A DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM E A
PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA.
A família e a escola têm função em comum: mediar a criança para
desenvolver-se nos aspectos social, intelectual, moral, físico e religioso. A
criança vai adquirir e alimentar a sua auto-estima positiva, no decorrer do seu
crescimento. A criança se sentindo segura perceberá que é capaz de aprender,
passará a ter confiança em si mesma e carregará sentimento no decorrer de toda
a sua vida, sempre acreditando que é possível vencer os obstáculos encontrados.
Quando as aprendizagens familiares são eficazes e prazerosas, a criança
transfere o prazer de aprender também para as aprendizagens escolares. A
participação da família no processo de aprendizagem é fundamental para a
convivência com os seus semelhantes. Família e escola têm função em comum:
auxiliar a criança no desenvolvimento de todos os aspectos essenciais
para o sucesso na aprendizagem, futuros cidadãos.
“O sucesso da criança ao enfrentar as difíceis tarefas subjetivas ao
longo do seu desenvolvimento depende, em grande parte, das condições
psicológicas que os pais lhe oferecem, sem esquecer as próprias experiências
infantis dos pais, assim como a
sua relação conjugal, são fatores importantes no seu
processo de interação com a criança. Vemos deste modo como os laços familiares
são essenciais para a estruturação psíquica desde os primeiros anos de vida.”
É através da família que a criança relaciona-se com o mundo adulto e é no
meio em que vive que ela aprende a conduzir seus afetos, avaliar as relações,
receber orientações e estímulos para ocupar o seu espaço na sociedade.
Verificamos que a família é o alicerce de sustentação da criança, é através da família que a criança desenvolverá sua auto-estima, segurança, domínio próprio, confiança contribuindo para o desempenho de toda sua vida nos vários aspectos sociais e emocionais..
Verificamos que a família é o alicerce de sustentação da criança, é através da família que a criança desenvolverá sua auto-estima, segurança, domínio próprio, confiança contribuindo para o desempenho de toda sua vida nos vários aspectos sociais e emocionais..
As famílias não mantinham suas crianças em casa, pois deveriam aprender o
ofício das pessoas de outras casas. A criança para as quais eram enviadas por
muitos anos, não convivia com os pais e a relação sentimental entre pais e
filhos era praticamente nula. A família estava muito preocupada com o
desenvolvimento social - como eram vistos pela sociedade, e por esse motivo os
filhos tinham que conviver com outras famílias para serem educadas e ensinadas.
A partir do século XV a educação começou a ser oferecida pela escola, o
que possibilitou uma maior aproximação entre pais e filhos, quando o papel de
levar para a escola passou a ser dos pais e não mais das outras famílias. A
afetividade passou a ser presente no contexto familiar.
A família exerce um papel de grande importância na vida dos filhos;
quando há aproximação sentem-se seguros e confiantes para conversarem.
Constatamos que a família está passando por profundas
transformações, preocupando-se mais com o bem
estar dos filhos – no que se refere à educação e saúde. O que antes não era prioridade, agora é. Os filhos estão sendo valorizados e reconhecidos pelos pais. A família está conquistando mais espaço.
estar dos filhos – no que se refere à educação e saúde. O que antes não era prioridade, agora é. Os filhos estão sendo valorizados e reconhecidos pelos pais. A família está conquistando mais espaço.
É importante ressaltar que apesar das transformações que estão
ocorrendo,na era pós-moderna a família ou os pais ainda exercem influência
primordial na criação e formação da criança desde o seu nascimento até a vida
adulta. A família é responsável pelo desenvolvimento saudável e construtivo dos
filhos.A mãe lembra-se dos fatos ocorridos em sua infância, lembra-se de alguém
que cuidou dela, e de acontecimentos que marcaram sua vida de forma positiva e
negativa.
Os fatos vivenciados pela mãe em sua infância podem ajudá-la ou não em
sua experiência materna.Quando criança, os pais eram aprendentes e agora são
ensinantes de seu(s) filho(s). Eles carregam uma grande bagagem de
experiências, conquistas e todos esses conhecimentos serão transmitidos aos
filhos através de seus gestos, palavras, exemplos e atitudes. Esta transmissão
de valores deverá proporcionar um relacionamento melhor entre pais e filhos.
A união entre pai, mãe e filho(s) assegura o pleno desenvolvimento físico
e emocional, essencial ao ser humano. A família é extremamente importante para
o crescimento e desenvolvimento da personalidade do ser humano. O elo entre mãe
e filho é muito forte, o que promove cada vez mais o vínculo entre ambos. A mãe
tem a função de ensinar o seu filho e de promover a adaptação do mesmo no
mundo. Na prestação de cuidados ao bebê, por meio de toques, da voz, e outros
canais de expressão e percepção, mãe e bebê trocam amor e desejo um pelo outro.
Tudo que ocorre a partir desta relação de um indivíduo pode contribuir para a
formação de um indivíduo com caráter e personalidade marcantes.
A socialização da criança também dependerá do estabelecimento de limites
- pois não ceder a todos os desejos dos filhos; também pode ser considerado
fator. A
criança que experimenta a convivência com regras estará sendo educada para a vida em sociedade. Nem sempre a criança terá tudo à sua disposição, mas deverá lutar pela realização dos seus objetivos, respeitando os limites e regras sociais.
criança que experimenta a convivência com regras estará sendo educada para a vida em sociedade. Nem sempre a criança terá tudo à sua disposição, mas deverá lutar pela realização dos seus objetivos, respeitando os limites e regras sociais.
A imposição de limites aos filhos é uma questão muito importante, que
deve ser desde pequenos praticada, pois exercerá influência no processo do
desenvolvimento da sua socialização. Algumas crianças às vezes “abusam” do amor
dos pais e procuram fazer artimanhas para conseguirem o que querem e quando os
pais cedem à primeira vez, fica mais difícil evitar a próxima vez. No entanto
quando os pais habitualmente impõem limites, a criança passará a agir com
cautela e o comportamento indesejado tende a cessar.
Os pais são os espelhos da casa. E os filhos refletem tudo o que se passa
no lar.
Isto pode trazer progressos ou não para o relacionamento social dos
filhos. É preciso que haja um equilíbrio no lar para que os filhos mantenham um
bom relacionamento afetivo e social.A família é essencial também para um melhor
desenvolvimento da aprendizagem escolar da criança. Os pais devem estar
em sintonia e transmitir aos filhos amor e paciência proporcionando assim um
diálogo construtivo, que favoreça a aprendizagem da criança.
Quando não há sintonia entre os pais, o rendimento escolar da criança
poderá diminuir. Alguns são exigentes para com os filhos, outros autoritários e
alguns prometem coisas “se” ele melhorar o seu rendimento escolar; enquanto que
outros ditam as regras de forma diferente. A criança poderá ficar confusa, e
então não saberá o que fazer sofrendo vítima do prejuízo extensivo na escola.
O desenvolvimento do filho dependerá muito da sua criação, da sua
vivência diária, dos exemplos dos pais. Por ex: se há hábito de leitura na
família, se os filhos têm acesso a livros e revistas para manuseio,
principalmente se os próprios pais acompanham de perto a vida escolar dos
filhos.
Sabemos que os pais na maioria das vezes trabalham em tempo integral e
com o avanço da modernidade feminina, as mulheres também assumiram
responsabilidades trabalhando fora da casa, ficando mais tempo fora do lar, e
isso diminuiu o contato com os filhos o que muitas vezes prejudica também o
rendimento escolar dos filhos.
No entanto devem disponibilizar um pouco do seu tempo para acompanhar a
vida acadêmica do filho. Em casos de pais ausentes a aprendizagem escolar do
filho é um grande fracasso, pois não há apoio e atenção devida. Podemos
certificar também que a criança vinda de uma família com maior número de
irmãos, tem maior facilidade em adaptar-se socialmente, tornando-se
“independente” mais cedo; enquanto que a criança que é filho único apresenta
dificuldades ao relacionar-se socialmente, como por exemplo, na escola. Sendo
assim, a criança pode apresentar um bloqueio em seu processo de aprendizagem.
Cabe a família influenciar a criança de forma positiva, porém também pode
influenciar negativamente, dependendo de como são educados e ensinados para
conviver harmoniosamente em sociedade.
Segundo VIGOTSKY “Ao considerar a
aprendizagem como profundamente social, afirma que quando os pais ajudam e
orientam a criança desde o início de sua vida, dão a ela uma atenção social
mediada, e assim desenvolvem um tipo de atenção voluntária e mais independente,
que ela utilizará na classificação e organização de seu ambiente.”
Podemos perceber que as orientações que os pais dão aos filhos, desde o
início de sua vida são fundamentais para o seu progresso social e pessoal, pois
aprendem a ser pessoas humildes e solícitas.
A aprendizagem da criança se dá em primeiro lugar dentro do contexto
familiar, onde há um primeiro contato, onde são aprendidos as primeiras lições
e exemplos que perduram por toda a vida. É na família que ocorre o processo de
humanização - a criança aprende valores, a ter respeito e a relacionar-se de
forma saudável com outros.
É muito comum pensarmos que quando a família tem uma estruturação - está
acompanhando em alguns momentos a criança na
escola, em parte, algumas dessas
famílias tendem a acompanhar os filhos pressionando-os, isso não é nada bom para a criança, pois ela simplesmente irá dedicar-se à escola por medo dos pais, por não querer decepcioná-los. Na realidade o que acontece é que ela vai “decorar” o conteúdo, estudar naquele momento, e logo depois o esquecerá. As lições ensinadas de fato não serão um aprendizado significativo e duradouro, mas efêmero.
famílias tendem a acompanhar os filhos pressionando-os, isso não é nada bom para a criança, pois ela simplesmente irá dedicar-se à escola por medo dos pais, por não querer decepcioná-los. Na realidade o que acontece é que ela vai “decorar” o conteúdo, estudar naquele momento, e logo depois o esquecerá. As lições ensinadas de fato não serão um aprendizado significativo e duradouro, mas efêmero.
A questão da responsabilidade também influi na educação e aprendizagem
dos filhos. Os pais em alguns momentos, como todo ser falho, pode ter medo de
errar ao educar os filhos. Ter medo de errar sozinho, mas é exatamente nesse
ponto que os pais devem estar unidos em sintonia, falando a mesma linguagem,
dividindo as responsabilidades e trabalhando em conjunto. Assim ninguém se
sentirá culpado pelos problemas apresentados por seus filhos, mas sim, ajudarão
a evitá-los, pois os filhos vão se sentir bem, em um ambiente acolhedor e
seguro com pessoas confiáveis.
Desatenção e hiperatividade são dois sintomas que comprometem a
aprendizagem da criança. Isso ocorre devido às mudanças rápidas que a sociedade
enfrenta; e a criança para adaptar-se, passa também por mudanças. Essas
mudanças sofridas pelas crianças geram um baixo rendimento escolar, e interfere
em sua personalidade como um todo.
Segundo POLITY : “A dificuldade de aprendizagem pode ser definida como um
sintoma psicossocial, com pelo menos três constituintes básicos: a criança, a
família e a escola. Sua evolução está intimamente relacionada com a estrutura e
dinâmica funcional do sistema familiar, educacional e social no qual a criança
está inserida.”
A aprendizagem da criança está relacionada ao sistema familiar,
educacional e social, em que a criança está inserida. O que nos dá a entender
que estes três constituintes devem complementar um ao outro; e que quando são
detectadas as
dificuldades de aprendizagem a culpa não é de um só indivíduo, mas de todos os envolvidos que devem fazer intervenções.
dificuldades de aprendizagem a culpa não é de um só indivíduo, mas de todos os envolvidos que devem fazer intervenções.
Numa perspectiva educacional, as Dificuldades de Aprendizagem refletem
uma incapacidade ou impedimento para a aprendizagem da leitura, da escrita, do
cálculo ou para a aquisição de aptidões sociais.
Existem inúmeros fatores que podem desencadear problemas ou distúrbios de
aprendizagem:
·
“Fatores orgânicos – saúde física deficiente,
falta de integridade neurológica (sistema nervoso doentio), alimentação
inadequada.
·
Fatores psicológicos – inibição, fantasia,
ansiedade, angústia, inadequação à realidade, sentimento generalizado de
rejeição.
·
Fatores ambientais - o tipo de educação
familiar, o grau de estimulação que a criança recebeu desde os primeiros dias
de vida, a influência dos meios de comunicação.”
É recomendável que a dificuldade de aprendizagem sejam identificadas o
mais rápido possível. Os pais, professores e educadores devem observar
atentamente a criança, frisando o seu comportamento - um conjunto de sinais,
por exemplo: conhecer os dias da semana, manipular objetos, desenhar, subir,
correr e etc. Quando constatada as dificuldades de aprendizagem, deve haver uma
intervenção por parte de profissionais altamente qualificados e também dos
outros envolvidos - pais, professores, para que este aluno não venha a ser um
fracasso, mas sim que o ajude a reduzir o insucesso no quadro da dificuldade
que a criança tem.
O apoio ao professor e os
trabalhos em parceria com coordenadores e gestores devem atender as reais
necessidades dos alunos. As dificuldades são detectadas também, quando a
criança apresenta problemas emocionais graves e incapacidade ao realizar
tarefas. Isso geralmente ocorre em um ambiente escolar, quando a criança passa
a resistir a algumas normas impostas sobre ela. Ocorre então uma mudança no seu
comportamento.
Quando os pais brigam, tem crises e os conflitos ocorrem com freqüência,
os pais as vezes resolvem não se separar para manter uma boa aparência perante
a sociedade e principalmente perante os filhos, tendem a pensar que os filhos
ficaram bem; no entanto esse comportamento só vai dificultar a vida pessoal do
filho, desencadeando desordens anti-sociais. Nesse caso a família (os pais) tem
que optar por uma decisão consciente e inteligente, que não prejudiquem os seus
filhos, deixando-os neutros diante do relacionamento conjugal.
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