A Igreja Católica
discrimina os homossexuais?
Muitas pessoas se perguntam se a Igreja Católica não discrimina os seus
filhos com tendências homossexuais. Se ela defende os negros da discriminação
racial, por que, então, não age da mesma forma com relação aos homossexuais?
A verdade é que a Igreja não discrimina essas pessoas. É que a
sexualidade se trata de algo sagrado, assim como a raça. As raças negra,
branca, parda, amarela, mestiça e mulata são desejadas por Deus, não devem ser
tocadas. Quando o falecido cantor Michael Jackson foi acusado de querer mudar a
sua raça – por uma série de cirurgias plásticas e processos de despigmentação
da pele –, por exemplo, ele se defendeu, dizendo que, na verdade, sofria de vitiligo.
Fê-lo porque a sociedade condena terminantemente qualquer tentativa de alterar
a raça, tida como algo sagrado.
Do mesmo modo acontece com o sexo: a complementaridade entre homem e
mulher foi querida e criada por Deus – basta abrir as primeiras páginas do
livro do Gênesis para constatá-lo. Também ela, pois, não deve ser tocada.
Trata-se, igualmente, de uma realidade sagrada. Por isso, a Igreja diz
aos homossexuais que mudem sua conduta e comportamento. Este, porém, é um apelo
que ela dirige a todos os seus filhos. A sexualidade humana, ferida pelo pecado
original, tem várias tendências destruidoras, como o adultério, a pornografia,
a masturbação etc. Todos os cristãos são chamados a conter a sua pulsão sexual
e canalizá-la de forma produtiva no amor. Este, por sua vez, se expressa seja
no celibato, seja no matrimônio aberto à vida.
Por isso, a Igreja não discrimina os homossexuais. O que ela prega a eles
é o que ensina a todos os católicos, indiscriminadamente: que o exercício da
sexualidade só é possível dentro do matrimônio aberto à fecundidade e à
procriação, porque este é o projeto original de Deus, desde o princípio da
Criação. Alguém pode argumentar que esta é uma posição intolerante ou
retrógrada. Afinal, não foi o próprio Papa Francisco quem disse, no voo de
volta de sua viagem ao Brasil: "Quem sou eu para julgar?"? Antes de
alardear essa fala do Papa, porém, importa colocá-la em seu devido contexto.
O Papa pergunta, de fato: "Se uma pessoa é gay e procura o Senhor e
tem boa vontade, quem sou eu para a julgar?" Mas, depois, continua:
"O Catecismo da Igreja Católica explica isso muito bem". E o que
diz o Catecismo da Igreja Católica? Que:
"Os atos de homossexualidade são
intrinsecamente desordenados. São contrários à lei natural. Fecham o ato sexual
ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual
verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados."
"Um número não negligenciável de pessoas apresenta tendências homossexuais profundamente enraizadas. (...) Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta."
"Um número não negligenciável de pessoas apresenta tendências homossexuais profundamente enraizadas. (...) Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta."
Remata, por fim, a Igreja: "As pessoas homossexuais são chamadas à
castidade". Quem tem tendência homossexual deve, pois, seguir o ensinamento
de Cristo a todos: "Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome
sua cruz, cada dia, e siga-me" (Lc 9, 23). Só abraçando a Cruz e
entregando-se por amor a Cristo, é possível caminhar para a ressurreição.
Referências:
1.
Papa Francisco, Encontro com os jornalistas durante o voo de regresso do Brasil,
28 de julho de 2013
2.
Catecismo da Igreja Católica, § 2357-2358
3.
Ibidem, § 2359