Sacerdote católico proferindo
a homilia.
Homilia é uma prelecção dada por um sacerdote no decorrer de uma missaapós a leitura do Antigo Testamento e do Novo Testamento, e antes da recitação do Credo. A homilia tem a função de explicitar a fé o significado dos vários elementos litúrgicos,
também em relação à situação dos presentes, para que o encontro dialogal com Deus se torne verdadeiramente consciente para todos e
cada um. Na prática, a homilia deve ser uma "conversa familiar" do
homiliasta com o povo de Deus.Era muito utilizada no período Cristianismo
primitivo, por ser explicativo, de
caráter exegético (a explicação do tema se dá através das Escrituras) e exortativo, por promover uma exposição das verdades cristãs.
Introdução[.
Todos
os domingos, milhares de comunidades reúnem-se e ouvem as leituras bíblicas
seguidas pela homilia. O termo homilia significa "conversa familiar",
continuando o assunto das leituras proclamadas. É uma pregação do Evangelho,
proferida pelo Sacerdote, ou seja, uma explicação da leitura, dada em forma de
discurso. Esta deve fazer a ligação entre a Bíblia, a vida dos presentes e a celebração. Deve clarificar as
leituras e questionar a realidade, tentando perceber o sentido dos
acontecimentos no plano de Deus, tendo como ponto de referência a pessoa, a
vida, a missão, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. A homilia ou partilha da Palavra abre perspectivas, esclarece,
mostra a presença e a ação de Deus dentro dos acontecimentos. Mostra a graça e
o pecado, a luz e as trevas. Mostra como a história de Jesus se continua na
nossa história. Mostra a Promessa de Deus se realizando aqui e agora. Mas a
homilia ou partilha da Palavra deve também chacoalhar e interpelar a
comunidade. Acordá-la para o compromisso com o Reino de Deus e o testemunho da
ressurreição; para sermos sinal de Deus na sociedade em que vivemos. A homilia
deve ainda nos convidar e motivar para vivermos profundamente a Aliança e a Comunhão com o Senhor dentro da celebração, através das preces e orações,
através do rito penitencial e da comunhão, através dos cantos, dos gestos e das
atitudes do corpo.
Preparando
a homilia.
É
importante que o sacerdote leia alguma explicação sobre as leituras
proclamadas. No Brasil, os sacerdotes de muitas comunidades usam a revista Vida
Pastoral [1]ou
a Mesa da Palavra, ou mesmo os subsídios da CNBB. É preciso também lembrar os acontecimentos mais significativos
da semana. Caso a homilia seja feita por uma pessoa só, é importante que a
prepare com um pequena equipe, ligando Bíblia, vida e celebração. Não deve ser
lida, mas comunicada. Por isso, é melhor escrever apenas alguns tópicos com a
seqüência do assunto, não o texto inteiro. Não é através de livros, artigos e
teorias que se aprende a fazer uma homilia. Claro, estas mediações podem
ajudar, mas a homilia como comunicação viva se aprende e se aperfeiçoa
"fazendo homilia", tal como só se aprende mesmo a celebrar
celebrando, e a cantar cantando, e a dançar, dançando. Esta arte exige um
mínimo de "dom e carisma" de comunicação da palavra falada e do
gesto. Mas não fica no "Dom", pois supõe a aprendizagem da técnica e
da competência. A maneira de dizer chega muito mais ao outro do que o que se
diz, sobretudo se trata de falar ao coração e não simplesmente à inteligência.
Antes
da homilia.
Ter
a sensibilidade para perceber tudo o que é vida / morte na e pela cidade
através das conversas informais, leituras, filmes, televisão, programas de
rádio, canções, teatros, as expressões verbais ou não verbais em uso,
ocorrências e tudo mais que é vida. A exigência fundamental é o contato com a
Palavra de Deus ao longo da semana, ao longo da vida diária num processo de
fermentação; descoberta da idéia-força e da palavra-chave; a criatividade em
busca de um "gancho" atual e concreto para "prender" os
destinatários; conhecimento básico e vivo da assembléia (nunca descer de helicóptero
para fazer uma homilia e depois levantar vôo, o que pode acontecer mesmo com
quem está presente na celebração, mas ao mesmo tempo voando).
Momento
da homilia.
O
momento da homilia é parte integrante de um momento maior, que é a ação
celebrativa toda. A comunicação da homilia deve buscar ser:
Um
tom familiar, direto, alegre, seguro, convicto, simples, espontâneo e solto;
Uma
linguagem da vida de hoje e do hoje, desprovida de qualquer pretensão de ser o
único que sabe, o "dono da verdade". Portanto, boa dose de humildade,
demonstrando (sem ter que dizer) que o primeiro necessitado e carente da
Palavra é ele próprio.
Uma
comunicação penetrada da dimensão humana, usando a linguagem integral, gestos
adequados, expressão corporal, postura do olhar buscando ver todos sem se fixar
em ninguém a não ser quando necessário para um ´efeito´ especial de
comunicação, movimentos sóbrios, mas vivos e perceptíveis por todos, silêncio
bem dosado e na busca da participação dos ouvintes, perguntas diretas e
penetrantes, com pausa suficiente para chegar ao coração e ao pensamento de
quem ouve.
Uma
duração que leve em conta o tempo total da celebração, sabendo-se que manter a
atenção de uma comunidade grande depois de 10 a 12 minutos de fala é dom para
muito poucos pregadores;
Um
uso correto da voz através da dicção, articulação, movimento de frases, realce
de expressões-chave, sonoridade, sabendo aproveitar a tessitura aguda ou grave
que toda voz tem;
Uma
utilização, no mínimo, correta do microfone, levando em conta a acústica, as
dimensões do local e o número dos presentes;
Uma
dose exata e viva de emoção, falando sim com a voz, mas comunicando com o
coração e com a vida. É de coração a coração que se faz uma homilia, sobretudo
se já se compreende que celebrar é muito mais emocionar-se do que entender;
Um
cuidado carinhoso para com a celebração que vai continuar após a homilia. Esta
continuidade dá margem a aproveitar momentos posteriores à homilia e nos quais
se pode retomar (sem fazer outra homilia) o tema central da Palavra refletida,
sobretudo o momento da despedida.
Após
a homilia[
Uma
revisão pessoal imediatamente depois de terminada a homilia, num breve momento
de silêncio. Este silêncio ajuda a fazer ressoar no coração dos ouvintes a
reflexão e ajuda a uma revisão rápida, mas direta de como foi a homilia. Ouvir
a avaliação de uma pessoa escolhida com antecedência para fazer as observações,
críticas, elogios, comentários e perguntas, que devem ser acolhidas para um
futuro aproveitamento e sempre com o objetivo de melhorar. e de ter amor em Deus
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