segunda-feira, 1 de outubro de 2012

E PARA ONDE VAI A EDUCAÇÃO?

E PARA ONDE VAI A EDUCAÇÃO?
Esta é uma pergunta insinuante e com varias possibilidades de resposta. Mas que, se analisada no contexto de algumas instituições sociais, como a família e a escola, acaba convergindo para observações que, parecem bem óbvias: a sociedade evoluiu, a educação evoluiu, com grande instrumentalização tecnológica da sala de aula. Houve um aumento significativo de cursos de graduação na área de educação, mas, com isso ocorreu uma banalização da profissão de ensinar e uma depreciação da qualidade do ensino. Essa banalização do oficio tem levado à sala de aula, aprovados nos concursos públicos. Os profissionais mecânicos em que efetivamente não conseguem estimular a aquisição do conhecimento em seus alunos. Aí, a escola passou a ser considerada um ambiente sem atrativos.
Para começo de conversa, podemos  destacar como um dos principais elementos causadores do desinteresse e da antipatia dos alunos para com escola. Uma das principais causas do baixo aprendizado, a falta de um bom relacionamento professor/aluno, causado pela idéia de falta de suporte intelectual que a maioria dos alunos vê em seus professores. Nesse aspecto, a escola, como ambiente contextualizado e diretamente relacionado á figura do professor, se torna "desinteressante" e o aluno/adolescente contemporâneo, pra piorar a situação, se acha muito importante e com conhecimento superior ao que é repassado na escola. Essa "falta de importância" é agravada pela grande disposição de material informativo ao acesso dos alunos. Para o aluno, não existem muitas informações ditas, novas, naquelas que o professor repassa a ele, dentro dos seus conteúdos programáticos, e isso faz com que a aula fique enfadonha. Essa informação adquirida via internet, ou outras mídias, não são devidamente manipuladas e/ou filtradas por eles. Isso acaba, a meu ver, se tornando, ao invés de uma vantagem, uma desvantagem, porque ao entrar em contato com uma informação, grosso modo, o aluno/adolescente, imagina que tem aquela informação à mão e domina seu conteúdo. Como essa informação, para o aluno, geralmente não dispõe de elementos de contextualização, onde ele possa situar-se e fazer as inferências necessárias à verdadeira assimilação desse conhecimento, há uma apropriação falsa do conhecimento. Isto é, sem um critério de mensuração, essas informações acabam se dissipando no universo tão múltiplo e abrangente de mídia que o adolescente/aluno tem contato diariamente. Mesmo assim, o pouco ganho advindo do contato com as mídias transmite uma idéia de aquisição para o aluno.
Ele imagina que ser um detentor do conhecimento e, portanto, um competidor à altura do professor/mediador em sala de aula. Nesse conflito individual de cada aluno/adolescente surgem os elementos alimentadores da pouca importância da escola.
E aí deve entrar em cena um profissional de educação com sabedoria o suficiente para fazê-lo entender a falsidade desse conhecimento ao qual ele teve contato, mesmo sem desprezá-lo, ou descartá-lo totalmente. A interferência desse profissional de educação qualificado irá estimular o aluno/adolescente a fazer uma filtragem nas informações e se questionar quanto às idéias transmitidas implicitamente na mensagem. Mas, isso só se dará se o tal profissional de educação tiver o perfil de um mestre. Porque um mestre? Porque há no conjunto dos elementos formadores de um mestre, princípios elementares e bem fundados de humildade, consciência, respeito, sabedoria e etc.. Esse profissional, que se propõe à humildade de estar em constante aprendizado com seus alunos, acabará por angariar o respeito e a admiração destes sem os tão freqüentes conflitos criados em sala de aula por delimitação de espaço, onde um professor que tem mania de grandeza ou sem um preparo adequado, onde se digladia com alunos com falso conhecimento e querendo se afirmar frente a uma sociedade da qual ele nem faz parte. Um professor que consegue sobreviver, com resultados positivos, às "pedradas" desses alunos, será promovido ao posto de mestre, porque será visto como um que gosta e sabe ensinar pelos exemplos do dia a dia.
Para dar respostas às mínimas ansiedades de seus alunos, mesmo aquelas mais banais do cotidiano, o professor e a própria educação como instituição, precisam ter conceitos que extrapolem os domínios de sua disciplina; até porque, com exceção de alguns ramos científicos que surgiram com o desenvolvimento tecnológico, a base da maioria das ciências não tem mudado muito ao longo do tempo, ou seja, mesmo frente a tantas mudanças ocorridas no mundo, as respostas para a maioria das perguntas da ciência continuam as mesmas. Diferente das respostas para os anseios do ser humano, que mudam a todo instante e que precisam ser lidas nas entrelinhas, por aquele que quer ser chamados de mestre. O professor tem que ter algo a mais, ele tem que conhecer e amar o habitat às vezes hostil, de sua clientela. Se assim for, com sabedoria ele submete e conquista. Para que o mestre não seja, apenas, só mais um trabalhador intelectual do pensamento, tem que dar resposta às múltiplas ansiedades de seus discípulos. O mestre deve ser a referencia do discípulo. Saber dominar, e dinamizar o ambiente são uma maneira prática de conquistar o respeito. Os discípulos manifestados em sala de aula na figura de alunos são pessoa sedenta por referencias.
Eles estão cansados de idealizar modelos dos videogames, das revistas em quadrinho e dos filmes de heróis. Eles querem algo que esteja ao alcance de sua contestação e sabendo, satisfatoriamente, contra argumentar, até para poder questionar.
Eles querem um herói de carne e osso que possam demonstrar-se falhos, mas, que na maioria das vezes possa demonstrar domínio sobre o terreno hostil do intelecto de seus alunos/discípulo. Se o mestre demonstra fraqueza, ou incapacidade de solucionar questões elementares postas, o discípulo tende a desviar sua atenção para as mais banais situações. É o que ocorre, freqüentemente, em salas de aula onde os alunos não atendem aos insistentes e repetitivos chamados de atenção dos professores. Se a verdadeira dama não precisa gritar que o é, o verdadeiro mestre também não precisa dizer que é o professor, para que seja reconhecido como tal. Se assim for: se precisar bradar que é ele quem manda, jamais terá o respeito de seus alunos e não passará de um intelectual se apresentando como um estivador. E ainda mais, esses alunos jamais o verão como referencia, ou como o mestre que precisa ser aceito, no máximo serão obrigados, frente a seus grupos, a o referenciar como mais um indivíduo que ganha à vida fazendo de conta que ensina.

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