Jovens
violentos – Porque eles estão cada vez mais agressivos?
Em cada dia os
casos de violência gratuita praticada pelos jovens se tornam mais comuns. Mas,
por que eles agem assim? De quem é a culpa?. A psicologia pontua o que os
pais devem observar nos filhos e se o comportamento deles pode denunciar se
serão violentos no futuro.
Por que os jovens estão cada vez mais
agressivos?
Podemos pensar em algumas
possibilidades:
1- O adolescente ainda não possui uma
mente formada e, portanto, ele é inseguro. Agredir o outro é uma maneira de se
auto afirmar e de sentir-se superior perante aquele que ele agride, seja verbal
ou até mesmo fisicamente.
2- Os adolescentes sentem uma
necessidade enorme de se exibir para os colegas e uma maneira muito comum é
zombando de outros.
3- O adolescente precisa exercer
diversos papéis para se encontrar e descobrir quem ele é. E ser “malvado” faz
parte do script. Assim, ele, falsamente, sente-se corajoso e forte.
4- Por não ter uma mente formada e
idéias próprias, se o grupo de amigos resolve ser agressivo, o jovem adere sem
pensar nas conseqüências. Mas, o fator predominante mesmo é que a família
tem um peso fundamental na conduta dos jovens. Muitos pais fecham os olhos na
hora de educar um filho, não impõem limites e o resultado disso é o que vemos
em nossa sociedade.
Os pais estão muito permissivos?
Ser pai e mãe é uma das tarefas mais
difíceis que existe porque exige um alto nível de bom senso. Dependendo do que
se trata, os pais precisam ser rígidos, tolerantes, flexíveis, e por aí vai. O
caminho das pedras para ser bons pais de adolescentes é desenvolver a
capacidade de escutar. Uma escuta ativa na qual os pais possam demonstrar que
entendem o que o filho diz. Que possa até mesmo se identificar com o filho
lembrando-se da época em que eram jovens. Validar os sentimentos dos filhos e
não fazer pouco caso destes. Porém devem lembrar de que legitimar os
sentimentos dos filhos não significa concordar com suas idéias, significa que
os pais levam seus filhos a sério, mas estes ainda precisam ser orientados. Uma
vez que os filhos se sentem impelidos a conversar com seus pais, porque estes
os escutam e os levam a sério, o caminho inverso também acontecerá, ou seja, os
filhos estarão abertos para escutar os pais e levá-los a sério também.
A partir de quando a família tem que
estabelecer limite para os filhos?
Desde sempre. Com amor e cautela. Os
limites devem ser dados de forma que a criança sinta que esta medida é para sua
proteção, educação e feita com amor. Não adianta o pai querer dar amor ou
educar o filho quando ele estiver grande ou repassar esse papel para outro.
Isso é feito dia a dia e desde que o filho é pequeno.
Quais os sinais que os filhos dão de
que podem tornar-se violentos nas ruas ou escola?
Quando são muito violentos em casa.
Se isto acontece é porque os pais são agressivos ou porque nunca deram limites
aos filhos, chegando ao ponto de serem negligentes e os filhos estão pedindo
tais limites por meio de seu comportamento violento. Expressar violência
contra amigos e familiares e agir sem sentir-se culpado são fortes indícios de
que haverá problemas futuros.
Para quem já registrou atitudes
suspeitas, como proceder?
Procurar um profissional capacitado
para compreender o que se passa no mundo interno da criança ou do jovem
agressivo e ajudá-lo a encontrar meios de escoar esta agressividade de uma
maneira possível como esportes e conversas, por exemplo.
Normalmente, a sociedade diz que cabe
à escola educar o filho. Qual a sua visão sobre isso? Não seriam os pais, os
primeiros a darem exemplo?
Que fique bem claro: a escola é
responsável pelo aprendizado e os pais a educação. E lembrem-se, os pais são
exemplos para os filhos, afinal, a fruta nunca cai muito longe da árvore!
Portanto, o filho primeiro convive com os pais e é com eles e neles que
primeiramente eles se espelham. Cabe aos pais o papel de educar os filhos.
Colocar a culpa na escola, nos outros é se eximir de qualquer responsabilidade.
Algo a acrescentar?
A maneira com que os jovens foram
criados será o registro para criar a própria família. A agressividade ou o amor
e respeito em família é algo que passa de geração em geração. Uma família que
transmite amor por meio de levar a sério os filhos, compreendê-los e lhes
proporcionar boas experiências, não desenvolverá nos jovens o ódio e a
agressividade. Num ambiente familiar em que o amor predomina, os filhos
desenvolvem o sentimento de respeito, consideração e gratidão à vida. E, são
mais satisfeitos e felizes.