segunda-feira, 30 de abril de 2012

Continuação sobre a Dengue

2.3.3 Aspectos clínicos na criança com Dengue.
A dengue na criança, na maioria das vezes, apresenta-se como uma síndrome febril com sinais e sintomas inespecíficos: apatia ou sonolência, recusa da alimentação, vômitos, diarréia ou fezes amolecidas. Nos menores de dois anos de idade, os sintomas
 cefaléia, mialgia e artralgia, podem manifestar-se por choro persistente, adinamia e irritabilidade, geralmente com ausência de manifestações respiratórias.

As formas graves sobrevêm geralmente após o terceiro dia de doença, quando a febre começa a ceder. Na criança, o início da doença pode passar despercebido e o quadro grave ser identificado como a primeira manifestação clínica. Observa-se inclusive a recusa de líquidos, podendo agravar seu estado clínico subitamente, diferente do adulto no qual a piora é gradual. O exantema, quando presente, é macul papular, podendo apresentar-se sob todas as formas (pleomorfismo), com ou sem prurido, precoce ou tardiamente.
2.3.4 Caso suspeito da doença
Todo paciente que apresente doença febril aguda com duração máxima de até 7 dias, acompanhada de, pelo menos, dois dos seguintes sintomas: cefaléia, dor retroorbitária, mialgia, artralgia, prostação ou exantema, associados ou não à presença de hemorragias. Além desses sintomas, o paciente deve ter estado, nos últimos 15 dias, em área onde esteja ocorrendo transmissão de dengue ou tenha a presença do Aedes aegypti.
2.3.5 Sinais de alarme
A presença dos sinais de alarme, relacionados a seguir, indica a possibilidade de gravidade do quadro clinico:
• dor abdominal intensa e continua;
• vômito persistente;
• hipotensão postural ou hipotímia;
• pressão diferenciada <20mmHg (PA convergente);
• hepatomegalia dolorosa;
• hemorragia importantes (hematêmese e/ou melena); agitação e/ou letargia;
• diminuição da diurese;
• diminuição repentina da temperatura corpórea ou hipotermia;
• aumento repentino do hematócrito;
• desconforto respiratório.
2.3.6 Sinais de choque
• hipotensão arterial;
• pressão arterial convergente (PA diferencial < 20 mmhg);
• extremidades frias, cianose;
• pulso rápido e fino;
• enchimento capilar lento ( < 2 segundos).

2.4 NOTIFICAÇÃO
A dengue é uma das doenças de notificação compulsória, devendo todo caso suspeito ou confirmado ser notificado ao Serviço de Vigilância Epidemiológica, por meio do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) nas fichas de notificação e investigação.
2.5 DIAGNÓSTICO
É importante que as pessoas com suspeita da doença sejam atendidas nas Unidades Básica de Saúde (UBS). A confirmação da suspeita de DC pode ser realizada através de critérios laboratoriais (sorologia ou isolamento viral) ou clínico-epidemiológico, em períodos de epidemia. A dengue possui um amplo espectro clínico, sendo importante considerar no seu diagnóstico diferencial, algumas doenças principais: gripe, rubéola, sarampo e outras infecções virais, bacterianas e exantemáticas. Além dessas doenças, deve-se observar o perfil epidemiológico local.
A história clínica deve ser o mais detalhada possível, sendo imprescindíveis os itens a seguir:
• Cronologia dos sinais e sintomas, caracterização da curva febril e pesquisa de sinais de alarme;
• Presença de outros casos semelhantes no local de moradia ou de trabalho e histórico de deslocamento nos últimos 15 dias;
• Doenças crônicas associadas – hipertensão arterial; diabetes melito; doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC); doenças hematologias crônicas; doença renal crônica; doença severa do sistema cardiovascular; doença acidopéptica e doenças auto-imunes;
• Uso de medicamentos, principalmente antiagregantes plaquetários, anticoagulantes, antiinflamatórios e imunossupressores;
• Na criança, além das doenças de base já citadas, valorizar as manifestações alérgicas (asma, demartite atópica, etc.). Um exame físico detalhado também se faz necessário com vista à condução e manejo adequado dos pacientes, assim sendo alguns procedimentos são de extrema importância, tais como:





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