RELAÇÕES
INICIAIS ENTRE CRISTIANISMO E FILOSOFIA
A mensagem
cristã, transmitida oralmente por Cristo, posteriormente, foi fixada em alguns
escritos: os evangelhos, que se tornaram a base da verdade cristã.
Os Evangelhos,
mais quarenta e seis livros da tradição judaica (Antigo testamento), vinte e
uma epistolas escritas pelos apóstolos, um livro que conta os feitos dos
apóstolos (Atos dos Apóstolos) e um livro profético (Apocalipse) compõem a
Bíblia sagrada.
Inicialmente, o
cristianismo encontrou muita resistência pelos lugares por onde se difundiu.
Perseguição e
martírios tornaram-se um fato comum, principalmente em Roma.
Durante os
quatros primeiros séculos de sua existência, alem da perseguição física, o
cristianismo sofreu também oposição no âmbito doutrinário, como no caso do
imperador Juliano, que empregou o pensamento de um filosofo chamado Plotino
para combatê-lo.
Observação
sobre o pensamento de plotino: O sistema plotiniano é uma representação de toda
a realidade, fazendo-a depender do Uno e tender por um retorno a Ele.
Enquanto em
Sócrates, Platão, Aristóteles e outros filósofos, Deus é, sobretudo, mais um
elemento na concepção geral do universo, em Plotino, se for retirada à idéia do
Uno, retira-se toda a consciência de seu pensamento: o Uno (entendido, por
aproximação, como Deus) é a idéia central de toda a sua filosofia e teologia.
Segundo Plotino
ele não chama o Uno de Deus; refere-se a ele como se este fosse um Hyperthèos,
um Superdeus.
Contudo, se por
um lado, houve uma reação contrária e práticas cristãs, de outro, também não é
muito agradável o tratamento que os primeiros pregadores do cristianismo deram
a filosofia grego-romana.
No primeiro
século da cristandade, grosso modo, há um “veto” à filosofia por parte dos
Padres da Igreja.
Ela era vista
simplesmente como “contrária” à mensagem cristã.A mensagem cristã é revelada
por Deus, a filosofia é produção exclusivamente humana.
A filosofia é
perigosa, pois afasta o homem do verdadeiro Deus.(Na Epistola aos Colossences
2, 8-10; At 17, 18)Paulo diz. Abramos a Bíblia.
Também os
chamados Padres apostólicos – Os padres do século I - tiveram reação parecida,
eles não lhe deram importância ou viram a filosofia como perigosa.
A aproximação
entre o cristianismo e a filosofia começou a ocorrer no século II; ela se deu,
sobretudo, devido às dificuldades que os evangelizadores encontraram em
responder aos ataques que a doutrina cristã sofria, principalmente de
filósofos.
Nesta época, em
muitos lugares do império romano, existiam escolas filosóficas das mais variadas
vertentes: céticos, estóicos, epicuristas, etc. Elas estavam por toda parte.
Para poder
sustentar a polemica comestes filósofos alguns cristãos perceberam a
necessidade de conhecer a filosofia; inicialmente começou com Justino (100-163)
e, depois, muitos outros não só viram a necessidade do estudo da filosofia para
argumentar com os pagãos, como também perceberam que a filosofia pode ser útil
para fundamentar ou esclarecer as verdade da fé.
Esta acabou
sendo a maneira como, em geral, a Igreja cristã encarou o papel da filosofia
durante todo o período medieval.
Sem exageros,
pode-se dizer que ainda hoje este é o modo de ser perceber a filosofia no meio
cristã.
A união entre
os elementos doutrinários do cristianismo e a filosofia recebeu a denominação
de filosofia cristã (Cf. Encíclica Fides et Ratio 1998).
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