segunda-feira, 1 de novembro de 2010

           O  Relacionamento entre a Escola  e a Família.

É de convir que o processo educativo aconteça em todos os lugares e a todo o momento na vida do ser humano: na família, clube, igreja, enfim são inúmeros os espaços em que a aprendizagem ocorre.
Nossa sociedade atribui à escola grande parte da responsabilidade pela formação do cidadão, podendo-se afirmar neste sentido que a escola é a instituição educacional por excelência.
Com esta certeza é necessários compreender alguns pontos de discussão sobre o papel da escola e a relação que ela estabelece na sua parte externa, o tratamento dados a família e seu ponto de vista, afetam diretamente o modelo que a escola estabelece para a sua política pedagógica e que, por certo afetará sua concepção de homem e seus relacionamentos.
Na medida em que estabelecem relações com a sociedade em geral e demais grupos próximos a ela, contribui para a formação do conceito de identidade do aluno; lembremos que nos últimos anos, fizeram com que a instituição familiar sofresse grandes mudanças, mas que a idéia de família deve necessariamente atender ao modelo tradicional que herdamos.
Uma das mudanças mais relevantes que marca o modelo educacional atual é a saída da mulher, principalmente nas duas ultimas décadas para o mercado de trabalho, com isto o mercado a absorve a questão da educação das crianças tende a ficar relegada exclusivamente as escolas, por esta razão os pais ficam cada vez mais ausentes, tendem a direcionar a escola responsabilidade total pela educação de seus filhos.
Partindo deste principio os papeis começam a se confundir, a escola na medida do possível busca compreender esta nova demanda, iniciando um processo de valorização do lado afetivo, tendo que suprir a carência familiar; é obvio que a escola não consegue ser família, e por conseqüência acaba deixando de ser escola.
Existe uma situação nesta tentativa de preenchimento do espaço deixado pela família, é a escola direcionar seu foco apara os pais buscando compreender o que se passa na casa do aluno e trabalhar mais sobre todos estes fatos.
A relação entre família e a escola sempre foram fundamentais para o sucesso de um projeto pedagógico bem formulado, as relações estabelecidas foram moldadas para o atendimento das demandas de uma instituição familiar que não existe mais, até os livros didáticos que apresentam a família composto por um pai, uma mãe e dois filhos, já traduzem a realidade na qual as crianças deste inicio do século estão inseridas, os desenhos que apresentam da família mudam constantemente gerando a necessidade de a escola repensar a forma como ela se relaciona com os alunos.
Este impacto de confusão que estabelece os papel da família e da escola pede uma analise profunda de sua origem, bem como conseqüências, o movimento de atribuição de responsabilidade educacional pelos pais á escola não ocorre de modo unilateral, a escola por sua vez começa a direcionar ações pedagógicas á família, o que pode ser entendido como busca de equilíbrio frente as novas responsabilidades que assumem, principalmente as de caráter afetivo.
Um exemplo deste problema é tarefas de casa, e nesta situação o professor delega a responsabilidade pedagógica aos pais, que sem duvida não cumprem devido alguns não terem uma boa formação escolar, para que eles possam ensinar seus filhos; a escola tenta isentar-se da responsabilidade pelo desenvolvimento pleno do aluno, atribuindo a responsabilidade pelas dificuldades de aprendizagem gerados dentre outros motivos por inversão de papeis das questões familiares, o grande perigo é o fato da escola identificar o problema do aluno antes mesmo de analisa-lo sem um diagnóstico adequado.
Esta questão pede uma analise de dois cenários distintos: do aluno oriundo de uma família favorecida economicamente e culturalmente, e este aluno na medida em que possui mais recursos para sua orientação e auxilio, tende a superar as questões trazidas pela confusão de papeis; contudo para cada aluno de classes menos favorecidas a situação torna-se critica, este aluno tende a ficar sem umas instituições escolares, capazes de preencher seu papel pedagógico no sentido necessário para sua formação, e ao mesmo tempo carece de uma estrutura familiar propiciando o seu desenvolvimento social.
Quando se afirma que a escola deve ater-se o seu papel pedagógico, não se busca ignorar a relevância das relações afetivas e sociais estabelecidas pelas diversas instituições envolvidas no processo de aprendizagem, isto não significa dizer que a escola deva isentar-se de relacionar com seus alunos, visto que isso não seria possível.
O que venho propor é uma clara definição de papeis de cada um dos sujeitos envolvidos na construção do conhecimento, em vista desta problemática é necessário repensar no campo da atuação de ambas as instituições: a familiar e a escolar, colocando o aluno no centro do processo educacional exigindo que a escola exerça plenamente seu papel pedagógico, direcionando ao corpo discente as atividades necessárias para seu desenvolvimento.
Estamos com uma grande necessidade encontrada pela escola na sua atualidade de rever e qualificar de forma adequada o papel das duas instituições na formação do aluno, e este é um dos grandes desafios para o profissional que irá trabalhar diretamente com a família e a escola.
     

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