo os papéis, porque é chamada a cumprir algumas tarefas que eram antes assumidas pelas famílias. Precisamos nos mobilizar para que a família se sensibilize a participar da vida escolar, e que a escola passe a conhecer os valores e a cultura da vida familiar.
       A ampliação do papel do professor está diretamente ligada à realidade social da família e da escola tanto um quanto outra mudaram ao longo dos séculos e exigem dos educadores de sala de aula novos compromissos, atitudes, posturas e também da competência do professor realizar a sua parte no que tange aos processos de construção do conhecimento sistematizado e organizado pela sociedade e compartilhá-los com os alunos não mais para o futuro, mas para o presente desenvolvendo projetos a partir de suas experiências acumuladas.
        Os pais precisam descobrir o mundo que está ao redor dos filhos, os pais não percebem, mas eles estão precisando de diálogo, e os afazeres da vida os impedem de perceber a angústia e os conflitos que há em seus filhos. Alguns pais nunca tiveram coragem de dialogar com seus filhos sobre vários problemas da vida; é muito difícil de entender pais e filhos que vivem debaixo do mesmo teto por anos a fio e permanecem completamente ilhados, eles são capazes de cuidar de muitos problemas, mas se esquecem de cuidar dos problemas entre um e outro que é a falta do diálogo.
       Assim, o diálogo é uma ferramenta educacional insubstituível; deve haver uma autoridade na relação pai-filho e professor-aluno, mas que esta autoridade seja conquistada com inteligência e amor, e que pais elogiem, beijem e estimulam seus filhos desde pequenos a pensar e não correr o risco de perdê-los e nem perder o respeito deles.
       Pais e educadores precisam trabalhar mais a questão afetiva dos alunos e filhos. Partindo desse princípio estaríamos fazendo com que eles possam proteger suas emoções, não deixando que esse mundo afete seus sentimentos e façam com que eles se tornem pessoas incapazes de pensar por si; pais e professores precisam conhecer um pouco sobre como trabalhar com os sentimentos.  
       Trabalhar com essa relação da emoção pode fazer com que alunos possam melhorar os seus desempenho tanto na escola como na família, professores e pais que trabalham na linha de não provocar suas emoções não estão educando, mas apenas dando informações, proteger sua emoção é fundamental para que os alunos tenham mais qualidade de vida e pode melhorar seu desempenho.
      A escola precisa saber que não é só dar conteúdo que os alunos saberão lidar com a vida, mas a quantidade exagerada de informações dadas na escola se torna bastante estressante, porque a maioria das informações se perde nos labirintos da memória e a escola não deve ser como depósito do conhecimento porque ela não formaria pensadores, mas pessoa que repetem ao ouvir o que a escola ensina.
       É preciso dar suporte para os alunos serem mais criativos, que saibam se organizar, e não que eles se tornem pessoas de lembranças exatas.
 “Como diz Piaget (1996, p. 32)” O importante é preparar seus alunos para explorarem o desconhecido para não terem medo de falhar, mas medo de não tentar, ensine-os conquistar experiências originais, através da observação de pequenas mudanças e da correção de grandes notas. Novos estímulos estabelecem uma relação com a estrutura cognitiva prévia, gerando novas experiências”.
      Para que nossa educação possa melhorar é preciso que pais e filhos se conheçam e desfrutem juntas suas mágoas, sonhos, alegrias, frustrações e não vivam ilhados dentro do mesmo teto; partindo desse princípio estaremos reconstruindo nossa educação, fazendo com que pais e filhos e professores, alunos possam viver juntos durante anos em sala de aula, sem serem estranhos uns aos outros.
       Alunos e filhos aprenderam a lidar com todos os fatos da lógica, mas os professores e pais não ensinaram a lidar com seus fracassos, falhas e emoções; “nós nos tornamos máquinas de trabalhar e estamos transformando nossos alunos em máquinas de aprender”( CURY,2000).
      Nós, professores não estamos educando a emoção nem estamos estimulando o desenvolvimento das funções mais importantes da inteligência, precisamos fazer com que os alunos contemplem o belo, que pense antes de agir, coloquem suas idéias e aprendam a não impor aquilo que pensam, eles precisam organizar seus pensamentos; estamos diante desses fatos dando toda a informação, e não estamos formando sua personalidade.
     Os alunos aprenderam a conhecer mais o mundo em que estão, mas não sabem nada sobre si mesmos; pais e professores e escolas precisam adquirir hábitos saudáveis para melhorar a educação. Precisamos ser educadores e pais cuidadosos se quiserem formar alunos e filhos, pessoas inteligentes e capazes de sobreviver nesse mundo tão fragmentado e complexo. 


TÔ CHEGANDO, PAI!

TÔ CHEGANDO, PAI!

Pai, desde que fui semeado aqui, minha vida não tem sido ruim.
No começo eu fui tomando forma, fui crescendo, crescendo e agora, eu já pareço uma cópia (meio achatadinha) de você.
Pai, como tem água aqui!
Antes de sair, quero lhe dizer que não estou com medo.
Alguns anjinhos me contaram que vou morar num lugar apelidado de “planeta água”.
Então, creio que não vou estranhar muito.
Quero avisar-lhe que na hora em que eu sair, vou abrir um berreiro daqueles, tá?
Afinal, vou dar de cara com um baita espaço e muita gente estranha em volta de mim!
No começo vou dar um pouquinho de trabalho, viu?
Até eu me habituar, muitas vezes vai acordar por causa de dorzinhas de barrigas, de ouvido, resfriadinhos, e aquelas coisas próprias de gente muito pequena.
Ah!.. Não fique com ciúme da mãe, viu?
Por algum tempo ela deixará você meio em segundo plano, pois estará por demais ocupado com a grande novidade chamada EU.
Isso não quer dizer que o amor dela por você terá diminuído.
Na continuação, tudo irá se ajeitando, o Amor que teremos um pelo outro aumentará cada vez mais e, um belo dia, você se verá encomendando uma correntinha com um pingente de ouro incrustado com meu primeiro dente de leite.
Isso sem falar nas minhas botinhas, que você levará penduradas no espelho retrovisor do carro!
Mais adiante irei para escola, nos finais de semanas brincaremos juntos e, finalmente, um dia estarei crescido, talvez do seu tamanho ou até maior.
Lembrarei com saudade dos maravilhosos momentos que teremos passado juntos e, em todos os meus aniversários, eu lhe darei mais um daqueles emocionados abraços, dizendo: “Segura mais essa, Pai! Filho criado é trabalho dobrado!”.

FELIZ DIA DOS PAIS.

PAI É PAI!

PAI É PAI!
Pode ser novo, pode ser velho.
Pode ser branco, negro ou amarelo.
Pode ser solteiro, casado, viúvo ou divorciado.
Pode ser feliz ou infeliz.
Pode estar aqui ou já ter ido embora.
Pode ter tido filhos ou adotados.
Pode ter casa ou morar na rua.
Pode usar terno ou tanga.
Pode ser Deus ou humano.
Pode estar trabalhando ou desempregado.
Pode ser tanta coisa ou simplesmente
PAI.
Mas todos, sem faltar um sequer fazem parte da criação.
Que não só hoje, mas em todos os dias desta vida, possa ser lembrado como aquele que muitas vezes não dormiu.
Muitas vezes ficou pensando na comida para levar para casa.
Muitas vezes engoliu sapos.
Muitas vezes chorou escondido.
Muitas vezes gargalhou.
Muitas vezes perdeu à hora, mas nunca deixou de pensar na coisa mais importante da sua vida,
        SUA FAMILIA.
FELIZ DIA DOS PAIS.
E A FAMILIA... COMO VAI?

Se alguém nos perguntasse novamente, “e a família como vai?”, responderíamos: a família está doente!
Se abrirmos os olhos à realidade que nos rodeia ficaríamos verdadeiramente pesarosos: (Que tem, ou em que há pesar. Arrependido, contrito, penaroso.) observamos as estruturas políticas corroídas pela desonestidade e a corrupção, as diferenças sociais cada vez mais acentuadas, a marginalização de amplos setores da população confinados nas favelas e cortiços, os banditismos e o narcotráfico dominando grandes áreas das nossas cidades, a proliferação do divorcio, o aumento das uniões irregulares, os extermínios, drogas etc.
Quais são as causas de todos estes males? Sem dúvida poderíamos aduzi (Trazer, apresentar: razões, provas, testemunhos, etc.) uma grande diversidade de motivos, mas se fôssemos ao fundo da questão veríamos que a causa fundamental reside na desestruturação da família.
A família é a célula básica da sociedade, se as células estão enfermas o corpo inteiro também adoece; todos os problemas sociais a que antes aludíamos (Fazer alusão; referir-se):
Mencionar (pessoa, fato, etc., a alguém) são provocados pelos homens, homens que nascem numa família, homens que amadurecem ou se envelhece numa família, homens que apreendem o sentido do amor ou do ódio numa família, homens que se pervertem ou se santificam numa família.
A família é a fonte emergente de todos os valores humanos, se a família fica doente, a sociedade sucumbe (Perder o ânimo; mostrar-se abatido em extremo; desalentar (-se), desanimar (-se), esmorecer. Morrer, perecer, falecer: Ser vencido; ser derrotado).
Cessar de existir; acabar (-se): (Ser suprimido ou abolido).
É no seio da família que os pais são “para os filhos, pela palavra e pelo exemplo... os primeiros mestres da fé; sabemos que o lar é assim a primeira escola de vida cristã e “uma escola de enriquecimento humano.

O pacto matrimonial, pelo qual o homem e uma mulher constituem entre si uma intima comunidade de vida e de amor, foi fundado e adotado de suas leis próprias pelo criador; o sacramento do matrimonio significa a união de cristo com a igreja, concede aos esposos a graça de amarem-se com o mesmo amor com que cristo amou sua igreja; sendo que a graça do sacramento leva a perfeição, o amor humano dos esposos consolida sua unidade indissolúvel e os santifica no caminho da vida eterna. (Mc10, 9; ICor7,10-11).
O matrimônio é o nascedouro da família, desvirtuando-se do matrimônio desvirtua-se da família.
O matrimônio e a família foram criados por Deus para cumprir uma missão fundamental no concerto da criação; ele dotou esta instituição natural de finalidade bem definidas que primordialmente visam à continuidade do gênero humano através da procriação da prole (Descendência. Filho ou filhos) e a complementação da personalidade do homem e da mulher dentro de um amor mútuo que compreende todos os aspectos da personalidade humana.
O homem não criou a essência do matrimonio, foi Deus que gravou essa essência nos preceitos do direito natural, inculcados por ele no coração humano. Foi ele que ordenou-”que o homem não separe aquilo que Deus uniu” (Mt19, 1-12).
Quando alguém se casa não estipula pessoalmente as condições que já foram preestabelecidas por Deus; é livre para casar ou não casar, mas se o faz que faça com consciência a essas condições.
Dentro deste contexto de idéias podemos assinalar a principal causa patológica que desvirtua o matrimônio: o desvio de Deus, “a cisão (Divergência, desacordo, dissensão) interior que se opera no homem quando deixa de reconhecer o senhor como seu criador e quer ser ele mesmo a decidir com tal independência o que é bem e o que é mal”.
Esta separação de Deus afetou gravemente as finalidades e propriedades da instituição matrimonial.
Quando a civilização humana tinha conhecimento do cristianismo, tudo girava em torno de Deus, tinha a Deus como centro – era “teocêntrica”, mas a partir de uma determinada época histórica, ao lado dessa grande renovação cultural que representou o renascimento (Ato ou efeito de renascer. Vida nova. Movimento artístico e científico dos sécs. XV e XVI, que pretendia ser um retorno à Antiguidade Clássica), a cultura foi-se tornando cada vez mais centrada na pessoa individual, foi-se fazendo cada vez mais individualista, até chegar a considerar o homem como a “medida de todas as coisas” e a liberdade como medida do próprio homem.
O centro de gravitação da humanidade deslocou-se: passou de Deus para o homem; surge assim o “humanismo antropocêntrico”, que gerou o liberalismo-com uma acentuação desorbitada e falsa da liberdade, e este, por sua vez, deu lugar ao capitalismo histórico e à teoria individualista do matrimônio e da família, a partir deste ponto a família ficou “descentrada”(Afastar ou separar do centro; descentrar).

 
O CICLO VITAL DA FAMÍLIA
Uma maneira de compreender a família é através do seu ciclo vital: uma visão evolutiva que observa as características funcionais da família em cada etapa de seu desenvolvimento através de gerações.
A utilidade dessa maneira de ver está na possibilidade de aprender a estrutura específica da família em cada fase desse ciclo, com as funções que são esperadas dela para que cumpra sua tarefa básica na sociedade, bem como sua flexibilidade para mudar a cada fase.
Assim, a partir do jovem casal, a primeira grande mudança seria o nascimento do primeiro filho. A passagem de “serem filhos” para “serem pais” implica numa série de transformações, quanto às relações entre si (casal), e com o filho, em termos da necessidade de abrir espaço para a criança. A partir de então, os pais constituem dois subsistemas que devem ser claramente identificados: o de esposos e o de pais, com expectativas e funções que não se fundem.
Está formado o primeiro triângulo na nova família e é preciso cuidado para que não haja um super investimento em qualquer um dos lados, o que não é uma tarefa simples. Surgem os avós e os papéis de pais e de avós têm que ser assumidos, iniciando-se a construção de novas regras de relacionamento entre eles, com seus pais e com seus amigos.
À medida que outros filhos vão nascendo estas regras vão se modificando em função da necessidade de aceitação de novos membros na família. São períodos críticos em que mudanças são necessárias, testando a flexibilidade do sistema, seus valores, seus padrões de interação. À medida que os filhos crescem novas mudanças vão sendo requeridas e ao chegar à adolescência, tais mudanças, em geral, atingem um auge, pelas próprias transformações evolutivas dos filhos, bem como, pelo novo que eles trazem para o seio da família em virtude do contato que tem com outros sistemas: os amigos, o clube, a escola. São hábitos, linguagem, comportamento de sua geração que entram pela família adentra ensejando aos pais uma ocasião de confronto com seus próprios padrões, sua própria adolescência. Nesse momento, muitas vezes, a família sucumbe em termos de regras e limites por medo de ser retrógrada, “quadrada”, deixando os filhos, nesse caso, meio confusos, perdidos. É como se a família, para evitar confrontos que às vezes são penosos, quisesse se “demitir”, o que denota certa dificuldade para permitir ao jovem a possibilidade de entrar e sair do sistema familiar e pouca flexibilidade para mudar as relações com esses filhos.
Apartir desse momento os filhos se engajam cada vez mais a outros sistemas até sua saída definitiva, no início da idade adulta, via de regra em função de estudo ou trabalho e casamento. As relações entre pais e filhos agora serão relações entre adultos, com outras regras de comunicação e interação.
O ninho vai se esvaziando e as mudanças, então, vão ter que privilegiar as novas relações do casal, a inclusão na família de genros, noras e netos, o papel de sogros, de avós. É grande nessa fase a possibilidade de se ter que lidar com doenças e até perda dos próprios pais tornando-se a geração mais velha naquela família.
Muitas famílias lidam com esses pontos críticos dos períodos de mudança de forma bastante adequada, sobretudo, se não há acúmulo de stress por sobreposição de fatores externos como: morte de uma criança, desemprego ou instabilidade profissional muito grande, acidentes graves ou catástrofes como enchentes, incêndio e outros. A própria concomitância de ocorrência como: o nascimento de um bebê e a morte de um membro significativo na família como a mãe, por exemplo, pode perfeitamente ser motivo de stress que dificulta a mobilização das possibilidades de mudanças para lidar com a situação.
Essa maneira dinâmica de olhar a família justifica a sua definição como sistema aberto em constante transformação.

           O  Relacionamento entre a Escola  e a Família.

É de convir que o processo educativo aconteça em todos os lugares e a todo o momento na vida do ser humano: na família, clube, igreja, enfim são inúmeros os espaços em que a aprendizagem ocorre.
Nossa sociedade atribui à escola grande parte da responsabilidade pela formação do cidadão, podendo-se afirmar neste sentido que a escola é a instituição educacional por excelência.
Com esta certeza é necessários compreender alguns pontos de discussão sobre o papel da escola e a relação que ela estabelece na sua parte externa, o tratamento dados a família e seu ponto de vista, afetam diretamente o modelo que a escola estabelece para a sua política pedagógica e que, por certo afetará sua concepção de homem e seus relacionamentos.
Na medida em que estabelecem relações com a sociedade em geral e demais grupos próximos a ela, contribui para a formação do conceito de identidade do aluno; lembremos que nos últimos anos, fizeram com que a instituição familiar sofresse grandes mudanças, mas que a idéia de família deve necessariamente atender ao modelo tradicional que herdamos.
Uma das mudanças mais relevantes que marca o modelo educacional atual é a saída da mulher, principalmente nas duas ultimas décadas para o mercado de trabalho, com isto o mercado a absorve a questão da educação das crianças tende a ficar relegada exclusivamente as escolas, por esta razão os pais ficam cada vez mais ausentes, tendem a direcionar a escola responsabilidade total pela educação de seus filhos.
Partindo deste principio os papeis começam a se confundir, a escola na medida do possível busca compreender esta nova demanda, iniciando um processo de valorização do lado afetivo, tendo que suprir a carência familiar; é obvio que a escola não consegue ser família, e por conseqüência acaba deixando de ser escola.
Existe uma situação nesta tentativa de preenchimento do espaço deixado pela família, é a escola direcionar seu foco apara os pais buscando compreender o que se passa na casa do aluno e trabalhar mais sobre todos estes fatos.
A relação entre família e a escola sempre foram fundamentais para o sucesso de um projeto pedagógico bem formulado, as relações estabelecidas foram moldadas para o atendimento das demandas de uma instituição familiar que não existe mais, até os livros didáticos que apresentam a família composto por um pai, uma mãe e dois filhos, já traduzem a realidade na qual as crianças deste inicio do século estão inseridas, os desenhos que apresentam da família mudam constantemente gerando a necessidade de a escola repensar a forma como ela se relaciona com os alunos.
Este impacto de confusão que estabelece os papel da família e da escola pede uma analise profunda de sua origem, bem como conseqüências, o movimento de atribuição de responsabilidade educacional pelos pais á escola não ocorre de modo unilateral, a escola por sua vez começa a direcionar ações pedagógicas á família, o que pode ser entendido como busca de equilíbrio frente as novas responsabilidades que assumem, principalmente as de caráter afetivo.
Um exemplo deste problema é tarefas de casa, e nesta situação o professor delega a responsabilidade pedagógica aos pais, que sem duvida não cumprem devido alguns não terem uma boa formação escolar, para que eles possam ensinar seus filhos; a escola tenta isentar-se da responsabilidade pelo desenvolvimento pleno do aluno, atribuindo a responsabilidade pelas dificuldades de aprendizagem gerados dentre outros motivos por inversão de papeis das questões familiares, o grande perigo é o fato da escola identificar o problema do aluno antes mesmo de analisa-lo sem um diagnóstico adequado.
Esta questão pede uma analise de dois cenários distintos: do aluno oriundo de uma família favorecida economicamente e culturalmente, e este aluno na medida em que possui mais recursos para sua orientação e auxilio, tende a superar as questões trazidas pela confusão de papeis; contudo para cada aluno de classes menos favorecidas a situação torna-se critica, este aluno tende a ficar sem umas instituições escolares, capazes de preencher seu papel pedagógico no sentido necessário para sua formação, e ao mesmo tempo carece de uma estrutura familiar propiciando o seu desenvolvimento social.
Quando se afirma que a escola deve ater-se o seu papel pedagógico, não se busca ignorar a relevância das relações afetivas e sociais estabelecidas pelas diversas instituições envolvidas no processo de aprendizagem, isto não significa dizer que a escola deva isentar-se de relacionar com seus alunos, visto que isso não seria possível.
O que venho propor é uma clara definição de papeis de cada um dos sujeitos envolvidos na construção do conhecimento, em vista desta problemática é necessário repensar no campo da atuação de ambas as instituições: a familiar e a escolar, colocando o aluno no centro do processo educacional exigindo que a escola exerça plenamente seu papel pedagógico, direcionando ao corpo discente as atividades necessárias para seu desenvolvimento.
Estamos com uma grande necessidade encontrada pela escola na sua atualidade de rever e qualificar de forma adequada o papel das duas instituições na formação do aluno, e este é um dos grandes desafios para o profissional que irá trabalhar diretamente com a família e a escola.
     
INTERAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

O presente texto visa iniciar uma problematização acerca das interações família-escola, buscando desconstruir preconceitos acerca dos modelos de família na atualidade. Aponta que os papéis da família e da escola se modificaram ao longo das últimas décadas a ponto de, na atualidade, serem co-autoras das decisões administrativas e pedagógicas nas unidades escolares.
Ao falarmos sobre família e escola, nos dias de hoje, temos que levar em conta um conjunto de determinantes da nossa realidade concreta que, cada vez mais, exigem o desenvolvimento de outros olhares, competências e habilidades para nos relacionarmos com os demais integrantes da sociedade.
Como sujeitos em constante interação, precisamos focar a atenção em nossos padrões de atitudes e comportamentos para, mais consciente e criticamente, percebemos nossas ações como seres humanos que interagem num mundo a cada dia mais imprevisível, interdependentes, desafiantes, que não comporta visões unilaterais e preconceituosas, mas valoriza como fundamental vincular visões alternativas, desenvolvimento sistêmico, relações intra e inter pessoais, responsabilidades, direitos e valores humanos.
Assim sendo, falarmos sobre a família atual exige, de início, que se registre não existir um “modelo” de família, e sim uma diversidade de modelos familiares singulares, com identidades próprias, mas que mantém entre si inúmeros traços em comum, uma vez que cada família consiste num agrupamento de pessoas unidas por laços consangüíneos, com uma história característica, que propicia a vivência das mais diversas situações e tem a responsabilidade básica de proteger seus membros e prover-lhes a subsistência. O que não é garantia de que realmente atue nesse sentido.
Aquele modelo de família nuclear, onde o pai é o mantenedor, a mãe cuida da harmonia da casa e os filhos são obedientes, principalmente à figura paterna, é um modelo que, praticamente, vai sendo substituído pela família igualitária, na qual todos têm que trabalhar. Essa é uma conseqüência da nova estruturação social, na qual as conquistas femininas de igualdade levaram a mulher a assumir seu espaço no mercado de trabalho, equiparando-se ao homem, tornando a figura paterna fragilizada e, muitas vezes, inexistente, como nos casos em que a mulher assume a maternidade como produção independente.
Conseqüentemente, grande parte das famílias atuais é chefiada pelas mulheres, é essa a estrutura dessas famílias.
Nessa sociedade competitiva em que vivemos esses homens atuais, que não é mais a figura principal na família e muitas vezes não consegue sequer alimentar sua prole, está, cada vez mais, sujeito à desesperança, à depressão, ao alcoolismo, descambando muitas vezes para a violência, numa tentativa de se impor junto à mulher e aos filhos.
Nesse sentido, e frente a um conjunto de novos e diferenciados arranjos familiares existentes em nosso meio social, falar em “família desestruturada” como se falava um tempo atrás, não encontra mais repercussão, pois, se antigamente havia um ideal para identificação no sentido de existir uma família modelo, “estruturada” e “normal”, com a qual as crianças e jovens deveriam se espelhar.
Hoje, provavelmente, é mais indicado, mais alentador, que os educadores repensem e procurem compreender as famílias dos/as seus/suas alunos/as como portadoras de semelhanças e diferenças, sem menosprezar a relevância que os contextos social e cultural podem ter como demarcadores de características de diversidades e não de “faltas” e de “carências”.
Então, há que se deixarem de lado explicações como a que se referem à “famílias desestruturadas que não trazem qualquer benefício, seja ao aluno, sejam à escola, substituindo-as por visões inclusivas, que não comportam qualquer discriminação”.
 Nesse sentido, a família de cada aluno deve ser respeitada como ela é e todos os alunos devem receber tratamento eqüitativo e, na medida do possível, individualizado, que desenvolva suas potencialidades, respeite suas peculiaridades, estimule a criatividade, a interação com os demais.
Com as mudanças sociais decorrentes, prioritariamente, da vida econômica altamente instável, do êxodo rural, das conquistas tecnológicas que aumentam sobremaneira as influências externas sobre a infância e estimulam o consumismo, a violência, a visão de mundo descomprometida com a solidariedade, valores morais passaram a ser transitório, dando lugar a novas estruturas.
 Tanto da família quanto da escola que, por sua vez, tende a questionar a capacidade das crianças, principalmente daquelas que lhe dão mais trabalho, seja em termos de aprendizagem seja em termos de disciplina, e, o que é mais grave, questiona sua própria capacidade de educar essas crianças. Este posicionamento da escola também modifica profundamente as relações destas famílias, que se afastam ainda mais do ambiente escolar.
Com certeza, os papéis da família e da escola se modificaram ao longo das últimas décadas. Hoje, praticamente vencidas enormes resistências de parte a parte, graças, também à legislação específica, família e escola são co-autoras das decisões administrativas e pedagógicas, o que acaba favorecendo e facilitando a educação dos estudantes, principalmente daqueles que desafiam os docentes, exigindo deles maior dedicação e capacidade de confronto e resolução de conflitos.
As faculdades de Pedagogia e os cursos de licenciatura vêm debatendo a necessidade de ambas as instituições (família e escola) caminharem juntas, responsabilizando-se mutuamente pela formação dos sujeitos; formação para a cidadania, para a vida e não apenas para passar no vestibular.
Estão discutindo entre seus pares que, para haver parceria e composição de tarefas, é preciso ter clareza do que cabe a cada uma das instituições. A escola deve compreender que a família mudou e é com essa família que precisa interagir, ocupando seu espaço de formação/preparação das novas gerações. Os professores precisam aproximar-se de seus alunos tendo o apoio constante da família.
A escola de hoje, de modo geral, apresenta maior disposição em aceitar um relacionamento mais próximo com os pais. Mas o caminho percorrido para se chegar a tal interação não foi muito fácil, em decorrência das transformações políticas, econômicas e sociais, da mudança de paradigmas.
As pesquisas acadêmicas apontavam à necessidade de maior interação família-escola em prol da melhor qualidade do ensino, da formação do aluno, no entanto havia certa resistência de ambas as partes; um receio dos educadores de que houvesse interferência na especificidade de seu trabalho.

FAMÍLIA

A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NA ESCOLA
Podemos dizer que a palavra participação de tão utilizada corre o risco de ter seu verdadeiro sentido esvaziado, antes mesmo de contribuir para seu objetivo fundamental que é a compreensão e o entendimento no relacionamento das duas instituições.
A meu ver participação é conquista, porque com o tempo as pessoas vão adquirindo esta idéia participativa de uma construção de organização.
Segundo Pedro Demo (1993, p.18): “Participação é em essência autopromoção e existe enquanto conquista processual; não existe participação suficiente, nem acabada, participação que se imagina completa, nisto mesmo começa a regredir”.
A participação é uma necessidade humana e constitui um direito das pessoas, sabemos que muitas são as pessoas principalmente aquelas que fazem parte das instituições escolares, buscam contribuir para a conquista da cidadania entre seus alunos e a comunidade.
A participação é algo que se aprende e se aperfeiçoa, porque ninguém nasce sabendo participar, para tanto se faz necessário que os educadores possam resgatar a verdadeira função social da educação, que é: de possibilitar a construção de homens críticos, incentivarem a família e a escola o seu verdadeiro papéis, partindo de conhecimentos, concretos e verdadeiros.
Essa participação da família na escola que tanto os educadores falam no geral, não deveriam ficar, nos discursos, seria preciso que este mesmo discurso se fizesse numa prática presente na escola; Este discurso está só presente no projeto político pedagógico da escola, onde suas ações são desenvolvidas durante o ano, apresentam um grande conhecimento sobre a importância da participação da família, o que não é comprovado na prática com os pais e professores.
Percebe-se que todo projeto precisaria ser construído e vivenciado por todos os envolvidos no processo educativo, em todos os momentos, e em todas as etapas.
É com uma construção e realização de um projeto político pedagógico da escola, que podemos como educadores aproximar o discurso do que queremos com a realidade, à prática vivenciada.
É preciso que se crie dentro do projeto da escola, uma ação dos pais que possa fazer com que eles, tenham acesso direto na escola, esta sugestão seria a criação de uma escola com a participação de pais.
Esta escola de pais tem o objetivo de facilitar o acesso dos pais em assuntos relacionados à educação de um modo geral, teria que tratar de assuntos que dizem respeito à educação da criança, buscando uma melhor comunicação e um melhor relacionamento futuro.
A organização dessa escola de pais teria que seguir algumas etapas como:
1- Reunir os pais para falar a respeito do projeto: O que é, como acontecerá, e quais são seus objetivos.
2- Identificar ou relacionar os pais que irão participar
3- Definir o número de reunião se serão quinzenal ou mensal.
4- Ter um horário mais apropriado para todos.
5- Escolher junto com os pais, os possíveis assuntos a serem tratados nos encontros.
6- Elaborar uma programação com data, local, assunto e os palestrantes com os horários determinados.
7- Se incubir da divulgação do material como: cartazes, cartas, convites, comunicações; todas essas divulgações seriam espalhadas pela comunidade em que faz parte a escola.
8- Organizar com antecedência todo o material utilizado na exposição do assunto.
Este assunto pode trazer uma participação mais ativa dos pais na escola, possibilitando os outros profissionais da educação, oportunidades de ampliar suas reflexões sobre a importância da participação da família no processo educativo.
O que é psicopedagogia

Segundo o Código de Ética da Associação Brasileira de Psicopedagogia, psicopedagogia é um campo de atuação em Saúde e Educação que lida com o processo de aprendizagem humana; seus padrões normais e patológicos, considerando a influência do meio _ família, escola e sociedade _ no seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da psicopedagogia.
           Objetivo do tratamento psicopedagógico
·                     Favorecer e auxiliar aqueles indivíduos que se sentem impedidos para o saber.
·                     Auxiliar indivíduos com transtornos de aprendizagem.
·                     Reintegrar o sujeito da aprendizagem a uma vida escolar e social tranqüila, bem como, a uma relação mais afetiva consigo e com o outro.
·                     Levar o indivíduo ao reconhecimento de suas potencialidades.
·                     Auxiliar o indivíduo no reconhecimento dos limites e como interagir diante deles.
·                     Ajudar o indivíduo na busca de alternativas para alcançar o saber.
·                     Trabalhar os conceitos que influenciam o indivíduo no momento do aprender.

            Quando procurar um psicopedagogo

            O psicopedagogo deve ser consultado sempre que o indivíduo apresentar dificuldades de aprendizagem, seja na infância ou na vida adulta.
            Só o psicopedagogo é competente o suficiente para atuar em uma situação de dificuldade de aprendizagem na qual caracteriza seu campo de formação, pesquisa e atuação profissional.
             Se além da dificuldade de aprendizagem o indivíduo apresentar aspectos orgânicos e ou psíquicos, então o trabalho deverá ser em conjunto com outros profissionais, mas a participação do psicopedagogo não deixa de ser essencial.
              Nesse sentido qualquer que seja a dificuldade do indivíduo em aprender o psicopedagogo é o profissional indicado.

            O atendimento psicopedagógico é composto de:


Orientação aos Pais:
Atender os pais e responsáveis esclarecendo dúvidas, preparando e organizando procedimentos de maneira sistemática afim de que a dinâmica familiar possa ser gradativamente com apoio, fundamentação teórica e supervisão constante.
Orientar pais e responsáveis para melhor conduzir as crianças na construção das modalidades de aprendizagem.
 Orientação Escolar:
·                     Auxiliar professores, técnicos e profissionais da área diante das complexidades apresentadas no cotidiano, bem como, na busca da aplicabilidade de novas técnicas e conhecimentos com a intenção de eliminar as fraturas de aprendizagem.
·                     Analisar a situação do aluno com dificuldades dentro dos limites da escola e da sala de aula, a fim de proporcionar orientações e instrumentos de trabalho aos professores, para que sejam capazes de modificar o conflito estabelecido. 
·                     Avaliar o espaço físico e psíquico da aprendizagem quanto aos seus processos didáticos, metodológicos e a dinâmica institucional utilizada.
·                     Observar: o material didático e sua utilização, as aulas, os professores, os alunos e as relações estabelecidas professor, aluno e escola.
·                     Diagnosticar as rupturas e apresentar soluções contextualizadas à escola e seus objetivos.
 

Acompanhamento Individual:

·                     Compreender o sujeito de maneira global, percebendo qual é a dimensão da suas relações: família, escola e sociedade.
·                     Como ele aprende, qual a sua dificuldade de aprendizagem e qual a hipótese da fratura do aprender.

        Psicopedagogia: A solução para os problemas de aprendizagem

Devemos devolver a criança o anseio por saber, pois em algum lugar ela o perdeu.” (Sara Pain).
Hoje em dia a vida escolar das crianças passa a ser cada vez mais importante para os pais, pois se preocupam com o futuro de seus filhos. Porém quando surge alguma dificuldade de aprendizagem a principal dúvida é a quem recorrer. Na maioria das vezes a escola encaminha ao médico, ao psicólogo ou a um professor particular, se esquecendo ou não tendo uma opção acessível do psicopedagogo, que é o profissional indicado, é ele quem deve diagnosticar e encaminhar o paciente a outros profissionais caso seja necessário, quase sempre, há uma resistência dos pais quando há um encaminhamento. “É só uma fase”, eles costumam falar. O mais provável é que os pais sintam-se culpados, mas os pais não deveriam pensar assim, mesmo que o problema da criança esteja relacionado a alguma atitude dos pais, eles só fizeram o que eram capazes de ter feito de melhor naquele momento. Resta, então, compreender porque tal atitude não funcionou como desejado e o que é possível mudar daqui pra frente.
            O foco de atenção do psicopedagogo em seu trabalho clínico são as dificuldades de aprendizagem. Ele irá identificar os desvios e os obstáculos na aprendizagem do indivíduo e auxilia-lo nos aspectos que o estão impedindo de aprender.
O psicopedagogo deve ser consultado sempre que o indivíduo apresentar dificuldades de aprendizagem, seja na infância ou na vida adulta, só o psicopedagogo é competente o suficiente para atuar em uma situação de dificuldade de aprendizagem, a qual caracteriza seu campo de formação, pesquisa e atuação profissional. Se além da dificuldade de aprendizagem o indivíduo apresentar aspectos orgânicos e ou psíquicos, então o trabalho deverá ser em conjunto com outros profissionais, mas a participação do psicopedagogo não deixa de ser essencial, nesse sentido qualquer que seja a dificuldade do indivíduo em aprender o psicopedagogo é o profissional indicado.
           O psicopedagogo não faz apenas um reforço escolar, ele investiga e trabalha também as origens das dificuldades de aprendizagem, as quais deverão ser tratadas para facilitar a vida escolar, conseguindo assim que a aprendizagem seja uma realização para o indivíduo. Pois na maioria das vezes por traz de uma dificuldade de aprendizagem o indivíduo apresenta outros aspectos, como por exemplo: se recusa a fazer as atividades, fala que não sabe e nem ao menos tenta a fazer, não quer ir para a escola, fala que não gosta de estudar, não gosta do professor, não consegue se concentrar para fazer as atividades e assim demora muito tempo para fazer as atividades, conversa e/ou brinca muito na sala de aula, é desorganizado, tem baixa auto-estima, ou seja, tudo o que diz respeito a sua dificuldade, o indivíduo não quer, não consegue, não gosta, não sabe, tem vontade de fazer outra coisa ou deixa sempre para depois.
          Nesses casos apenas um reforço escolar, um professor particular, não irá resolver, pelo contrário na maioria dos casos pode até aumentar o problema, pois se o indivíduo já se recusa ou não gosta de estudar, se falar que ele vai fazer reforço escolar aí que ele irá apresentar mais problemas ainda, então primeiro lugar é preciso descobrir e tratar a origem do problema, sendo esse o papel do psicopedagogo.Durante o tratamento as dificuldades serão trabalhadas de forma indireta e prazerosa,
e que o indivíduo não se sinta ameaçado e sim comece a ter uma vida escolar e social tranqüila, bem como uma relação afetiva consigo e com o outro, que ele reconheça as suas potencialidades, ajudando o indivíduo na busca de alternativas para alcançar o saber; é importante tratar as dificuldades de aprendizagem o quanto mais cedo, e não deixar que ela vire uma “bola de neve” , por isso o psicopedagogo trabalha com todas as idades, desde crianças até a idade adulta.

Proposta psicopedagógica na Instituição Escolar

Proposta psicopedagógica na Instituição Escolar.

Para que o psicopedagogo possa atuar de maneira satisfatória na escola, é necessário fazer uma breve introdução do que vem a ser o sistema escolar brasileiro, já que este profissional estará trabalhando na escola e com a escola.
É importante atender a sua estrutura e organização de funcionamento, tal como o médico precisa conhecer a estrutura e o funcionamento do corpo do seu paciente para poder tratá-lo e conhecer os procedimentos corretos a fim de não matá-lo.
Portanto é preciso procurar informar-se sobre os objetivos da mesma, para que possa atuar com eficácia, o psicopedagogo irá atuar no desempenho da escola que é uma função de extrema responsabilidade, ou seja, de um articulador entre o ensino e a aprendizagem e de todos os elementos dessa instituição, provocando mudanças e ajudando no processo evolutivo individual e coletivo. 
O processo desenvolvido dentro da instituição escolar possibilita uma leitura mais próxima da realidade escolar da criança, identificando melhor o mecanismo presente no aprender com o outro e desenvolvendo dinâmicas mais próximas da situação de sala de aula; porém sabemos que há limites para este tipo de atendimento e que nem todos os casos são convenientes a ele.
O primeiro ponto se diz respeito a uma psicopedagogia que tem por objetivo estudar, compreender e intervir na aprendizagem humana; a psicopedagogia não se restringe ao estudo das dificuldades e dos distúrbios de aprendizagem, mas à aprendizagem de um modo geral, seja no seu estado normal ou patológico.
O segundo tipo de trabalho refere-se à assessoria junto ao pedagogo, orientador e professores, tem como objetivo trabalhar as questões pertinentes com relações vinculares professor-aluno e redefinir os procedimentos pedagógicos, integrando o afetivo e cognitivo através da aprendizagem dos conceitos, nas diferentes áreas do conhecimento.
O psicopedagogo institucional surge então para atender as duas questões importantes:
a) porque na maioria das vezes notou-se que grande parte das crianças encaminhadas pela escola para um tratamento clínico não apresentava problemas cognitivos, mas sim defasagem de conteúdo que se perdeu nas séries iniciais;
 b) devido ao pedido de “socorro” da própria escola que não estava conseguindo acompanhar a evolução das modernas teorias da educação.

A psicopedagogia se preocupa com o problema de aprendizagem, ela, antes de tudo ocupa-se do processo de aprendizagem, ou seja, as características da aprendizagem humana:
·        Como nós aprendemos;
·        Como a aprendizagem varia evolutivamente;
·        Como se produzem suas alterações;
·        Como reconhecê-las, tratá-las, e preveni-las.
Portanto na atuação do psicopedagogo institucional devem estar inclusos também a aprendizagem e o ensino do professor e de todos os elementos que compões a escola.
A psicopedagogia institucional, busca a melhoria das relações com a aprendizagem, não só do ponto de vista didático-metodológico, como também a melhoria da qualidade dos profissionais da educação, e a melhoria da qualidade na construção da aprendizagem do aluno.
A grande preocupação da psicopedagogia está não só no compromisso com a escola e com seus elementos, no caso específico o professor e o aluno, mas também conscientiza-los que eles não estão sozinhos neste processo, pois, a família e a comunidade também interferem e são interferidos pela aprendizagem estando também incluídos aqueles que decidem sobre as necessidades e prioridades da escola.
O psicopedagogo estaria observando o tipo de vínculo formado entre professor e aluno, entre o ensino e a aprendizagem, o vínculo entre o aluno e o saber e o que isso representa para ele; ele estaria também observando os vínculos formados entre professor e o seu saber, ou seja, como ele professor formou seu conhecimento para atuar na melhoria da qualidade do ensino e desse profissional.
Muitas das dificuldades de aprendizagem se devem à inadequada metodologia utilizada na escola e aos problemas familiares; cabe ao psicopedagogo, numa atuação preventiva adequar professor e método, além de observar como o saber circula na família.
Nesta ação preventiva na escola, o psicopedagogo deve adotar uma postura crítica diante do fracasso escolar, visando propor novas alternativas de ação voltadas para a transformação do professor no que se refere à sua prática pedagógica, bem como de todos os elementos que atuam e trabalham na área educacional.
O trabalho psicopedagógico deve ser pensado a partir da instituição escolar, a qual cumpre uma importante função social; a de socializar os conhecimentos disponíveis, promovendo o desenvolvimento cognitivo e a construção de regras de conduta, dentro de um projeto social mais amplo, visto que a escola é responsável por grande parte da aprendizagem do ser humano.
A escola participa desse processo de aprendizagem que inclui o sujeito no seu mundo sociocultural, ela é ,com efeito, a grande preocupação da psicopedagogia em seu compromisso de ação preventiva, cada sujeito tem uma história pessoal, da qual fazem parte várias histórias: a família, a escola e outras etc..
A psicopedagogia no âmbito da sua atuação preventiva preocupa-se especialmente com a escola, dedicando-se a áreas relacionadas ao planejamento educacional e assessoramento pedagógico, colaborando com os planos educacionais e saúde no âmbito das organizações, atuando numa modalidade cujo caráter é clinico, ou seja, realizando diagnóstico institucional e propostas operacionais pertinentes.
A finalização sobre o trabalho psicopedagógico na escola muito se tem a fazer, grande parte da aprendizagem ocorre dentro da instituição escolar, na relação com o professor, com o conteúdo e com o grupo social escolar enquanto um todo.

EDUCAÇÃO

ALGUNS DISTÚRBIOS de Aprendizagem e de Comportamento

Primeiramente vamos entender qual a diferencia entre: O que é Normal? O que é Problema? E o que é Distúrbio?
Existe uma grande confusão entre o que é problema e o que é distúrbio e em meio aos dois, o que é normal vejamos:
No recém nascido e até os seis meses de vida, o normal é que ele tenha domínio sobre os reflexos, chore ao sentir algum desconforto, reaja aos estímulos, como o som, luz, carinho etc.
Que a criança consiga sugar durante a amamentação, tenha boa digestão, bom funcionamento intestinal e durma de forma tranqüila; estas seriam as principais características do bebê considerado normal.
Torna-se problemático quando o bebê apresenta dificuldades para alimentar-se ou apresenta constantes vômitos ou diarréias; quando tem também dificuldade do sono, excesso de sucção, choro e irritabilidade excessivos e sem motivo aparente.
O problemático torna-se distúrbio quando o bebê mostra-se apático ou indiferente, chora muito e de forma monótona, grita sem motivo, não suga nem reage a qualquer estímulo.
Todas estas características juntas assinalam o normal e o problemático; apresentando uma ou duas características do problemático, não há motivo para pânico, pois podem ser apenas uma característica da personalidade do bebê, mesmo assim, a mãe precisa consultar um pediatra para avaliar seu desenvolvimento.
O acompanhamento pediátrico é essencial mesmo em bebês considerados com desenvolvimento normal; no caso se uma criança apresentar uma ou mais características do distúrbio, já motivo para a atenção especial a esta criança, e certamente, o pediatra irá avaliar suas características e encaminha-la se necessário a outros profissionais, se unir todos os sintomas de distúrbio, deverá certamente ser encaminhado ao psiquiatra.
Dos seis aos vinte quatro meses, o desenvolvimento normal inclui maior estabilidade fisiológica, mais paciente e tolerância e certo controle dos instintos e da atividade motora, o que faz com que a criança consiga brincar bastante, distraindo-se com os brinquedos por períodos longos sem tornar-se irritadiça ou chorona.


Nesta fase demonstra uma forte ligação com a mãe, distinguindo-a dos demais parentes e sabendo separar quem é conhecido e quem é desconhecido, inicia sua fase de imitação e desenvolvimento da linguagem que, aos 18 meses já tem um bom número de palavras utilizadas, ainda que simples ou até monossilábicas.
O problema começa quando criança demonstra irritação, raiva ou chora excesso e continuamente torna-se totalmente intolerante por qualquer motivo, tem dificuldades no controle de evacuações, alimentações e sono; tem tiques ou balança muito contrariada, chupa constantemente o dedo ou objetos diversos.
O distúrbio é considerado quando a criança apresenta crises temperamentais freqüentes, perda de fôlego com facilidade, apresenta convulsões, demonstra isolamento ou apatia, inclusive sem grandes ligações com a mãe; passa a maior parte do tempo chupando o dedo ou objetos, balançando-se, batendo a cabeça em algum objeto (berço, paredes etc.).
Nesta idade, idade além do pediatra, a criança já pode e deve ser levada a um psicopedagogo para alguns teste de aprendizagem, se os testes demonstram normalidade no desenvolvimento da aprendizagem, o acompanhamento posterior poderá ser somente pelo pediatra.
Sendo uma criança problemática, deve-se leva-la ao psicopedagogo e a um psicólogo para que eles a atendam em conjunto; seria melhor se um for indicado pelo outro para evitar divergências de métodos e linhas de tratamentos.
No período entre dois e os cincos anos, a criança desenvolve bem a fala, conseguindo expressar-se com frases completas; consegue autonomia nas funções corporais como: (comer, beber, evacuar) e identificam-se com os pais, irmãos, amigo, colega, demonstra coordenação em exercícios que envolvem pulos, corridas etc.
A criança já consegue fazer pinturas, desenhos, recortes e pequenos trabalhos manuais; ela demonstra dependência materna e medo de separar-se da mãe, mas também presta atenção às outras pessoas que a rodeiam, tornam-se mais saciável, curiosa, inclusive quanto à sexualidade e pergunta muito para satisfazer sua extrema curiosidade.
Torna-se problemática quando demonstra pouca ou nenhuma coordenação motora, problemas na linguagem, gagueira, troca excessiva de letras.
Demonstra dificuldades para dormir, fazer sua higiene pessoal, insiste em usar chupeta ou recusa-se a largar a mamadeira, preferindo-a a outros alimentos; está sempre irritada, tem freqüentes crises temperamentais, mostra-se impossibilitada de separar-se da mãe, e se o faz, entra pânico, mostra medo excessivo de estranhos e desinteresse por crianças da mesma idade; geralmente estes problemas podem ser revolvidos em um tratamento em conjunto com psicopedagogo, fonoaudiólogo e psicólogo.
O distúrbio ocorre quando a criança demonstra hiperatividade ou passividade extrema, muita sonolência, fala pouco ou não fala não se expressa, não reage às pessoas, nem responde as perguntas, não controla fezes e urina, demonstra comportamento destrutivo como: cortar, rasgar, queimar brinquedos e objetos diversos, age de forma cruel com animais ou irmãos mais novos, parecendo sentindo prazer em fazer tudo isto.
Nestes casos, o distúrbio passa a ser considerado e deve ser diagnosticado por psicólogo que, dependendo do caso, encaminhará a criança a um neurologista, fonoaudiólogo, otorrino ou a outros profissionais habilitados para dar um bom suporte de atendimento a criança e a família.     



quinta-feira, 30 de setembro de 2010

PREPARAÇÃO PARA O MINISTÉRIO DE LEITORES (AS).

PREPARAÇÃO PARA O MINISTÉRIO DE LEITORES (AS).


Não há celebração litúrgica sem que haja ao menos uma breve leitura tirada das Sagradas Escrituras; na leitura individual cada pessoa faz a leitura para si mesma, mas na celebração a leitura é comunitária, portanto, alguém deverá fazê-la para que todos ouçam.
Quem deverá fazer a leitura?
Quais são os requisitos para poder ser leitor ou leitora?
Tudo vai depender do tipo de comunidade e de sua formação de organização:

  • Numa liturgia dominical coordenada por uma equipe, as leituras são preparadas com antecedência, portanto, quem vai fazer a leitura deverá sabê-lo de antemão.

  • Geralmente, há vários leitores (as) que se revezam, em rodízios.

  • Em 1972, a Igreja Católica Romana criou uma “instituição” para os leitores.

  • O ministério de leitor é conferido oficialmente por ato litúrgico; trata-se de um ministério próprio, reservado a elas ou a eles, mesmo que haja padre ou diácono presente na celebração (Ref. IGMR, 66; IELM, nº. 51). Portanto, nem diácono nem padre deverão “tirar” este oficio do leitor ou leitora, ainda que seja numa celebração muito solene.

Para se poder exercer bem este serviço e com conhecimento de causa, é importante que seja oferecida uma formação bíblica, litúrgica, espiritual etc..
A “constituição sobre a Sagrada Escritura do Concilio Vaticano II (SC) afirma no nº. 29:”..os ajudantes, leitores, comentadores e componentes(os cantores) desempenham um verdadeiro ministério litúrgico.”

Isto significa que:

  • Os leitores e leitoras não estão aí para ajudar o padre, como muitos continuam pensando. Assumem um ministério próprio; atuam a partir de seu sacerdócio de batizados.

  • Não trabalham por conta própria, mas como representantes de Cristo, animados por seu Espírito. É cristo mesmo que fala quando se lêem as Sagradas escrituras na Igreja (SC, nº.7).


  • Estão aí não para exercer um poder sobre a comunidade ou para aparecer; ao contrario, trata-se de um serviço comunitário, eclesial. São chamados a prestar um serviço (ministério) aos irmãos e irmãs reunidos em assembléia.

FAZER A LEITURA OU PROCLAMAR A PALAVRA?

Geralmente, quem aborda uma pessoa para ser leitor ou leitora, diz o seguinte: “Você pode fazer a leitura hoje”? Fazer uma leitura assim, até que é relativamente fácil, isto é, se não houver palavras complicadas no texto e se o leitor tiver um mínimo de prática, poderá se sair até bem; acontece que na liturgia não se trata de fazer a leitura, simplesmente; trata-se de proclamar a palavra.

Qual é a diferencia?

  • Fazer a leitura significa: Ir lá à frente, ler o que está escrito, para informação minha e da comunidade, ou no pior dos casos, é apenas uma formalidade: celebração supõe leitura, alguém deve fazê-la, pouco importa se os presentes entenderam o que foi dito ou se foram atingidos pelo que ouviram.

  • Proclamar a Palavra é um gesto sacramental. È quando me coloco a serviço de Jesus Cristo que, através da minha leitura, da minha voz, da minha comunicação, quer falar pessoalmente com o seu povo reunido.


  • O documento conciliar sobre a sagrada liturgia (Sacrosanctum Concílium) o exprime da seguinte maneira no artigo 7: “Presente está pela sua palavra, pois é ele mesmo que fala quando se lêem as Sagradas  escrituras na Igreja”, isto é, na comunidade reunida.


Ministros e Ministras da Palavra.

Leitura não é aula, não é informação, não é noticiário..leitura é Jesus Cristo presente com seu Espírito, falando na comunidade, anunciando o reino, denunciando as injustiças, convocando a comunidade, convidando-a para a renovação da aliança, da conversão, da esperança, da ação, purificando e transformando-nos; por isso, alguém da comunidade é chamado a ser ministro, servidor desta palavra.
Não é só pelo conteúdo da leitura, mas por todo o seu modo de ser e de falar, de olhar e de se movimentar, que o leitor ou a leitora deverão ser, no meio da comunidade, sinais vivos do Cristo-Palavra e do seu Espírito.
Se você pelo seu conteúdo da leitura apenas, poderia ser mais interessante cada pessoa ler sozinha num folheto ou na bíblia.
Mas a leitura litúrgica é um acontecimento comunitário e sacramental; Jesus Cristo fala á comunidade reunida pela mediação do leitor ou da leitora, o Espírito está presente na pessoa que lê e está atuante também nos ouvintes para que acolham a Palavra em suas vidas.
Os ouvintes devem ouvir, escutar, acolher a Palavra. Ouvem as palavras proclamadas pelos leitores, e tem os olhos fixos neles para não perderem nem uma vírgula, nem um sinal daquilo que é anunciado.
É evidente que o leitor deverá ler e meditar a leitura em casa, durante a semana para poder ser ministro da palavra. Ele deverá de alguma maneira “assumir” diante do cristo a quem empresta sua voz e seu jeito de se comunicar.
O leitor é também ouvinte, porque enquanto ele  proclama a Palavra, ele também presta a atenção com toda a comunidade para tentar perceber o que o espírito está querendo dizer à igreja naquele dia.


Proclamar com os Lábios e com o Coração.

O missal Romano prevê um pequeno gesto feito em silêncio, que pode nos mostrar claramente como deve ser a atitude dos leitores:

  • Antes de o diácono proclamar o evangelho na missa, ele se inclina diante do presidente da assembléia e pede a sua benção; o presidente então diz: “O senhor esteja em teu coração e em teus lábios para que possas anunciar dignamente o seu evangelho: em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.

  • Quando é o próprio padre que faz a proclamação, ele se inclina diante do altar e reza assim: ”O Deus todo-poderoso, purificai-me o coração e os lábios para que eu anuncie dignamente o vosso santo evangelho”.

Todos os leitores poderiam inspirar-se nestes dois textos para sua oração e atitude interior antes da proclamação da leitura; os dois textos se referem ao coração e os lábios:

  • Ao coração, porque é nele que acolhemos a Palavra e o Espírito do senhor que é Amor, esta proclamação deverá partir do coração.

  • Aos lábios, porque é instrumento de comunicação. “Lábios” significam aqui todo esforço feito para que a palavra concebida no coração sob a ação do Espírito possa atingir o coração dos ouvintes, possa gerar neles a Palavra que quer fazer-se carne outra vez em nossa vida, ritmo, respiração, ênfase.

De fato, devemos deixar que o Senhor esteja presente neste processo de comunicação, e por isso, deverá ser realizado com toda dedicação e unção possíveis. Também o olhar e a postura do corpo têm parte nesse processo de comunicação e até mesmo o alto-falante e a instalação do som.

Obs.: Será que em nossas comunidades os leitores e as leitoras estão sendo de fato, sinais vivos do Cristo que fala a seu povo reunido?
Anunciam com o coração e com os lábios?


COMO PREPARAR UMA LEITURA?

Normalmente, os leitores (as) participam da reunião da equipe, na qual toda a celebração é preparada em conjunto. São lidas e meditadas as leituras bíblicas da celebração que se está preparando, procurando perceber qual poderá ser a Palavra do Senhor para a comunidade na realidade que se está vivendo.
Prepara-se em grandes linhas o roteiro da celebração, a homilia, os cantos, os gestos e ações simbólicas... Dividem-se as tarefas.

a)      Preparação Pessoal.

Para poder transmitir a Palavra de Deus contida na leitura e atingir com ela a assembléia ouvinte, é necessário que o leitor conheça e entenda aquilo que está lendo.
Primeiramente o texto em si: saber em que circunstâncias foi escrito, a quem foi dirigido, quem está falando e com que objetivo..Depois, saber o sentido do texto no conjunto da revelação e do mistério de Cristo, para que o texto possa se tornar uma Palavra de salvação para nós, hoje.
Ex: O alto funcionário de Candace, rainha da Etiópia, certamente sabia ler; entendia perfeitamente cada palavra que lia do capitulo 53 do Profeta Isaias; porém, escapava-lhe o sentido revelador: “Como posso entender, se ninguém explica?”
“Filipe então foi explicando, e tomando essa passagem da escritura como ponto de partida, anuncio-lhe Jesus.”

Vejam a passagem inteira em Atos 8,26-40.

O leitor não pode ser daqueles que andam com um véu na frente dos olhos e do coração e, por isso, não compreendem as escrituras (ler 2Cor3, 12-18). Um leitor que não entendem aquilo que está lendo transmitirá dúvidas.
Somente o leitor que conhece a leitura e acredita naquilo que lê, será capaz de fazer da leitura um verdadeiro anuncio da Palavra.
Por isso, os leitores devem ter a oportunidade de fazer cursos bíblicos e ter livros e revistas à disposição, que os ajudem nessa tarefa.
As leituras das celebrações de domingo, merecem ser preparadas com muito gosto, isto é se sabemos que caberá a nós proclamar a leitura no domingo; podemos ir nos preparando desde o inicio da semana, lendo e estudando, meditando e assimilando..,recebendo esta Palavra como uma mensagem pessoal, antes de proclama-las na comunidade.
Quem conhece o método da leitura orante da bíblia, também chamada de lectio divina, poderá usá-lo nessa preparação, seguindo seus quatro passos: leitura, meditação, oração e contemplação.
De qualquer forma, a preparação inclui:
  • Conhecer bem o texto significa: saber para quem foi escrito? Onde e em que época foi escrito? Etc.
  • Sintonizar com o texto: reconhecer-se dentro do texto; Este texto serve para nós? Este texto diz respeito à nossa realidade?; Qual a mensagem de Deus para nós nesta passagem da bíblia? Etc.
  • Treinar a expressão do texto: Grife as palavras mais importantes e a frase principal, marque as pausas e faça bastante silêncio, sem o silêncio à palavra se perde no barulho, procure um tom de voz que combina com o gênero literário do texto, com os sentimentos expressos pelo texto.
  • Meditar e orar o texto: Guarde e medite a palavra no coração, como fez Maria (cf.Lc2, 19-51). “Coma” a Palavra, como fez Ezequiel (3,1-11) e João (Ap 10,10-11). Aprenda de cor as passagens mais significativas e repita-as varias vezes ao longo do dia, meditando-as.
Comece a preparar a leitura de sábado ou domingo no inicio da semana; assim terá o tempo necessário para assimilar melhor a Palavra no coração e na vida.

Meditar: Como costuma ser feita a preparação das leituras em nossa comunidade?


COMO PROCLAMAR UMA LEITURA?

Não basta ler, é preciso proclamar a leitura como Palavra de salvação, como Palavra que proclama o amor e a bondade de Deus; Palavra que liberta, dá vida e ressuscita.
Como Palavra que nos corrige, nos “poda”, nos purifica; como Palavra que denuncia as injustiças e a maldade; que nos chama à conversão e á comunhão com Deus e com os irmãos.
A Palavra transmitida pela leitura sempre deve atingir os ouvintes, (sendo que o próprio leitor é também um deles!), para que escolham entre a benção e a maldição, entre a vida e a morte: (cf.Dt30, 19-20).
A leitura deve ressoar dentro do contexto de nossa vida atual, com suas alegrias e seus problemas, conflitos e tensões..Ela deve penetrar no interior de cada individuo e iluminar e julgar sua consciência e seus atos: (cf. Hb4,12-13).

Quem Fala?
A força que a leitura tem de penetrar em nossa vida não vem da leitura em si, das palavras ou da narrativa; não vem tampouco da interpretação do leitor; a força da leitura vem da Palavra de deus, do verbo de deus: Jesus Cristo ressuscitado, pois, “quando se lêem as Sagradas Escrituras na Igreja, é Cristo mesmo que fala” (SC, nº7).O leitor é, portanto um ministro, um servidor da Palavra, um porta-voz do senhor. Não fala em nome próprio, é canal de comunicação, Instrumento de ligação; ponte entre Jesus Cristo e o seu povo.
Para Cada Leitura um Tom Diferente.
É muito comum os leitores usarem o mesmo tom para todas as leituras: um tom bem característico; em geral, bastante impessoal. No entanto, as leituras tiradas da bíblia pertencem a gêneros diferentes, às vezes se trata da narração de um fato histórico, outras vezes se trata de uma poesia ou de uma norma jurídica; às vezes será uma parábola, ou um ensinamento ou uma profecia, outras vezes será um hino, ou uma oração, ou um provérbio, ou uma carta, um diário de viagem etc..Cada gênero literário deve corresponder um tom diferente, uma maneira diferente de dizer a leitura. Não se lê uma poesia como se fosse uma noticia de jornal; o tom do locutor que irradia o jogo de futebol é diferente do tom que usa o namorado para declarar seu amor à sua namorada... Ou, passando para os exemplos da bíblia: não podemos ler a Paixão de Jesus no mesmo tom que a pesca milagrosa ou o “Glória” dos anjos nos campos de Belém.
POSTURA DIANTE DA ASSEMBLÉIA.
  • Suba com tranqüilidade no momento de proclamar a leitura no Ambão.
  • Coloque-se em pé, com a cabeça erguida; as costas retas para poder respirar melhor; as mãos na ambão com o livro; onde houver microfone, veja se está ligado e se está na altura e na distancia certa.
  • Olhe para a assembléia, “reúna”, “chame” o povo com o olhar..;jogue como que uma ponte até as ultimas fileiras; estabeleça contato.Tudo isso em silencio.Não olhe com cara feia, mas deixe que seu rosto exprime um ouço os sentimentos do Senhor Jesus para com o seu povo.
  • Faça a leitura de maneira calma e pausada, com dicção clara, e observando tudo o que ficou dito acima, e não perca o contato com a assembléia.
  • No final da leitura, aguarde a resposta da assembléia e depois tranquilamente, deixe a ambão e volte a seu lugar.
E assim, com a ajuda de Deus a leitura possa se tornar para você e para todos uma Palavra de Salvação.