segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O CANTO DA ASSEMBLÉIA


Antes de qualquer coisa, em nossas celebrações, devemos levar em consideração as pessoas; a liturgia, afinal, é o lugar por excelência do encontro das pessoas humanas entre si, e das pessoas humanas com as Pessoas Divinas.
Quem são mesmo as pessoas que freqüentam nossas igrejas e participam de nossas assembléias no campo e na cidade. Sobre este povo, o Apóstolo Paulo diz em sua carta (1Cor 1,26-31).
Reunidos em nome de Jesus, os fieis gozam da certeza maior de sua presença (Mt18, 20) e dele recebem o mandato de repetir seus gestos e palavras em sua memória (1Cor11, 23-25), dando graças ao Pai, de quem procede qualquer dom precioso e qualquer dádiva perfeita (Tg1, 17).
Esta assembléia sacerdotal, manifestação privilegiada do Corpo de Cristo (Rm12, 3-13; 1Cor12,12-13), deve ser referência mais importante dos autores, compositores e demais agentes litúrgico-musicais.
Foram essas convicções elementares que levaram a renovação da música litúrgica católica a compreender o primado da assembléia e a insistir nele.
Servir à assembléia é à base de toda liturgia verdadeiramente pastoral; servir não quer dizer que se satisfaçam não importando quais forem os desejos manifestados na comunidade.
Trata-se de introduzi-la sempre mais, pela fé, nos mistério de Jesus Cristo; mas como fazê-lo sem conhecer a comunidade, sem levá-lo em conta assim como ela é, para que ela, toda ela, se ponha em marcha.
Levar em consideração a assembléia celebrante, com suas possibilidades, sua riqueza e seus limites são a primeira preocupação de uma liturgia verdadeiramente pastoral; é o caminho mais seguro para se chegar a uma celebração cheia de vida, significativa e personalizada, sobretudo quando se trata de música e canto.
E este primado da assembléia se torna, assim, um princípio fecundo e rico de múltiplas conseqüências ou implicações para a música na liturgia.